Um documentário de cortar a respiração, pelo incrível talento natural de Amy Winehouse mas também pela constatação de um facto: Esta, de tão frágil, era uma alma perdida a partir do momento em que o Mundo a conheceu.
Uma história que, mesmo repetida vezes sem conta com vítimas diferentes, é sempre actual.
Fascinante, brutal, real, intenso. Obrigatório!
Escape Challenge - O desafio!
A ideia é simples: Um grupo de amigos aprisionado numa sala com o objectivo de conseguir decifrar vários enigmas e sair da sala dentro do tempo limite de uma hora.
É um conceito sobejamente conhecido no mundo virtual, há vários jogos online e aplicações que replicam situações deste género. No entanto é de saudar que em pleno século XXI surjam projetos destes que desafiam o paradigma dos jogos solitários online, estimulando o trabalho de grupo e o espírito de equipa numa experiência realista e verdadeiramente divertida para todos os participantes!
E é difícil nos tempos que correm encontrar uma atividade que seja tão abrangente - Escape Challenge é daqueles jogos que agradam a todos e que dão realmente vontade de voltar, de experimentar salas novas, desafios diferentes!
A equipa da organização é impecável, com uma boa disposição à prova de bala, sabendo também contribuir na medida certa para a criação do ambiente tenso necessário para que esta seja uma aventura inesquecível.
Não há dúvidas: Escape Challenge foi uma das melhores ideias dos últimos tempos, é recomendável a todos e é garantidamente uma hora diferente e muito bem passada!
P.S.- A nossa super-equipa conseguiu a fuga em 51 minutos!! Alguém consegue melhor...?
Escape Challenge
http://www.escapechallenge.net/
Rua de Santa Catarina, 218
3º Andar
Porto
É um conceito sobejamente conhecido no mundo virtual, há vários jogos online e aplicações que replicam situações deste género. No entanto é de saudar que em pleno século XXI surjam projetos destes que desafiam o paradigma dos jogos solitários online, estimulando o trabalho de grupo e o espírito de equipa numa experiência realista e verdadeiramente divertida para todos os participantes!
E é difícil nos tempos que correm encontrar uma atividade que seja tão abrangente - Escape Challenge é daqueles jogos que agradam a todos e que dão realmente vontade de voltar, de experimentar salas novas, desafios diferentes!
A equipa da organização é impecável, com uma boa disposição à prova de bala, sabendo também contribuir na medida certa para a criação do ambiente tenso necessário para que esta seja uma aventura inesquecível.
Não há dúvidas: Escape Challenge foi uma das melhores ideias dos últimos tempos, é recomendável a todos e é garantidamente uma hora diferente e muito bem passada!
P.S.- A nossa super-equipa conseguiu a fuga em 51 minutos!! Alguém consegue melhor...?
Escape Challenge
http://www.escapechallenge.net/
Rua de Santa Catarina, 218
3º Andar
Porto
Da série "Documentação de WC"
É sabido que tenho uma base de dados de avisos, notas, escritos em WC públicos. Gosto de apreciar a originalidade de quem coloca informações de todo o tipo para quem por lá passa. Nos últimos tempos tenho vindo a recolher algumas que hoje partilho aqui. Estejam à vontade para fotografar e enviar outras!
(Porque "W.C." ou um símbolo não era suficientemente chique)
(... em todas as situações??? Não é fácil...)
(Para informar como deve ser não basta uma frase. É preciso detalhar ao máximo a informação, embora esquecendo acentuação e misturando singular com plural.)
(Cá está. O caixote do lixo que fala e come. Tive tanta pena deste que deitei lá para dentro um rolo inteiro para ele ir petiscando durante o dia.)
("É para escrever um aviso? OK, eu escrevo. Mas que tipo de letra escolho?? E cores?? E tamanho?? Maiúsculas ou minúsculas??? Normal, negrito ou itálico??? Não consigo decidir... O melhor é um bocadinho de cada!")
(Esta malta que escreve em W.C. está cada vez mais perfeccionista e descritiva. Qualquer dia temos Hemingway nas paredes.)
(Acredite-se ou não, estes 3 avisos estão no mesmo W.C. Uma boa alternativa seria talvez cumprir a lei e não fumar em edifícios públicos... não? De notar que não se podem deitar periscas NEM pontas de cigarro. Importante!)
2 anos
Vem com uns dias de atraso... mas nunca é tarde para festejar!!!E nós gostamos mais de festejar em datas aleatórias, por isso... Muitos parabéns meu amor! Foram dois anos excelentes, não achas?
