2008 - Personalidades e Acontecimentos

Tal como tem vindo a ser hábito, a revista Visão leva a cabo a eleição das figuras e acontecimentos do ano a nível nacional e internacional, tendo chagado aos três mais votados de cada categoria. São os seguintes:

Figura Nacional do Ano: Nélson Évora, José Sócrates e Cristiano Ronaldo
Figura Internacional do Ano: Barack Obama, Sarah Palin e Nicolas Sarkozy
Acontecimento Nacional do Ano: Luta dos professores, Caso BPN e Distribuição dos Magalhães
Acontecimento Internacional do Ano: Crise Financeira, Eleições nos EUA, Jogos Olímpicos.

Aceitam-se apostas...

PS - Não consigo entender a presença de Sarah Palin nesta votação, mas rezam as crónicas que deixou para trás na votação nomes como Fidel Castro, Gordon Brown e o Nobel da Paz Martti Ahtisaari. Notável.

Sem mais de momento, despeço-me com votos de um bom ano 2009 a todos os leitores de Corda aos Sapatos!

Casas de banho públicas

Sim, hoje o tema é mesmo “casas de banho públicas”. São sempre evitáveis, claro, quem é que não prefere as de sua casa? E grande parte das vezes têm mesmo um aspecto arrepiante, principalmente nos bares e nas áreas de serviço... Mas curioso é verificar a quantidade e variedade de símbolos que se utilizam para diferenciar as casas de banho masculinas e femininas – há o H e S, o H e M, o M e W (Os homens quando vêm um M têm sempre que espreitar o outro para tirar as dúvidas), depois há o desenho de um cavalheiro e de uma dama, os símbolos de fertilidade masculino e feminino e até já vi bigodes e tranças...
Mas penso que estes com que me deparei recentemente num bar vencem de caras o prémio de símbolos mais bizarros de sempre...



O QUE É ISTO!?!?!?

Australia

Que Baz Luhrmann é um sonhador com um ego gigantesco já todos tínhamos percebido. Mas tentar criar um épico que misture acção, comédia, drama, western, fantasia e guerra em quase três horas de filme é tarefa utópica e quase condenda ao fracasso logo à nascença.
Australia é pretensioso, quer ser um dos maiores de sempre mas falta-lhe estofo, falta-lhe consistência. Nos diálogos, na construção das personagens, no argumento em si que mais parece uma soma de várias histórias (cada uma com seu estilo), coladas umas nas outras sem grande sensibilidade. Para além disso, quase todas as cenas que incluem Hugh Jackman são um tributo às suas qualidades físicas, como que a justificar o título de homem mais sexy do mundo que o actor venceu recentemente.
Mas não se desenganem, Australia acaba por ser um filme razoável. O seu primeiro mérito é a facilidade com que se aguenta os 165 minutos. O cenário natural é espantoso e os efeitos muito bons. Nicole Kidman, é sabido, é uma actriz de qualidade superior e a grande surpresa é mesmo o jovem Brandon Walters, que com os seus 12 anos rouba o filme a todas aquelas estrelas na sua primeira (impressionante) prestação em cinema.
Em suma, o filme não traz nada de novo nem será um clássico, mas é entretenimento garantido para toda a família e tem momentos bem conseguidos. Vale a pena ver, embora sem grandes expectativas...
Classificação: 14 Valores

Um Natal atribulado


1304 acidentes de viação. Foi este o balanço final da Operação Natal da GNR. Desta vez entrei para a estatística, com um percalço em plena véspera de Natal mesmo no início da viagem... A festa ficou quase adiada, mas o nosso socorrista vestiu o fato de Pai Natal e num ápice colocou-nos de volta à estrada, a tempo de saborear o bacalhau...
O Natal em si foi muito bom, sou apreciador confesso desta quadra natalícia pois estando o ano inteiro longe da família sabe sempre bem rever aquela malta toda nem que seja uma vez por ano! O pior foi mesmo a ideia de viajar para Montalegre no sábado, mesmo sabendo que nevava incessantemente. Um sacrifício que só mesmo certas pessoas especiais merecem... 500 km cumpridos, os últimos 30 no limite do desespero com tanta neve e gelo na estrada, com a permanente sensação de que a viagem poderia terminar abruptamente a qualquer momento. E o que é certo é que terminou... a 5(!) metros de casa. O carro já não subia os metros restantes e parou ali mesmo. Tive que contar com a ajuda das minhas duas super-bombeiras para empurrar o carro, debaixo de um nevão impressionante, até ao estacionamento à porta de casa!
E ontem o regresso, pois apesar na neve a estrada estava finalmente limpa. À noite, mais uma má ideia, a de ir ao cinema no primeiro dia de saldos... meia hora para estacionar, shopping absolutamente caótico com as lojas literalmente viradas do avesso. Fez-me lembrar algumas cenas da multidão desesperada em “Ensaio sobre a Cegueira”...

Feliz Natal!

Desejo a todos os que acompanham diariamente, semanalmente, mensalmente... vá, periodicamente o pequeno estaminé que é este blog um feliz Natal. E olhem que pelos meus últimos cálculos vocês ainda são uns 25 ou30 por isso acho que já nem vou mandar as SMS do costume este ano!!! É verdade, estou muito orgulhoso por ver que o pessoal gosta de cá vir, que gosta de me ler. Por tudo isso, tentarei sempre melhorar e aperfeiçoar o blog...

Um grande abraço e muitos beijos, dependendo do destinatário! E muito obrigado a todos!

A Turma

Entre les Murs venceu a Palma de Ouro em Cannes e tem tido uma crítica muito acima da média dá época. Motivos mais que suficientes para uma espreitadela antes que escapasse do grande écran.
O argumento é desarmante pela sua simplicidade e as imagens valem, essencialmente, pelo seu realismo. Praticamente sem actores, o filme é um convite do realizador (e também professor e actor principal) a que o espectador testemunhe um resumo de um ano de aulas numa escola qualquer dos subúrbios de Paris. Não há escândalos, nem drogas, nem violações, imagens de marca dos filmes do género professor/alunos. Há apenas um professor normal e alunos como nós fomos. Há um ambiente de sala de aula que imediatamente reconhecemos porque é real, porque é (ou era) o nosso.
O estilo é muito documental, Entre les Murs (A Turma, por cá) pode mesmo ser encarado como um documentário de grande valor, é verdade. Compreendo a crítica, embora este não seja o meu tipo favorito de filme. É leve e interessante, mas pouco aconselhável para um professor em férias – são só mais duas horas do que ele passa todo o ano e a provável pena que vão sentir por aquele professor ao acompanhar as suas lutas, os seus esforços, as suas tentativas de tentar ensinar a quem não mostra interesse por aprender. Afinal, apenas mais um como eles...

