Há dias dei por mim em agradável conversa com um português reformado que vive bem longe de cá, estando fora do país há 50 anos.
Começou por baixo, claro, tendo subido a pulso até se tornar chefe de uma empresa de construção civil. Uma história que não surpreende, igual a muitas outras.
A páginas tantas ele conta-me que no início, quando começou a ter que contratar, escolhia sempre portugueses por uma razão lógica, patriótica. Havia muitos que estavam a começar a dar os passos que ele já havia dado...
Foi uma questão de poucos anos até deixar de ter portugueses na empresa. Nos últimos 30 anos o único português que lá trabalhou foi ele próprio! Porquê?
"Os portugueses só me davam trabalho. Passavam a vida a olhar para o lado em vez de olhar em frente... só se preocupavam com o dinheiro que o colega do lado fazia, mediam sempre o vencimento e os prémios deles em função dos vencimentos dos outros! Depois era sindicatos, e reuniões, e queixinhas, passavam mais tempo nisto do que a trabalhar!!! Os portugueses são óptimos trabalhadores quando estão motivados, mas passam demasiado tempo a comparar-se uns com os outros em vez de tentar ser melhores, em vez de procurar evoluir..."
3 comentários:
Retenho esta parte: "Os portugueses são óptimos trabalhadores quando estão motivados...".
E é bem verdade, meu amigo.
E isto vai de acordo com as conversas que temos tido sobre o nosso "Estado Social". Já sabes, mais ou menos, a minha ideologia "política", mas 6M dependentes, directa ou indirectamente, do estado é muita gente. (Ok, sei que não está bem enquadrado com o tema, mas é a imagem que enviamos para o exterior)
Penso que nos tornámos um povo burocrático, supostamente burguês, que se refugia nas aparências, na estúpida concorrência do facilitismo em obter mais que o outro.
Oh, meu Deus! Ondeé que eu sinto isso todos os dias...???
Ah, grande Palhares! Não é só no marisco que ele sabe escolher...
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