Ainda o casamento do ano
Vem com um pequeno atraso mas não podia deixar de comentar o casamento do ano. O empresário Jorge Mendes casou e ao casamento vieram, naturalmente, convidados de luxo de todo o Mundo.
Durante uns dias falou-se de tudo: Do dinheiro que se gastou no casamento, dos carros dos convidados, do vestido da noiva e até do corpo da mesma. Chegámos mesmo a ser presenteados com uma opinião ridícula e insultuosa de um tal de Ricardo Tavares da CMtv sobre o aspecto físico da esposa de Jorge Mendes (assunto que deverá chegar a Tribunal logo que Mendes volte de lua-de-mel, prevejo eu...).
Falou-se ainda que o convite foi enviado por e-mail para os convidados, como que a insinuar que também assim se pouparam uns euros.
O que praticamente todos se esqueceram de referir foi o conteúdo do convite que, sinceramente, me parece o verdadeiro motivo de interesse em toda esta história:
Muitos dirão que Jorge Mendes não faz mais que a sua obrigação, dado que está mega-rico. Mas a verdade é que não tinha que o fazer. E o gesto fica-lhe bem, principalmente tendo em conta as prováveis prendas de convidados tão luxuosos.
Foi para mim uma das melhores jogadas de sempre do empresário. Um bem-haja para ele.
Durante uns dias falou-se de tudo: Do dinheiro que se gastou no casamento, dos carros dos convidados, do vestido da noiva e até do corpo da mesma. Chegámos mesmo a ser presenteados com uma opinião ridícula e insultuosa de um tal de Ricardo Tavares da CMtv sobre o aspecto físico da esposa de Jorge Mendes (assunto que deverá chegar a Tribunal logo que Mendes volte de lua-de-mel, prevejo eu...).
Falou-se ainda que o convite foi enviado por e-mail para os convidados, como que a insinuar que também assim se pouparam uns euros.
O que praticamente todos se esqueceram de referir foi o conteúdo do convite que, sinceramente, me parece o verdadeiro motivo de interesse em toda esta história:
Muitos dirão que Jorge Mendes não faz mais que a sua obrigação, dado que está mega-rico. Mas a verdade é que não tinha que o fazer. E o gesto fica-lhe bem, principalmente tendo em conta as prováveis prendas de convidados tão luxuosos.
Foi para mim uma das melhores jogadas de sempre do empresário. Um bem-haja para ele.
A primeira travessia
Ameaçou uma, duas, três vezes, o tempo suficiente para eu perceber que o grande momento estava prestes a chegar. E assim, apesar da pouca luz e do vídeo vertical, ficou registado um momento inesquecível... parabéns meu querido. A primeira caminhada aos 12 meses e 21 dias. És o maior!!!
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Passos dos Outros
Os nossos craques!
Começo a escrever aos 70 minutos de jogo, ainda não se sabe se seremos campeões europeus de sub-21. Mas o resultado final não vai alterar a minha opinião.
O que mais me surpreendeu nesta selecção foi a maturidade. Em todos os jogos deste Europeu assistimos a uma equipa coesa, inteligente, equilibrada, madura. Para além disto, uma selecção muito consciente das suas capacidades e limitações. Jogo a jogo fomos crescendo, acreditando, melhorando. Deixámos para trás Inglaterra, Itália, Alemanha. Há obviamente muito mérito do treinador Rui Jorge, ele que até foi alvo de uma mini-revolta por não ter convocado a vedeta Bruma. Sabe o que faz, é competente e a prova disso mesmo é a qualidade desta Selecção.
Jogámos contra esta Suécia há dias, empatámos, mas a sensação clara que ficou foi a de que somos melhores. Agora, aos 76 minutos da final contra a mesma Suécia, já mostrámos que queremos mais este troféu, que queremos jogar, marcar, ganhar. O adversário não joga tanto, é mais cerebral e defensivo, e até por isso acredito que a nossa Selecção tenha já entusiasmado essa Europa e que um pouco por toda a parte os adeptos de futebol estejam connosco, com os que jogam bem, dão espectáculo, mostram que querem mesmo vencer.
Os deuses da bola podem não querer nada connosco hoje. Mas o melhor futebol, neste Europeu, é o nosso.