Classificação: 14 valores

Campeões de Inverno (Os Invictos)

O Montalegre esteve com os dois pés fora da Liga dos Invictos, pois aos 90 minutos da partida caseira com o Abambres encontrava-se a perder 0-1. No entanto, a valiosa cabeça do novo herói George Jardel valeu dois golos em três minutos e uma vitória que parecia impossível num jogo impróprio para cardíacos! É, com toda a justiça, o campeão de Inverno da Divisão Honra da A. F. Vila Real.

Também o Benfica, ao empatar com o Nacional, se sagrou campeão de Inverno da Liga Sagres e manteve a sua posição nesta competição.

Durante o jogo do Montalegre apercebi-me, pelas mensagens que me chegavam e pelos comentários de amigos, que esta liga dos invictos (e o próprio blog, por sinal) está a ser acompanhada e acarinhada por mais gente do que eu poderia pensar. Daí a minha preocupação em aperfeiçoar os dados da tabela. Assim, fui analisar cada Associação Distrital, pois os títulos das divisões variam, sendo que em alguns casos existe a Divisão de Honra, que é a principal, e em outros a principal chama-se “primeira divisão”. Cheguei à conclusão de que alguns dados da tabela anterior estavam incorrectos. Por exemplo, as equipas da AF Braga primeira divisão não devem constar da tabela pois existe uma divisão acima (a de Honra) que já não tem invictos. Inversamente, entram nas contas o Portomosense (Leiria), o At. Riachense (Santarém) e o Estrela de Vendas Novas (Évora). A tabela correcta e definitiva será, portanto, a seguinte:

As nove equipas que restam na Liga dos Invictos são, naturalmente, as campeãs de Inverno das suas competições.

O Abel - Bragança

O amigo com quem fui avisou: “Vou-te levar a um daqueles sítios que nunca mais se esquecem!” – acertou em cheio. Tão cedo não esqueço o restaurante onde se come uma das melhores postas à mirandesa do Mundo. Ombreia valentemente com a famosa posta do restaurante Lareira em Mogadouro!

Situado a uns 10km de Bragança, numa aldeia pequena, o restaurante O Abel dá a sensação de oásis no meio do deserto. Mais: O frio que se fazia sentir naquela noite (cerca de 3 graus negativos) contrastou na perfeição com o ambiente quente e aconchegante da sala de jantar, que mais parecia a casa de um amigo que tínhamos ido visitar. É sempre promissor ter esta sensação num restaurante. Por ser segunda-feira estranhei a presença de tanta gente, mas pelo que me contaram a casa costuma estar cheia...

A ementa não é variada e é sempre composta de quatro pratos de carnes típicas - mas o que fazem, fazem mesmo bem. A carne é cozinhada ali mesmo, na lareira que ocupa um canto do restaurante e o sabor é genuíno. No fim, pagar 13 euros por uma posta deliciosa do tamanho de um prato com dois acompanhamentos, vinho da casa (muito bom!), sobremesa e café é quase surreal.

Sem dúvida uma das melhores refeições de todos os tempos e a vontade de voltar lá sempre que possível – que pena ficar tão fora de mão...

Qualidade dos pratos: 20
Qualidade do serviço: 18
Tempos de espera: 17
Preço: 18

CLASSIFICAÇÃO FINAL: 18 Valores
Restaurante O Abel
5300-553 Gimonde
Bragança

Mil duzentos e trinta e cinco euros e setenta e três cêntimos.

Foi este o valor da minha factura de internet móvel relativo ao mês de Outubro. Foi este facto insignificante que me levou, há um mês, a escrever o post “Em suspenso”. Era este nó que eu tinha atravessado na garganta nas últimas semanas e que me levava a encarar o Natal e, consequente, os gastos em prendas de forma muito céptica. Tudo por causa de uma happy hour que afinal de happy não tinha nada – bem pelo contrário.
Após o diálogo que se impunha com o meu fornecedor, após telefonemas e cartas, hoje, finalmente, respirei...! Fui informado do cancelamento da factura com direito a desejo de boas festas e tudo!
Agora sim, estão reunidas as condições para um Natal confortável... Só faltava um pormenor para que tudo fosse perfeito: Que o George Michael tivesse finalmente acertado e oferecido o coração a alguém realmente especial no Natal passado e não tivéssemos que gramar, mais uma vez e a toda a hora, com o choro interminável do “Last Christmas, I gave you my heart...” em tudo o que é ruas, cafés, shoppings e até cinemas!!!

Os Invictos - Ponto de Situação

O Oeiras, líder incontestado da 1.ª Divisão de Honra da AF Lisboa, deixou-se surpreender no terreno do Pêro Pinheiro e abandonou a lista dos invictos 2008/2009. Também o Ferreiras, o Vila Fria e o Ferreira de Aves sofreram a primeira derrota e deixaram a lista que fica com apenas 17 equipas. Estas podem ser classificadas por número de jogos sem perder(primeiro factor) e por número de vitórias(segundo factor), da seguinte forma:

De realçar que o Ac. Felgueiras, da AF Porto, é líder com uma impressionante série de 15 jogos sem perder, apesar do Esp. Lagos ser a equipa com mais vitórias – 11 em 12 jogos. O Benfica e o Montalegre não jogaram este fim-de-semana e por isso continuam nos seus postos na classificação. Na próxima segunda-feira há novidades e campeões de Inverno...

Um dia diferente

Ao contrário do que é usual, desta vez a empresa surpreendeu-nos com uma tarde radical na DiverLanhoso a anteceder o tradicional jantar de Natal. Com autocarro alugado e tudo (!) lá fomos nós desafiar o frio e a tarde/noite com um jogo de paintball em que não se via um palmo à frente do nariz e uma caça ao tesouro com equipas de 12 elementos e apenas uma lanterna... Acabou por ser divertido, mas fica a sensação que se estes eventos fossem organizados no Verão seriam muito mais proveitosos.


