Frost/Nixon

Frost/Nixon era à partida o candidato a melhor filme do ano que me despertava menor interesse, por aparentar ser um documentário daqueles cansativos, longos e demasiado políticos para o meu gosto. Agradável surpresa!

Richard Nixon foi o primeiro (e único, até à data) presidente dos Estados Unidos demissionário, muito por causa do escândalo do Watergate em que se viu envolvido. A oportunidade de uma redenção pública numa entrevista com um jovem e pouco ameaçador apresentador britânico (em contraste com os tubarões americanos, que exigiam o seu sangue, isto é, um pedido de desculpas à nação) pareceu-lhe um excelente negócio. Mas David Frost tinha alguns truques na manga…

Ron Howard, que conhecemos bem de Apollo 13, Uma Mente Brilhante ou Cinderella Man, por exemplo, dirige com mestria este jogo de interesses, preocupando-se essencialmente em retratar a personalidade de cada um destes dois homens e evitando o tom monocórdico documental. Frank Langella é um Nixon extremamente credível, usando e abusando não só das parecenças físicas com o ex-presidente mas também do tom de voz arrastado, pesado, imagem de marca de Nixon. Uma nomeação justa para o Óscar de melhor actor.

Uma história verídica contada da melhor forma, mesmo para quem à partida não é apreciador do género. Frost/Nixon é muito interessante.

Classificação: 16 Valores

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