O que mais me surpreendeu nesta selecção foi a maturidade. Em todos os jogos deste Europeu assistimos a uma equipa coesa, inteligente, equilibrada, madura. Para além disto, uma selecção muito consciente das suas capacidades e limitações. Jogo a jogo fomos crescendo, acreditando, melhorando. Deixámos para trás Inglaterra, Itália, Alemanha. Há obviamente muito mérito do treinador Rui Jorge, ele que até foi alvo de uma mini-revolta por não ter convocado a vedeta Bruma. Sabe o que faz, é competente e a prova disso mesmo é a qualidade desta Selecção.
Jogámos contra esta Suécia há dias, empatámos, mas a sensação clara que ficou foi a de que somos melhores. Agora, aos 76 minutos da final contra a mesma Suécia, já mostrámos que queremos mais este troféu, que queremos jogar, marcar, ganhar. O adversário não joga tanto, é mais cerebral e defensivo, e até por isso acredito que a nossa Selecção tenha já entusiasmado essa Europa e que um pouco por toda a parte os adeptos de futebol estejam connosco, com os que jogam bem, dão espectáculo, mostram que querem mesmo vencer.
Os deuses da bola podem não querer nada connosco hoje. Mas o melhor futebol, neste Europeu, é o nosso.
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120 minutos... E os deuses da bola não quiseram mesmo nada connosco. Os mesmos penalties que há algumas semanas destruiram os sonhos dos mais novos no Mundial de sub-20 acabaram por roubar também este troféu aos nossos sub-21. Foi muito injusto. Parabéns a todos pelo incrível percurso!!
Um dia acaba-se de vez com esta injustiça dos penalties e dá-se os prémios a quem jogou melhor, como se faz no boxe, por exemplo. Um dia...
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Futeboladas
O melhor ano de sempre!
A minha
ideia inicial, antes de nasceres, era falar sobre ti periodicamente aqui no
blog, uma espécie de diário da tua vida e das tuas descobertas, dos teus
avanços. Hoje, que cumpres (já!!!) o teu primeiro ano, constato que é raro falar de
ti, colocar fotos tuas ou relatar histórias nossas.
Não é porque
não queira, nem por não ter material suficiente para partilhar - é apenas
porque tenho estado demasiado ocupado a saborear cada momento contigo.
Se hoje
celebras o teu primeiro ano, nós celebramos o melhor ano das nossas vidas. Obrigado,
muito obrigado, Vasco. Não há palavras para descrever a volta incrível, em tudo
para melhor, que deste à vida dos teus pais.
Tenho a sensação
de que um dia vais gozar comigo por este artigo e pela montagem manhosa em
paint. Nessa altura cá estarei, se Deus quiser, para suportar as críticas
sabendo que no fundo estás orgulhoso desta pequena homenagem do teu velhote.
Muitos parabéns!!! E venham as próximas aventuras...
Passo Rápido #4 - O par
Por mais tempo que uma meia desemparelhada esteja no
armário, o par só será encontrado depois de esta ser enviada para o lixo.
Assim ganharam o Britain's Got Talent.
E digam lá se não é merecido? Que espectáculo... e que trabalheira deve ter sido!!
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Curiosidades
Perfeito...
Não é novo, mas é daqueles pensamentos que vale sempre a pena relembrar. Woody Allen, sobre como gostaria de viver uma hipotética próxima vida:
Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente.
Começar morto, para despachar logo o assunto.
Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.
E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer.
Por fim, passo nove meses flutuando num spa de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois voilà - desapareço num orgasmo.
Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente.
Começar morto, para despachar logo o assunto.
Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.
E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer.
Por fim, passo nove meses flutuando num spa de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois voilà - desapareço num orgasmo.
Redenção - V de V
Ainda ofegante, Paulo trancou a porta atrás de si mesmo sabendo que aquela gente conseguia arrombar uma porta em menos de nada. Não compreendia o que tinha visto. Não sabia se tinha alguma relação com o seu caso ou se tinha estado mais uma vez no local errado à hora errada. Estava em pânico e ainda não sabia se o alemão estava a caminho ou se o estranho casal se iria aperceber do erro e arrombar a sua porta a qualquer momento. Olhou pela janela, estava a amanhecer. Mas não se sentia seguro e temia por Tomás. Não podia conceber a ideia de ver o filho ser torturado pelo alemão ou por aquele casal louco. Era também demasiado arriscado tentar sair com o miúdo, por isso tomou uma decisão.
Acordou Tomás e levou-o para a varanda. O filho estava possuído pelo sono, nem sabia bem onde estava, mas Paulo não tinha tempo para explicações:
- "Filho, confias em mim?"