O jantar também foi positivo, pois a existência de um autocarro dá maior liberdade a todos para beber um ou dois copos a mais... E desta vez até tínhamos DJ para mandar a malta toda para a pista!


A repetir, claro, sempre que se justifique... mas talvez corrigindo um ou outro ponto na organização.

Lista de Prendas - Porque é quase Natal!

Para facilitar a vida ao pessoal, segue a lista de presentes que não me importava nada de receber este Natal:

- Paz no Mundo.
- Benfica campeão.
- Um daqueles pijamas fabulosos e altamente pirosos da Springfield que vêm num saco com o mesmo padrão e tudo. Quanto mais colorido e esquisito melhor!
- Um roupão, mas neste caso tem que ser discreto porque senão baralha-se todo com o pijama da Springfield.
- O tal livro novo do Rui Zink. Parece-me bem interessante.
- Um disco externo com pelo menos 200 Gb (esta é claramente abuso).
- De resto, tudo o que for roupa gira é sempre excelente ideia!

Pede-se a quem ler esta mensagem que faça chegar a informação aos destinatários óbvios. Ou seja, no caso da primeira prenda Deus (e talvez o Barack Obama e o Putin, por exemplo), no caso da segunda os árbitros (deve ser suficiente) e nos restantes casos a minha namorada e os meus pais, irmãos e primos. Espero é que eles comuniquem todos entre si para não receber 3 pijamas e 2 livros do Zink, por exemplo...

O Humor na TV

No princípio era o Herman. Penso que é unânime que Herman José revolucionou o humor em Portugal e que, durante vários anos, não existia quem estivesse à sua altura. No entanto, o próprio Herman, sensivelmente após o Herman Enciclopédia, entrou numa fase de declínio na carreira, natural talvez, e que seria o momento certo para aparecerem novos talentos para ocupar aquele espaço tão importante no humor em Portugal. O problema é que as tentativas que surgiram nessa fase (Programa da Maria, Paraíso Filmes, etc.) por umas ou outras razões, não tiveram o sucesso pretendido, deixando a televisão portuguesa um pouco órfã de programas humorísticos de qualidade superior.

O surgimento dos Gato Fedorento encabeçados por um fabuloso Ricardo Araújo Pereira, veio comprovar que o povo estava desejoso que aparecesse alguém que nos fizesse rir, pois criou-se desde logo um movimento de fãs na SIC radical e na Internet que os empurrou para a fama em menos que nada. E durante uns quatro ou cinco anos, o humor foi quase exclusivo dos quatro “mosqueteiros” das Produções Fictícias.

Acontece que a concorrência desta vez está a funcionar. Programas como Os Contemporâneos e TeleRural conseguiram o seu espaço com tipos de humor diferentes do dos gatos e agarraram o seu mercado. De tal maneira que, regra óbvia da concorrência, Os Gato Fedorento abandonaram um certo relaxamento que se havia apoderado deles nos últimos tempos e foram obrigados a puxar dos galões para aumentar a qualidade do seu programa. Vi no Domingo o último Zé Carlos e notei essa melhoria em em relação às primeiras emissões da série, que eram muito, muito mornas... Claro que todos nós, apreciadores de humor, ficamos a ganhar com esta nova vaga do humor em Portugal.

A mais recente novidade humorística na TV é O Programa do Aleixo, talvez ainda desconhecido do grande público. Mas não por muito tempo... Se ainda não viram, têm mesmo que ver. É um talk-show indescritível e obrigatório para quem gosta daquele tipo de humor non-sense, disparatado e viciante. Neste momento, talvez por ser novidade, é o meu preferido. E faz-me rir às gargalhadas.. Baseia-se nos Conselhos de Bruno Aleixo que surgiram na Internet não se sabe como nem quando e que, só por si, já eram hilariantes. Também já assolou a Internet, por isso poderão visualizar facilmente as primeiras cinco emissões no YouTube. Não percam... Mesmo!

Os Invictos

É mesmo notícia. 3 anos depois, o Benfica volta ao topo da classificação da maior competição do futebol português, e logo com uns tão categóricos como invulgares seis golos sem resposta num dos campos mais difíceis do campeontato, o do Marítimo. Faltando apenas uma jornada para o final do ano, o Benfica prepara-se para ser campeão de Inverno, o que pode ser bem motivador para um plantel que procura ainda a sua verdadeira identidade, alternando resultados menos bons com exibições realmente impressionantes.
O Benfica continua a ser a única equipa da Europa sem derrotas no principal campeonato nacional, o que é a todos os níveis notável.

Quanto ao nosso Montalegre, voltou a conseguir um empate suado num terreno difícil, lidera confortavelmente a classificação e, curiosamente, também sem derrotas. Facto que me levou a efectuar uma rápida pesquisa pelos campeonatos nacionais e distritais (neste caso,a principal divisão) de Portugal para chegar à seguinte lista de apenas 21 equipas sem derrotas até à data:

Liga Sagres 2008/09(11 jogos): Sport Lisboa e Benfica
III Divisão Série F 2008/09(12 jogos): Cova da Piedade
AF Algarve - 1ª Divisão 2008/09(11 jogos): Esp. Lagos e Ferreiras
AF Braga - 1ª Divisão Serie 1 2008/09(9 jogos): Louro, Apulia e Ninense
AF Bragança - Divisão Honra 2008/09(8 jogos): Morais FC
AF Coimbra 1ª Divisão Série B 2008/09(10 jogos): GDCova-Gala e Praia da Leirosa
AF Évora - 1ª Divisão Série B 2008/09(9 jogos): Corval
AF Leiria - 1ª Divisão Serie Norte 2008/09(10 jogos): Ansião e Pedroguense
AF Lisboa - 1ªDivisão Honra 2008/09(12 jogos): Oeiras
AF Porto - 1ª Divisão Série 2 2008/09(14 jogos): Ac. Felgueiras
AF Viana do Castelo - 1ªDivisão 2008/09(10 jogos): Vila Fria e Chafé
AF Vila Real - Divisão Honra 2008/09(11 jogos): Montalegre
AF Viseu - 1ª Divisão Norte 2008/09(8 jogos): Carvalhais e Ferreira de Aves
AF Viseu - 1ª Divisão Sul 2008/09(9 jogos): “Viseu e Benfica”

Tendo em conta que estamos a falar de 28 campeonatos e mais de 400 equipas, não deixa de ser impressionante! Veremos quem aguenta mais tempo...

