Quinze dias com o meu pai

O meu pai passou quinze dias seguidinhos comigo. Eu acho que ele até estava um bocadinho receoso que eu me portasse mal, mas eu sou um bebé muito bem comportado e uma excelente companhia!

Fizemos muitas coisas:  Ele vestia-me roupinhas que já não serviam e outras que ainda estavam muito grandes, mudava-me as fraldas e dava-me a comidinha sempre a horas. Brincámos com bonecos, palrámos muito e até aprendi a fazer-lhe festinhas na cara e a trincar-lhe o nariz, apesar de ainda não ter dente nenhum. 

Descobrimos que para nós, em matéria de TV, é possível sobreviver apenas com SICRadical e BabyTV (e a BenficaTV ao fim-de-semana, para vermos a Liga Inglesa!).

Claro que de vez em quando o leite me caía menos bem e eu lá tinha que fazer uma espécie de pinturas na roupa dele... mas como era roupa de férias, acho que ele não se importou muito.

Cantámos muitas músicas todos os dias. Já reconheço os patinhos, os palhacinhos e a marcha de Montalegre! Para já só ele é que toca guitarra mas eu já ando a ver se aprendo...

Houve tempo para tudo: Rimos muito, dormimos muitas (tantas!) sestas, até deu para eu lhe ditar este texto todo para ele pôr no blog dele.

Foram quinze dias fantásticos e eu acho que ele também adorou... Gosto muito do meu pai!!!

Ass.: Vasco.


O bullying em '96, pelos Aerosmith

Hoje passei o dia sentado ao lado de alguém que tem um gosto musical extremamente apurado e que trabalha diariamente ao som de uma playlist invejável. Para mim foi um dia perfeito, pois nos tempos que correm não tenho tido tempo para ouvir a música que realmente gosto de ouvir, e tenho-me submetido quase sempre ao básico repetitivo das rádios portuguesas.

Ouvi músicas que já não ouvia há anos e outras que nem sequer me lembrava que existiam! E como é incrível aquela sensação de ouvir uma dessas e ir recuperando a memória ao longo da música, quase sentido o que se sentia na altura em que aquilo era o que estava na moda...

Uma delas foi esta incrível malha. Os Aerosmith foram para mim durante uns 4-5 anos a melhor banda do Mundo, e lembro-me claramente de ver este clip vezes sem conta no VH1 em 96-97. Nos tempos em que não havia Internets nem telemóveis e os clips do VH1 eram a nossa ponte para o mundo da música. Quando a palavra "bullying" ainda não existia mas o conceito já estava tão bem retratado num clip dos Aerosmith.

Hoje vibrei com Hole In My Soul, dos Aerosmith, como em 1996. Hoje sofri e vibrei com a vida deste rapazinho, como em 1996. Que maravilha.


NOTA: Só agora reparei que o vídeo não está completo, embora seja a versão que tem mais qualidade (vídeos dos anos 90... não há milagres!). Se quiserem ver como acaba o clip podem ver o último minuto deste:

Diga lá outra vez...?

"O Chelsea é uma verdadeira constelação de estrelas". Esta da constelação de estrelas é uma das minhas preferidas. Porque como toda a gente sabe também existem constelações de panados e constelações de macacos. É importante salientar que a constelação é de estrelas para ninguém pensar que é de outra coisa qualquer.

Faz-me lembrar aquela expressão que toda a gente usa sem se aperceber "Tenho um amigo meu". Porque se já tenho o amigo, ele já é meu, não é? Ou "Há dez anos atrás", porque se foi há dez anos a gente já percebeu que foi atrás - ninguém conta uma história que lhe aconteceu daqui a dez anos...

Outra que está na minha lista de favoritos: "Estamos de acordo, isso vai de encontro ao que eu pensava". Não, não estamos de acordo. Se vai "de encontro a" quer dizer que está contra. O correcto é mesmo "(...)isso vai ao encontro do que eu pensava".

São expressões que surgem numa conversa mas raramente na escrita pois ao escrever percebemos logo que algo está errado. Não serão tão importantes como os erros de escrita, claro.. Mas hoje achei curioso lembrar algumas destas expressões por causa da insistência do comentador na tal constelação de estrelas.

Lembram-se de mais alguma deste género?