- "Sim, pai"
- "O Pai vai sair e tu ficas aqui na varanda. Não entres em casa, mas fica sempre a olhar para a porta da rua e lá para baixo. Quando vires o pai lá em baixo, podes entrar na sala e esperar por mim. Mas se por acaso não vires o pai e vires a porta de casa a abrir, não hesites e salta da varanda. Salta com força, para a piscina. Prometes?"
- "Mas pai, eu não sei se consigo chegar à piscina..."
- "Consegues, filho. Salta com muita força!"
- "Mas está tudo bem, pai? O que se passa???"
- "Não posso explicar agora, mas vai correr tudo bem. Quando me vires lá em baixo volta para casa e espera por mim, ok? Só isso..."
- "Combinado, pai..."
Paulo sabia que era praticamente impossível o miúdo chegar à piscina caso tivesse que saltar. Mas era um mal menor, se tivesse que saltar podia partir apenas uma perna ou um braço, melhor do que ser torturado por um bando de doidos... deixou Tomás na varanda e saiu da casa, fechando a porta. Ia ver se havia perigo, se o caminho estava livre, se podia pegar no filho e fugir para a esquadra mais próxima.
A porta de casa de Roberto estava fechada, sem sinais de entrada forçada. Dir-se-ia que nada tinha acontecido ali há breves momentos. Paulo abriu a porta da escada de serviço e desceu lentamente, andar após andar, sempre munido da faca de cozinha. Ao chegar ao rés-do-chão,a porta estava trancada - não tinha como sair do edifício. Paulo pensou como é que aquele casal teria entrado se a porta estava trancada. Lembrou-se que o porteiro só abria as portas às oito da manhã e que ele próprio tinha uma chave em casa.
Foi então que decidiu subir e abrir a porta de casa lentamente para avisar Tomás que estava tudo bem. Ao chegar ao apartamento abriu a porta com todos os cuidados e quando esticou a cabeça para avisar Tomás já só conseguiu ver as pernas do filho que tinha acabado de saltar do sétimo andar.
Tomás mergulhou desajeitado na piscina e sentiu a água fria a percorrer-lhe o corpo enquanto pensava "consegui mergulhar!". Andava na natação e já sabia o suficiente para se deslocar até à borda mais próxima. Preocupado, olhou para cima para ver quem tinha afinal entrado na casa deles. Quando avistou o pai, lívido, debruçado na varanda, acenou feliz e gritou: "Papá, consegui mergulhar na água!!". Viu o pai sorrir aliviado e tentar uma resposta que nunca chegou porque um alemão com o cabelo loiro impecavelmente penteado e uma cicatriz na testa se aproximou por trás dele e lhe cortou a garganta com um só golpe.
Acordou Tomás e levou-o para a varanda. O filho estava possuído pelo sono, nem sabia bem onde estava, mas Paulo não tinha tempo para explicações:
- "Filho, confias em mim?"
- "Sim, pai"
- "O Pai vai sair e tu ficas aqui na varanda. Não entres em casa, mas fica sempre a olhar para a porta da rua e lá para baixo. Quando vires o pai lá em baixo, podes entrar na sala e esperar por mim. Mas se por acaso não vires o pai e vires a porta de casa a abrir, não hesites e salta da varanda. Salta com força, para a piscina. Prometes?"
- "Mas pai, eu não sei se consigo chegar à piscina..."
- "Consegues, filho. Salta com muita força!"
- "Mas está tudo bem, pai? O que se passa???"
- "Não posso explicar agora, mas vai correr tudo bem. Quando me vires lá em baixo volta para casa e espera por mim, ok? Só isso..."
- "Combinado, pai..."
Paulo sabia que era praticamente impossível o miúdo chegar à piscina caso tivesse que saltar. Mas era um mal menor, se tivesse que saltar podia partir apenas uma perna ou um braço, melhor do que ser torturado por um bando de doidos... deixou Tomás na varanda e saiu da casa, fechando a porta. Ia ver se havia perigo, se o caminho estava livre, se podia pegar no filho e fugir para a esquadra mais próxima.
A porta de casa de Roberto estava fechada, sem sinais de entrada forçada. Dir-se-ia que nada tinha acontecido ali há breves momentos. Paulo abriu a porta da escada de serviço e desceu lentamente, andar após andar, sempre munido da faca de cozinha. Ao chegar ao rés-do-chão,a porta estava trancada - não tinha como sair do edifício. Paulo pensou como é que aquele casal teria entrado se a porta estava trancada. Lembrou-se que o porteiro só abria as portas às oito da manhã e que ele próprio tinha uma chave em casa.