Back to Work

Prefiro o calor ao frio, o Verão ao Inverno. Mas reconheço que o frio traz consigo algumas características que aprecio e muito... Durante estas férias tive oportunidade, por exemplo, de saborear o resultado de duas matanças (e que belo resultado...) e de participar em alegres tertúlias pela noite dentro no nosso café de eleição. Não há nada melhor que umas guitarradas e cantorias até altas horas da noite, comendo presunto e salpicão e regando tudo isto com dois copos de vinho enquanto vemos a neve, lá fora, a cair abundantemente!

De resto, os duendes lá conseguiram salvar o Natal, com sucesso a toda a linha (Yes!) – e consegui aproveitar estes dias para fazer a maior parte das compras de Natal, o que me permite evitar as noites loucas dos shoppings em Dezembro. Foi pena aquela greve dos professores a meio da semana com a qual eu não contava e que encaminhou professores e alunos para os shoppings. Resultado: Uma hora perdido no caótico trânsito de Lisboa...

E hoje, o regresso ao trabalho. Devagar, devagarinho...

Utopia...

...pensar que lá por ficar por terras lusas neste pequeno período de férias ia ter a mesma disponibilidade que tenho em semanas "normais" para escrever no blog. Errado, não tenho parado um segundo... há que aproveitar as férias mesmo ao pormenor e hoje também não vai ser o dia em que vou escrever grande testamento – é que ainda há compras de Natal para fazer e um mega-torneio de PES lá mais pro final do dia!

Deixo-vos com uma pequena amostra do aspecto que tinha Montalegre no fim-de-semana passado...

Bola de Ouro


A revista "France Football" confirmou o que se esperava. O nosso Cristiano Ronaldo é mesmo o melhor do Mundo 2008. Justíssimo, pois claro... A Bola de Ouro junta-se à Bota de Ouro na galeria de prémios de Ronaldo. Falta apenas o resultado do FIFA World Player of the Year 2008 para o quadro ficar completo...

Não há InterRail ... Mas há férias na mesma!!!


O InterRail que mencionei no início do blog e que tantas opiniões motivou acabou mesmo por ficar adiado. Adiado, repito, não cancelado. Cheguei à conclusão que há mais hipóteses de ter uma boa companhia no ano 2009 e prefiro aguardar mais uns meses...

Entretanto, aproveito a semana de férias que começa agora (e que se mantém porque é bem merecida) para passar uns dias na capital junto da família e a ajudar a preparar a quadra natalícia que está aí à porta. Também me parece bem.

Portanto, a partir de hoje e até dia 9 de Dezembro... FÉRIAS!!! Mas continuo por aqui, claro...

Blindness


Ensaio sobre a cegueira foi talvez o livro que mais marcou a minha juventude. Motivo mais que suficiente para eu estar com muito receio do novo filme de Fernando Meirelles baseado no livro de Saramago. Penso que é normal, quando se gosta muito de um livro e este é adaptado ao cinema, ter medo de ver na tela as cenas de uma forma completamente diferente daquela que se imaginou com a leitura.
Para além disso, as várias críticas negativas que li e ouvi tinham contribuindo bastante para o meu cepticismo em relação ao filme, mesmo sabendo que seria da autoria de Fernando Meirelles, excepcional realizador de Cidade de Deus.

Mais do que qualquer outro argumento, neste há necessariamente uma diferença grande entre a leitura e a visualização. Enquanto que no livro somos mais um dos “cegos” a imaginar situações relatadas, aqui o realizador convida-nos (como não podia deixar de ser) a ver o que a mulher do médico vê. E aí, o filme ganha uma dimensão diferente da do livro. E Meirelles é fabuloso nesse aspecto, ao conduzir o espectador por todo aquele ambiente primário, nojento mesmo, quase conseguimos sentir o cheiro a suor, sangue, bolor, podridão... tal como no livro. Importantes também os momentos de “brancas”, de escuridão total, de imagens desfocadas, como que a lembrar-nos de como somos afortunados por poder ver o que estamos a ver.

Constatei que muitas das situações que tinha imaginado são semelhantes às do imaginário do realizador (agradável surpresa!) e fiquei realmente impressionado pelo realismo e pela força das imagens. Cheguei mesmo a sentir-me cansado e enjoado, algo que já havia sentido no livro e que nunca pensei que fosse transportado para cinema com sucesso. Julianne Moore, uma das maiores da sua geração, é a escolha perfeita para esta personagem, a imagem viva do sofrimento, da dor de ver o que não devia (e provavelmente, a partir de certo ponto, já nem queria) ver e do peso que carrega sem nunca o ter desejado. Concordo com as críticas de que algumas cenas ficam um pouco em suspenso e são mal exploradas, o filme falha um pouco por aí, mas também acredito que isto se deve à tentativa de não o tornar demasiado longo. Esforço desnecessário, pois os 120 minutos de “Blindness” passam sem se dar por eles.

Há quem diga que o filme é melhor que o livro. Claro exagero, pois o filme, apesar de possuir o essencial, acaba por passar um pouco ao lado da intensidade e da profundidade da obra de Saramago. No entanto, sem ser perfeito, é um excelente filme e uma agradável surpresa.
Classificação: 17 valores

Pequenas grandes diferenças

Há alguns anos recebi um mail com uma história muito interessante e que nunca mais esqueci. Uma história que demonstra claramente a diferença entre um país desenvolvido e ... o nosso.
Apresentado na primeira pessoa como verídico, é o caso de um português que foi trabalhar para uma grande empresa na Suécia, uma daquelas empresas com um parque de estacionamento de perder de vista dado o número elevado de funcionários. O português ia todos os dias de manhã com um colega sueco que, amavelmente, lhe dava boleia para o trabalho. Eles deviam entrar todos os dias às nove horas, mas iam sempre cedo e chegavam por volta das oito e meia. E todos os dias o sueco estacionava o carro à entrada do parque, tendo eles que caminhar uns dez minutos até à entrada do edifício. O português não entendia este procedimento, já que às oito e meia o parque estava sempre vazio... Quando ganhou confiança com o colega, passados uns dias, lá lhe perguntou porque é que, chegando tão cedo e com o parque vazio, o sueco não estacionava à porta da empresa.
A prova de que os portugueses têm uma mentalidade que não nos permite dar um passo em frente que seja, é que até hoje ninguém me soube dar a resposta correcta, e já perguntei a tanta gente...!

E não, a resposta não é “para não apanhar trânsito na saída ao final da tarde”...

O sueco respondeu que a resposta estava na pergunta – já que chegam cedo têm tempo para percorrer aquele caminho a pé, enquanto que os que se atrasam vão precisar de estacionar à porta para não se atrasarem ainda mais...

Agora digam-me com sinceridade: Isto cabe na cabeça do português???

Na margem do Thames

Para terminar o meu relato da visita a Londres, deixo-vos um momento muito especial numa tarde de Outono na margem do Thames River (Rio Tamisa, para os anti-inglesismos)...

A Invenção


O cartaz anuncia: Finalmente, um secador de mãos que funciona devidamente. Nada mais acertado. Em Londres (claro) deparei-me com a verdadeira invenção. Vale bem a pena os 20 pennys que temos que pagar para ir a este WC na estação de comboios de Liverpool Street... E era tão fácil de inventar! Porque é que nunca ninguém se lembrou disto antes???

Descobertas

Confesso, sou um tipo bastante distraído. Não há nada a fazer, é uma coisa que nasce com a gente...Mas é sempre bom ter por perto pessoas que são ainda mais distraídas do que eu – E a minha irmã bate todos os recordes nesse aspecto!

Descobertas feitas por nós em apenas dois dias, na suite de 10mx5m onde ela tem estado enfiada nos últimos 2 meses(!):

a) Um interruptor da luz principal do quarto, indecentemente escondido atrás do... fio do interruptor do candeeiro:



b) No final do primeiro dia, o desabafo: “Bolas, esqueci-me outra vez de comprar um piaçaba”. E a minha resposta: “Qual é o problema deste que tens aqui?” – “TENHO???”




c) Na única tampa da única panela que ela utiliza, afinal havia furos para saída do vapor e bem convenientes para escorrer a água da massa...


E foram só dois dias... Imagino se fosse lá passar uma semana de férias!!! És mesmo um show, mana...

Wicked

Desta vez tinha mesmo que ir ao teatro. Ir a Londres e não ir ao teatro é como ir às Caldas e não comprar um... bem, vocês sabem. A oferta era imensa: O Fantasma da Ópera, Billy Elliot, Mamma Mia, Hairspray, Rei Leão, etc, etc... Estava mesmo complicado escolher apenas um. Dado que já tínhamos visto no cinema os que referi, decidimos optar por um que não conhecíamos mesmo e que tem sido nos últimos meses o espectáculo mais visto na cidade: Wicked, a história nunca antes contada dos feiticeiros de Oz antes da chegada da bela Dorothy dos sapatinhos vermelhos. Relata a caricata e difícil amizade entre Elphaba, “the wicked witch of the west” e de Glinda, “the good witch of the north” num argumento que inclui várias referências ao nosso bem conhecido Feiticeiro de Oz.
Apesar da fama de que gozam os musicais da broadway e da qualidade sobejamente reconhecida das companhias de teatro de Londres, um bilhete de cerca de 30 euros para um espectáculo de duas horas e meia faz desconfiar qualquer um. Mas a verdade é que valeu mesmo a pena. Tudo. O teatro é imenso e espectacular, o som é óptimo e o argumento da peça é extremamente original e divertido, sendo o talento (tanto, tanto talento...!) dos actores/cantores a cereja no topo do bolo. Ficamos mesmo enfeitiçados e as duas horas e meia passam como se fossem 15, 20 minutos.
Não sou um especialista de teatro, confesso aliás que se contam pelos dedos de uma mão as vezes que lá fui, mas saí do Apollo Theatre com a sensação de que tínhamos acabado de presenciar algo de muito, muito especial...

A Masmorra do Terror




Quem vai a Londres apercebe-se rapidamente das atracções mais badaladas para os turistas: London Dungeon, Madame Tussaud e London Eye. Existem até bilhetes especiais para duas ou mesmo para as três atracções. Como só tínhamos tempo para uma, e porque somos adeptos do terror, lá ganhámos coragem e fomos mesmo à primeira.
Trata-se basicamente de uma visita a um museu do terror, mais do que uma casa assombrada. Aliás, a ideia inicial em 1976 era mesmo essa. No entanto, o que se torna realmente divertido e assustador é a interacção com os actores, mortos-vivos que ao mesmo tempo que apresentam as várias partes da expedição nos vão empurrando para corredores escuros e assustadores.
Perdemo-nos no labirinto dos espelhos, conhecemos Jack, o estripador, presenciámos a Grande Praga de 1665 e visitámos a Londres de 1666 totalmente em chamas, tendo ainda direito a ser barbeados por Sweeney Todd e a ser enforcados por crimes à humanidade no final da viagem. Tudo isto com um ambiente de permanente suspense e medo, mas sempre polvilhado com um humor negro muito peculiar dos actores e das próprias atracções. Foi pena o problema técnico que nos impediu de fazer a viagem de barco para o Inferno.
A minha irmã foi finalmente julgada e condenada à morte por executar danças típicas de bruxas, em público, totalmente nua. Algo que pecou por tardio, claramente. Há anos que ela insiste neste tipo de actividade...
No geral, fica a sensação de visita de escola, pois por entre o medo e os sustos as pessoas estão com os sentidos permanentemente em alerta e acabam por apreender toda a parte histórica da atracção que é, em última análise, o objectivo fundamental. Fica também a ideia de que se o grupo fosse de 5 ou 10 pessoas em vez de umas 30 teríamos muito, muito mais medo...