Foi então que decidiu subir e abrir a porta de casa lentamente para avisar Tomás que estava tudo bem. Ao chegar ao apartamento abriu a porta com todos os cuidados e quando esticou a cabeça para avisar Tomás já só conseguiu ver as pernas do filho que tinha acabado de saltar do sétimo andar.
Tomás mergulhou desajeitado na piscina e sentiu a água fria a percorrer-lhe o corpo enquanto pensava "consegui mergulhar!". Andava na natação e já sabia o suficiente para se deslocar até à borda mais próxima. Preocupado, olhou para cima para ver quem tinha afinal entrado na casa deles. Quando avistou o pai, lívido, debruçado na varanda, acenou feliz e gritou: "Papá, consegui mergulhar na água!!". Viu o pai sorrir aliviado e tentar uma resposta que nunca chegou porque um alemão com o cabelo loiro impecavelmente penteado e uma cicatriz na testa se aproximou por trás dele e lhe cortou a garganta com um só golpe.
Redenção - IV de V
O esconderijo de Paulo era perfeito. Era impossível alguém o ver e dali conseguia ver perfeitamente a porta do elevador e as portas de ambas as casas. Foi dali que viu sair não o alemão, mas duas pessoas: um indivíduo alto e forte, todo vestido de preto, e uma jovem absolutamente linda, apenas vestida de lingerie e com um roupão transparente. Paulo estava confuso com este cenário e ainda mais ficou quando ambos se dirigiram ao apartamento em frente ao dele.
No sétimo direito morava o Roberto, um tipo solteirão e bon-vivant, simpático no elevador e sempre bem acompanhado por raparigas bonitas. Paulo lembrava-se de pensar várias vezes que gostava de ter a vida de Roberto.
O estranho casal forçou facilmente a entrada no apartamento de Roberto. Entraram rapidamente, um após o outro, e deixaram a porta escancarada. Confuso, Paulo pensou que nada daquilo tinha a ver consigo, que seria algum fetiche ou uma festa privada em casa do vizinho. Mas... e se não fosse esse o caso? E se o casal tivesse sido enviado pelo alemão e se tivesse enganado no apartamento? A curiosidade impediu Paulo de voltar para trás e, ao invés, empurrou-o para a porta de casa do vizinho.
Avançando apenas dois passos em casa de Roberto, Paulo ficou mais uma vez numa posição privilegiada. Via o quadro todo: A mulher, na sala, em pose sensual e o acompanhante escondido atrás da porta. Conseguiu ver também perfeitamente a entrada de Roberto na sala, embriagado com o sono e surpreso por encontrar aquela beldade. A surpresa rapidamente deu lugar à excitação, pois a jovem começou a provocar Roberto de tal maneira que este pareceu nem se importar com a estranheza de toda a situação, evidenciando uma imponente erecção em resposta às provocações da jovem. Esta murmurava repetidamente algo que Roberto não conseguia ouvir. Quando Roberto se conseguiu encostar à sua face percebeu finalmente o que ela dizia: "Adição... adição... adição".
É neste momento que o acompanhante surge na sala e, com um rápido golpe de faca, corta pela base o pénis erecto de Roberto. O grito de dor do vizinho foi como um despertador para Paulo. Combatendo a tentação de gritar, correu para o seu apartamento ouvindo ainda atrás de si a voz da jovem, agora a gritar com uma voz estridente: "Subtracção!!!"
No sétimo direito morava o Roberto, um tipo solteirão e bon-vivant, simpático no elevador e sempre bem acompanhado por raparigas bonitas. Paulo lembrava-se de pensar várias vezes que gostava de ter a vida de Roberto.
O estranho casal forçou facilmente a entrada no apartamento de Roberto. Entraram rapidamente, um após o outro, e deixaram a porta escancarada. Confuso, Paulo pensou que nada daquilo tinha a ver consigo, que seria algum fetiche ou uma festa privada em casa do vizinho. Mas... e se não fosse esse o caso? E se o casal tivesse sido enviado pelo alemão e se tivesse enganado no apartamento? A curiosidade impediu Paulo de voltar para trás e, ao invés, empurrou-o para a porta de casa do vizinho.