London

Nunca tinha ido a Londres. Apesar da vontade de conhecer a cidade, não tinha um motivo forte que me levasse a decidir visitá-la. Agora, com a minha irmã por lá, foi o segundo fim-de-semana (em dois meses) que lá passei. Pode-se pensar que é pouco, mas com a viagem de ida na sexta e o regresso na segunda sobram dois dias inteirinhos para aproveitar ao máximo...
Sair do emprego, 10m de carro para casa, 10m a pé para o metro, 30m de metro para o aeroporto, 2h de avião para Stansted, 45m de comboio para Londres, 1h30m de autocarro e mais 20m a pé para casa da minha irmã. No mínimo, cansativo... Mas Sábado de manhã lá estávamos prontos para correr a cidade toda, que a vida são dois dias (e o fim-de-semana também) e não há tempo para dormir.
A rede de autocarros e de metro é extremamente completa e acessível, o que facilita a vida a qualquer turista. Aproveitei para visitar os (poucos) locais de interesse que me tinham faltado da primeira vez, como a St. Paul’s Cathedral, o Tate Modern e o Natural History Museum. Fomos também conhecer a Hamleys, loja de brinquedos de 6 andares que faz o Toys r’ Us parecer a mercearia do Sr. José e que envia de volta à infância qualquer adulto que passe aquelas portas. Regressei a Covent Garden (e como eu adoro Covent Garden...!) mas desta vez não estava lá a Helena Bonham Carter. Aliás, não estava lá quase ninguém porque ao Domingo a partir das sete da tarde (!!) já Londres é uma cidade adormecida...

Fomos ainda ao teatro (claro...) e a uma das maiores atracções da cidade, mas sobre isso falarei a seu tempo, nos próximos dias – Especialmente para aqueles que se queixaram dos 3 dias em que não dei notícias (e que me deixaram bem surpreendido pelo sucesso que este blog ainda recém-nascido está a ter), o ‘castigo’ será aturar as minhas histórias londrinas a semana toda...
Por fim, a pior parte da viagem –por questões de logística e de calendário, lá tive que apanhar o voo das 06:35 de regresso ao Porto e portanto dormir no aeroporto da meia-noite até essa hora... Entre as cadeiras do aeroporto e os assentos do avião, lá fui dormindo umas 4 horas, as suficientes para garantir hoje os serviços mínimos no emprego...

Último Metro

Hoje há concerto do Palma. Pelas 22h, no Campo Pequeno, o espectáculo intitula-se “Último Metro” e vai ter a participação de vários amigos do autor, destacando-se de entre os quais João Gil e Tim. Será um concerto um pouco diferente, com cerca de 200.000 watts, quatro ecrãs gigantes e um sistema especial que conduz o som uniformemente pela sala.
O espectáculo marca também a despedida da digressão de Voo Nocturno, o último álbum do artista e que se veio a revelar um verdadeiro sucesso, muito por “culpa” do mega-sucesso Encosta-te a mim, que foi aproveitado (até à exaustão, digo eu) para genérico de novelas e publicidades de bancos.
Com viagem marcada (há meses) para Londres esta noite e com grande pena minha, não vou poder ir. Sou fã incondicional de Jorge Palma há vários anos e já o vi muitas vezes ao vivo. Mas neste caso concreto, porque sinto que vai ser mesmo especial e único, gostava de poder lá estar...

Para Ti

Porque não há nada melhor do que ter ao nosso lado quem nos compreenda e nos dê aquele apoio fundamental nos momentos certos, porque há pessoas mágicas que com pequenos grandes gestos conseguem transformar um dia horrível em algo de verdadeiramente memorável, hoje escrevo só para ti...

Muito Obrigado...!

Em suspenso...

Lembram-se da série de animação Oliver e Benji, com o famoso Tsubasa? Aquela do futebol, com miúdos japoneses que eram super-craques? Ou, mais recentemente, do Songoku?
Claro que toda a gente se lembra....

E sabem aqueles momentos que por vezes duravam episódios inteiros em que tudo parava e só havia mudanças nos planos da imagem enquanto a personagem pensava alto?

Após a última notícia que recebi, há dois dias, entrei num estado que se assemelha muito a essas cenas típicas da animação japonesa. Está tudo parado à minha volta e eu, como nem sei bem o que hei-de fazer neste momento, estou assim... Em suspenso...

Paixão pelo Futebol




À partida, um Sporting-Porto ou Porto-Sporting é sempre um jogo chato. Aliás, é o pior jogo a que posso assistir, pois um jogo que eu queira mesmo ver tem que ter o Benfica como interveniente. Os restantes jogos de Sporting e Porto também têm algum interesse porque posso sempre torcer pelo adversário, do qual sou adepto... desde pequenino. A coisa complica-se realmente quando estas duas equipas se defrontam, pois nunca fui capaz de torcer por nenhuma.
Ontem tudo foi diferente, pois o árbitro principal, ou melhor, a estrela principal era o famoso Bruno Paixão. Com ele, um jogo de futebol ganha contornos de circo, com malabarismos incríveis, trapezistas, mulheres com bigode e domadores de leões! Treze (!) cartões amarelos, três (!!!) vermelhos, 3 ou 4 penalties por assinalar e um jogo impróprio para cardíacos, com prolongamento e penalties! Alguma vez um jogo destes seria assim tão interessante sem a intervenção de Paixão? Gente desta é que faz falta ao futebol! Em nome dos adeptos do futebol, muito obrigado Paixão!!!

Saber Falar


Habituei-me a gostar de o ouvir nas Noites Da Má-Língua da SIC. Comunicador por excelência, Rui Zink (autor e professor universitário) é daquelas pessoas que falam com um à-vontade que nos mantém atentos, mesmo que o assunto em questão não nos interesse à partida. O mais interessante é que, apesar da cultura geral que o escritor obviamente possui, não escolhe o caminho das expressões e palavras caras. Utiliza sempre aquele discurso informal, de conversa de café, sem pudores ou falsas modéstias. E há permanentemente aquela sensação de que a qualquer momento pode sair uma “bomba” inesperada. Assim foi ontem, no programa Nuno e Nando da Antena 3, em que Rui Zink discorreu sobre vários temas, confessando pelo meio que já deu várias aulas ressacado e quase sem dormir, que já se “prostituiu” várias vezes aos canais de comunicação por motivos de força maior (audiências, vendas, projecção) e assumindo também que não é adepto do estilo de escrita pouco arrojado de Miguel Sousa Tavares.
Uma hora de conversa saudável e bem-disposta com o objectivo principal de promover o seu novo romance, “O Destino Turístico”. Comigo funcionou, pois não tendo nunca lido nenhum livro dele, fiquei mesmo com vontade. Pode ser que o Pai Natal esteja pelos ajustes...