Avançando apenas dois passos em casa de Roberto, Paulo ficou mais uma vez numa posição privilegiada. Via o quadro todo: A mulher, na sala, em pose sensual e o acompanhante escondido atrás da porta. Conseguiu ver também perfeitamente a entrada de Roberto na sala, embriagado com o sono e surpreso por encontrar aquela beldade. A surpresa rapidamente deu lugar à excitação, pois a jovem começou a provocar Roberto de tal maneira que este pareceu nem se importar com a estranheza de toda a situação, evidenciando uma imponente erecção em resposta às provocações da jovem. Esta murmurava repetidamente algo que Roberto não conseguia ouvir. Quando Roberto se conseguiu encostar à sua face percebeu finalmente o que ela dizia: "Adição... adição... adição".
É neste momento que o acompanhante surge na sala e, com um rápido golpe de faca, corta pela base o pénis erecto de Roberto. O grito de dor do vizinho foi como um despertador para Paulo. Combatendo a tentação de gritar, correu para o seu apartamento ouvindo ainda atrás de si a voz da jovem, agora a gritar com uma voz estridente: "Subtracção!!!"
Redenção - III de V
Foi só quando a chamada terminou que Paulo caiu em si e começou a pensar seriamente na gravidade da situação. Tinha passado cinco anos a pensar numa vingança que não saberia como executar. Paulo nunca tinha disparado uma arma, nunca tinha entrado sequer numa luta com ninguém. Era um tipo demasiado normal para se armar em herói, mesmo sentindo-se injustiçado. E tinha medo, afinal. Todos os sonhos com o alemão, todas as imagens que tinha dele não eram mais do que um espelho do medo que havia sentido naquele fatídico dia - o dia em que não morreu por acaso, porque o alemão não quis. Mas agora, graças à sua reacção espontânea, o alemão estava a caminho para tratar desse assunto pendente.
O pânico apoderou-se de Paulo. Apercebeu-se de que não sabia nada: Onde estava o alemão, quanto tempo demoraria a chegar? Dias? Horas? Minutos? E o que fazer com Tomás, que dormia no quarto ao lado? Olhou para o relógio: Eram seis da manhã, quase dia. Talvez o alemão não viesse esta noite, o dia é sempre melhor e dá tempo para levar o Tomás para um local seguro, para ir à polícia. Tentou em vão encontrar algo com que se pudesse defender. O melhor que encontrou foi uma faca larga de cozinha à qual se agarrou enquanto encostava o ouvido à porta do apartamento.
Só então se lembrou de ligar à polícia. Sentiu-se imediatamente ridículo por só agora ter pensado nisto. E no preciso momento em que pegou no telemóvel para ligar, ouviu o ruído do elevador a subir.
O coração gelou-lhe, e de repente percebeu que tinha que tomar uma atitude imediata. Tinha que ter uma vantagem, que só poderia ser o factor surpresa. Encheu-se de coragem, saiu e foi-se posicionar num pequeno vão entre as duas portas dos apartamentos do sétimo andar. "Aqui estou oculto", pensou. "E assim que ele entrar no meu apartamento vou por trás e mato-o. Justa causa, invasão de propriedade, tudo certo". O coração de Paulo parecia querer saltar pela boca.
E a sua intuição estava certa: o elevador anunciou com um pequeno toque a chegada ao sétimo andar e as portas abriram-se.
O pânico apoderou-se de Paulo. Apercebeu-se de que não sabia nada: Onde estava o alemão, quanto tempo demoraria a chegar? Dias? Horas? Minutos? E o que fazer com Tomás, que dormia no quarto ao lado? Olhou para o relógio: Eram seis da manhã, quase dia. Talvez o alemão não viesse esta noite, o dia é sempre melhor e dá tempo para levar o Tomás para um local seguro, para ir à polícia. Tentou em vão encontrar algo com que se pudesse defender. O melhor que encontrou foi uma faca larga de cozinha à qual se agarrou enquanto encostava o ouvido à porta do apartamento.
Só então se lembrou de ligar à polícia. Sentiu-se imediatamente ridículo por só agora ter pensado nisto. E no preciso momento em que pegou no telemóvel para ligar, ouviu o ruído do elevador a subir.
O coração gelou-lhe, e de repente percebeu que tinha que tomar uma atitude imediata. Tinha que ter uma vantagem, que só poderia ser o factor surpresa. Encheu-se de coragem, saiu e foi-se posicionar num pequeno vão entre as duas portas dos apartamentos do sétimo andar. "Aqui estou oculto", pensou. "E assim que ele entrar no meu apartamento vou por trás e mato-o. Justa causa, invasão de propriedade, tudo certo". O coração de Paulo parecia querer saltar pela boca.
E a sua intuição estava certa: o elevador anunciou com um pequeno toque a chegada ao sétimo andar e as portas abriram-se.
Redenção - II de V
Tomás recebeu o pai com uma euforia desmedida. Se havia algo em que Vânia nunca tinha falhado, tinha sido nas visitas de Tomás ao pai na prisão. Apesar da distância sentiam-se muito próximos, e era por demais evidente que Tomás gostava muito mais do pai do que da mãe. Aos seis anos já sabia bem com quem gostava de estar, e mudar-se de malas e bagagens para casa do pai era tudo o que ele mais queria.
Paulo morava num T3 com varanda, sétimo andar de um dos quatro prédios de um condomínio fechado com uma enorme piscina no centro. Tomás adorava a sua nova casa, tinha um quarto só para si e montes de jogos de computador para jogar com o pai e com amigos. Ele e Paulo passavam horas a jogar, a brincar, a dar mergulhos na piscina. Mas quando Tomás adormecia caía a noite, voltava na mente de Paulo a imagem do alemão, claríssima, com aquele sobretudo preto, o cabelo loiro impecavelmente penteado e a cicatriz na testa. Paulo não sabia como o encontrar, não fazia ideia por onde começar. Em todo aquele tempo tinha chegado à conclusão apenas que talvez fosse boa ideia consultar os registos do SEF e da Embaixada da Alemanha. Mas não foi preciso nada disto.
Numa destas noites, cerca de três semanas após Paulo sair em liberdade, o telefone tocou e Paulo soube de imediato que era o alemão do lado de lá da linha.
Trémulo, atendeu mas não conseguiu articular qualquer palavra. Após breves segundos, o alemão falou, com um sotaque carregado: "Fui o responsável pela tua libertação, pois também eu fui responsável pela tua prisão. Tenho pena de não o ter conseguido mais cedo, mas espero que ainda vás a tempo de encontrar o teu caminho e ser feliz. Essa criança merece-o e tu também. É parecido contigo."
A referência a Tomás fez Paulo estremecer profundamente. Encarou-a como uma ameaça que juntou ao desejo antigo de vingança e, sem hesitar, respondeu num tom nervoso mas firme: "Se pensas que te perdoo, estás enganado. Vou-me vingar de ti, nem que seja a última coisa que faço. E se tocas num fio de cabelo do meu filho, a minha vingança vai ser lenta e dolorosa!", Paulo nem sabia bem de onde vinha toda esta raiva. Fez-se um breve silêncio, seguido da fria resposta do lado de lá: "Tu escolheste este caminho. Assim seja. Não precisas de me procurar, eu vou ter contigo."
Paulo morava num T3 com varanda, sétimo andar de um dos quatro prédios de um condomínio fechado com uma enorme piscina no centro. Tomás adorava a sua nova casa, tinha um quarto só para si e montes de jogos de computador para jogar com o pai e com amigos. Ele e Paulo passavam horas a jogar, a brincar, a dar mergulhos na piscina. Mas quando Tomás adormecia caía a noite, voltava na mente de Paulo a imagem do alemão, claríssima, com aquele sobretudo preto, o cabelo loiro impecavelmente penteado e a cicatriz na testa. Paulo não sabia como o encontrar, não fazia ideia por onde começar. Em todo aquele tempo tinha chegado à conclusão apenas que talvez fosse boa ideia consultar os registos do SEF e da Embaixada da Alemanha. Mas não foi preciso nada disto.
Numa destas noites, cerca de três semanas após Paulo sair em liberdade, o telefone tocou e Paulo soube de imediato que era o alemão do lado de lá da linha.
Trémulo, atendeu mas não conseguiu articular qualquer palavra. Após breves segundos, o alemão falou, com um sotaque carregado: "Fui o responsável pela tua libertação, pois também eu fui responsável pela tua prisão. Tenho pena de não o ter conseguido mais cedo, mas espero que ainda vás a tempo de encontrar o teu caminho e ser feliz. Essa criança merece-o e tu também. É parecido contigo."
A referência a Tomás fez Paulo estremecer profundamente. Encarou-a como uma ameaça que juntou ao desejo antigo de vingança e, sem hesitar, respondeu num tom nervoso mas firme: "Se pensas que te perdoo, estás enganado. Vou-me vingar de ti, nem que seja a última coisa que faço. E se tocas num fio de cabelo do meu filho, a minha vingança vai ser lenta e dolorosa!", Paulo nem sabia bem de onde vinha toda esta raiva. Fez-se um breve silêncio, seguido da fria resposta do lado de lá: "Tu escolheste este caminho. Assim seja. Não precisas de me procurar, eu vou ter contigo."