O Marteleiro de Paço de Sousa

Mais palavras para quê??? :) :) :)

Heroes

Heroes é uma série especial. Mesmo aos que não são fãs de histórias de super-heróis e de ficção em geral, aconselho que vejam o episódio piloto e acredito que vão mesmo mudar de ideias.
Não, não se trata de relatar factos heróicos de um qualquer Super-Homem, e também não se assiste a grandes batalhas entre bons e maus. O argumento torna-se realmente interessante quando aborda o lado humano de uma pessoa que tem um poder especial, sobrenatural. As questões que cada um coloca a si próprio, a dúvida entre tornar público este facto, a análise das vantagens e desvantagens que essa atitude poderia trazer. Como diz a personagem principal de Blindness, o filme de Fernando Meirelles baseado no Ensaio Sobre a Cegueira de Saramago, “The only thing more terrifying than blindness is being the only one who can see”...
É que a qualidade da série nem sequer se baseia na qualidade dos actores – Jack Coleman (Noah), Sendhil Ramamurthy (Mohinder) ou mesmo Milo Ventimiglia (Peter Petrelli), por exemplo, são bastante fraquinhos para uma série com esta projecção. São, aliás, muito poucos os casos de bons actores, salvando-se talvez Masi Oka no divertido papel de Hiro, Hayden Panettiere (Claire) e Zachary Quinto (Sylar), este último com um carisma muito especial.
Tal como aconteceu com a grande maioria das séries norte-americanas, Heroes também sofreu bastante na pele a greve dos argumentistas. O realizador Tim Kring viu-se mesmo obrigado a terminar abruptamente a segunda season ao 11º episódio, quando estavam previstos 23 em cada season. Também por isso eram muitas as dúvidas dos fãs sobre a season seguinte, se seriam mantidos os níveis de qualidade das anteriores. A verdade é que a terceira série está, até à data, num tom morno e um pouco indeciso em relação ao rumo a tomar.
Como um azar nunca vem só, Tim Kring assistiu recentemente ao abandono de dois dos seus principais argumentistas, Jeph Loeb e Jesse Alexander. O realizador afirma que este novo dado até foi positivo e que a partir do capítulo 18 (último que teve a participação dos dois argumentistas e que está ainda bem longe de estrear) a série vai ganhar um novo fulgor. É esperar para ver, mas as dúvidas aumentam cada vez mais...
De qualquer maneira, quanto mais não seja pela excepcional primeira série, vale mesmo a pena acompanhar Heroes. Está muitos furos acima da qualidade média das séries norte-americanas...

Relembrando o Curso...


Eu envergando orgulhosamente a camisola do verdadeiro curso - Medicina Desportiva!!! Aproveito para mandar um grande abraço ao pessoal que esteve naquela jantarada memorável na Queima... Este ano há mais (embora como Antigos Alunos)!


Soldouro - Peso da Régua

A maior vantagem que o meu emprego tem é, sem dúvida, a possibilidade de conhecer o país de uma ponta a outra, os monumentos e, como não podia deixar de ser... A Gastronomia de Portugal! Como bom garfo que sou, tento sempre experimentar novos sabores por onde passo.
Hoje fui conhecer um novo restaurante em Peso da Régua, bem junto ao Douro com uma vista fora de série e com a pacatez típica desta zona do país.
O requinte está bem presente nos pratos que foram servidos... Comecei com uma sopa de abóbora com bacon que surgiu, surpreendentemente, dentro da própria abóbora!


De seguida provei estas plumas de porco preto com batatas a murro, couves cozidas e um crepe folhado:


Para finalizar, arroz doce com passas.

Uma boa refeição, muito fina, mas com o inconveniente do tempo exagerado de espera por cada prato. É, no entanto, um belo restaurante e uma excelente opção para uma noite romântica, por exemplo...

Qualidade dos pratos: 16
Qualidade do serviço: 18
Tempos de espera: 12
Preço: 14

CLASSIFICAÇÃO FINAL: 15 Valores

Restaurante Soldouro
Avenida de Ovar, Edifício Barreiros Lote 3
5050-223 Peso da Régua

Today is The Day


Nos Estados Unidos até as eleições parecem fabricadas em Hollywood. Barack Obama, com o seu estilo à lá Denzel Washington, parece ser mesmo o grande favorito à vitória. Do outro lado da barricada, John McCain seria um perfeito vilão nos filmes de 007, devidamente acompanhado por uma “Bond Girl” que, não sendo uma mulher feia, tem todo o aspecto de dormir com o herói o filme todo à espera do momento ideal para o apunhalar pelas costas...

Mas nos filmes de Hollywood nem sempre ganha o herói no final...

No Portugal profundo...




8:50 da manhã, A25 no sentido Viseu-Aveiro. Tudo normal até o Mercedes que circulava à nossa frente decidir atirar-se contra o rail. Não contente com a habilidade, o condutor decide continuar a marcha deixando atrás de si restos de plástico, chapa e outras peças... às tantas perde mesmo a panela do escape que se vai enfiar, inevitavelmente, debaixo do meu carro com estrondo... O resultado foi o esperado: Encostar à berma, desligar um motor que berrava a plenos pulmões e ligar para os suspeitos do costume: Assistência em viagem, polícia, etc...

Após uma hora de espera e de quase desespero, eis que chegam todos ao mesmo tempo: Reboque, Polícia e gajo da junta de estradas. Lá assinei os papeizinhos todos, soprei ao balaozinho, mostrei os documentozinhos, etc, etc...”E agora? Está tudo?” – “Não, temos que esperar todos aqui pelo taxi que os vai levar” – Fabuloso. Mais meia hora com aqueles desconhecidos de Viseu de pronúncia especial (“agora o taxi da axistenxia em viagem vai levá-los à Hertes para lhe darem lá outro carro”) até chegar o tal taxi.
De seguida, viagem de taxi até Viseu com um motorista que tentava desesperadamente utilizar o kit mãos livres para falar com um colega (contei 48 “TOU!”s) intercalando esta actividade com sons como o “Fátima no Coração” de autor desconhecido ou o “Sou Português” de Toy. Lá conseguiram marcar a patuscada no campo da bola para Sábado à noite. Mas só depois de ele parar e desligar o carro “para ver se o boi dos mãos livres reinicia” (!?!?!?).

Quase a chegar a Viseu, a placa castanha de monumentos assinala: “Sé de Viseu”. E na mesma placa, à mão, está também registado em letras garrafais que “O Noddy é gay”. Revelador. A senhora da “Hertes” não quis estragar a boa onda da manhã e, ultra-carrancuda, lá demorou 20 minutos a preencher uns papéis de aluguer de um carro a um tal de... Miguel Pedrosa. Pior ficou quando eu lhe expliquei que não assinava porque o meu nome não era esse – e precisou de mais 20 minutos carrancudos para preencher novos papéis em condições. Coitada, devia estar a ter uma manhã surreal.......
E às 11:45 da manhã, com carro novo e completamente fora de rota, conseguimos finalmente...tomar o pequeno-almoço!!!

Diversões (?)




Frequentar parques de diversões ganha toda uma nova dimensão quando o parque em causa está instalado em Trás-os-Montes. Este fim-de-semana regressou a Feira dos Santos a Chaves com as tradicionais diversões e nós aproveitámos (aproveitamos todos os motivos) para uma grandiosa jantarada no local.

Posso garantir que andar no “Canguru do Amor” depois de uma bela dose de pernil assado com arroz de feijão, com temperaturas negativas, aos saltos e a alta velocidade, ultrapassa a simples adrenalina da diversão para se tornar num acto de proporções heróicas só ao alcance de alguns!

O novíssimo Casino acabou por se revelar melhor opção para uma noite de inverno à antiga...

Hand Job

Os franceses Daft Punk são autores de uma música electrónica mais tarde remasterizada e popularizada por Kanye West com o título Stronger. Um fã (incondicional, calculo) do duo francês decidiu criar uma coreografia bem original para a música e colocar o vídeo no Youtube. O resultado? Mais de 25.000.000 visitas em apenas 15 meses...



Alguém que tem, indiscutivelmente, muito tempo...nas mãos!

Burn After Reading

Há uns meses, após assistir ao oscarizado Este país não é para velhos, fiquei com um pequeno receio – que os irmãos Coen tivessem dado um passo definitivo numa direcção completamente diferente daquela a que tinham habituado os seus fãs. O recente Destruir depois de ler veio acabar com as minhas dúvidas. Não tem o argumento sólido de Fargo, mas também não é tão excêntrico como The Ladykillers, por exemplo. Está num ponto intermédio, bem dentro do universo de comédia negra ao mais puro estilo dos realizadores.

O leque de actores é muito forte, destacando-se Frances McDormand, Brad Pitt e John Malkovich – George Clooney não me convence e este estilo de comédia, então, não é definitivamente o seu espaço… Já o argumento é interessante, ao estilo “bola de neve” surreal de acontecimentos iniciados num pequeno equívoco…

Um filme sólido e entretenimento garantido, mas atenção: Só mesmo para apreciadores do género…

Classificação: 16 valores

Acreditar...


Confesso, sou daqueles que ficaram inevitavelmente marcados por “Música no Coração”, aquele musical de Robert Wise que dava todos os Natais à tarde e à noite e que no total já passou nas TVs portuguesas 1.322 vezes. Já não se trata de gostar ou não gostar, é daqueles que sei de cor de uma ponta à outra, incluindo as falas e as musiquinhas todas... e tem o dom de me fazer regressar um pouco à infância cada vez que o vejo.
Há justamente neste filme uma frase que se tornou bastante importante para mim e que me ajudou bastante em várias situações:

“Quando Deus nos fecha uma porta, abre sempre uma janela.”

Utilizei-a ontem mesmo, com um amigo que está a passar uma fase complicada. A versão corrente será o “há males que vêm por bem”, mas esta é carregada de misticismo e tem uma força diferente... Trata-se apenas de acreditar que as coisas vão melhorar, mesmo quando a nossa vida parece ter servido de base a Murphy para criar a sua Lei...

InterRail


A hipótese é fantástica: Paris, Bruxelas, Amsterdão, Frankfurt, Munique, Praga, Viena, Budapeste, Ljubljana, Zagreb e Milão. Onze cidades em onze dias. Sempre de mochila às costas, a dormitar em bancos desconfortáveis de comboios ou em hostels de segunda categoria...
É uma hipótese para as minhas férias que se aproximam, e a vontade é muita! Mas com um pequeno senão: Falta-me companhia... Claro que estamos muito próximos da data, mas a verdade é que quando falo nisto ( e já falo nisto há uns meses) ou mostro o plano que elaborei a conversa é sempre a mesma:
- “Sempre sonhei fazer um interrail desses!”
- “Então, vamos?”
- “Não tenho dinheiro/não tenho férias/a minha mãe não deixa/sou casado/sou casada/não tenho quem tome conta dos miúdos/não tenho quem dê de comer ao cão/não tenho vontade/ não tenho coragem/tenho uma entrevista(...)”
É fácil de perceber porque é que TODA A GENTE tem o sonho de fazer um interrail e ninguém faz... é que sozinho não tem a mesma piada... Já me estou a ver daqui a um ano ou dois a responder categoricamente a um desafio de algum amigo:
- “Sempre sonhei fazer um interrail desses...”

As boas-vindas, naturalmente...

Só faltava mesmo eu, já todos têm um blog... mas hoje acordei com uma vontade terrível de criar o meu. O meu espaço. Nem sempre tenho por perto quem me queira ou possa ouvir, e portanto sempre que não possa (ou não me apeteça) falar, escrevo. Escrevo por aqui. Pode ser que interesse a alguém...

E se interessar, quem quer que seja... seja bem-vindo!