Redenção - I de V
À saída da prisão, Paulo respirou fundo. Acabava de ser libertado sem
qualquer explicação, sem motivo aparente. Ainda faltava imenso tempo
para cumprir os 15 anos a que havia sido condenado por um crime que não
tinha cometido, mas naquele dia disseram-lhe que estava tudo tratado e
que estava livre.
Cinco anos a pensar naquele momento, naquela simples ida ao mercado lá da rua, em que viu o alemão a disparar dois tiros a sangue frio sobre o merceeiro. Sim, ele estava lá e tinha visto tudo. O alemão também o viu a ele, mas saiu sem deixar rastro e Paulo, imóvel com o choque, foi encontrado na cena do crime sem saber explicar o que tinha acontecido. Nunca mais ninguém viu o tal alemão e Paulo era o único suspeito - a morte do merceeiro, figura querida da vila, tinha que ser superiormente punida e em pouco tempo Paulo foi atirado para uma cela.
No primeiro café que encontrou ligou a Vânia para o ir buscar. Sabia que o casamento com Vânia estava há muito perdido, mas era a única ligação que ele ainda tinha com o mundo real e, para além disso, tinha um acordo para cumprir. Vânia nunca quis ser mãe. Tomás foi um acidente, para Paulo um acidente feliz mas para Vânia um fardo pesado demais para suportar. Nos primeiros dias na prisão, Paulo prometeu a Vânia o que podia prometer: que no dia em que saísse, fosse quando fosse, assinava os papéis do divórcio e ficava com a guarda de Tomás.
Vânia chegou, estava linda e feliz. "É natural", pensou Paulo, "É o dia da sua liberdade". Depois de uma breve conversa de circunstância, assinaram os papéis e acordaram que dali a uma semana Paulo iria buscar Tomás para ficar definitivamente com ele. Paulo não ouvia a conversa de Vânia, tinha apenas duas coisas na cabeça: As saudades de Tomás e o desejo de vingança.
Cinco anos a pensar naquele momento, naquela simples ida ao mercado lá da rua, em que viu o alemão a disparar dois tiros a sangue frio sobre o merceeiro. Sim, ele estava lá e tinha visto tudo. O alemão também o viu a ele, mas saiu sem deixar rastro e Paulo, imóvel com o choque, foi encontrado na cena do crime sem saber explicar o que tinha acontecido. Nunca mais ninguém viu o tal alemão e Paulo era o único suspeito - a morte do merceeiro, figura querida da vila, tinha que ser superiormente punida e em pouco tempo Paulo foi atirado para uma cela.
No primeiro café que encontrou ligou a Vânia para o ir buscar. Sabia que o casamento com Vânia estava há muito perdido, mas era a única ligação que ele ainda tinha com o mundo real e, para além disso, tinha um acordo para cumprir. Vânia nunca quis ser mãe. Tomás foi um acidente, para Paulo um acidente feliz mas para Vânia um fardo pesado demais para suportar. Nos primeiros dias na prisão, Paulo prometeu a Vânia o que podia prometer: que no dia em que saísse, fosse quando fosse, assinava os papéis do divórcio e ficava com a guarda de Tomás.
Vânia chegou, estava linda e feliz. "É natural", pensou Paulo, "É o dia da sua liberdade". Depois de uma breve conversa de circunstância, assinaram os papéis e acordaram que dali a uma semana Paulo iria buscar Tomás para ficar definitivamente com ele. Paulo não ouvia a conversa de Vânia, tinha apenas duas coisas na cabeça: As saudades de Tomás e o desejo de vingança.
Teaser
A inspiração veio com toda a força esta semana. De tal forma que quando acabei de escrever o texto que tinha na cabeça percebi que estava dividido em cinco capítulos.
Assim sendo, esta é a forma que escolhi para começar o mês de Maio: Cinco dias, cinco capítulos do conto "Redenção". Espero que gostem!
Assim sendo, esta é a forma que escolhi para começar o mês de Maio: Cinco dias, cinco capítulos do conto "Redenção". Espero que gostem!
Passo Rápido #3 - O Magnum no colo
Quando se conduz ao mesmo tempo que se come um Magnum, e seja qual for o Magnum, há sempre um pedaço da capa de chocolate que cai no colo. Se for Magnum amêndoas, será um pedaço com uma amêndoa agarrada.
Arte (?)
"Arte" na estação de metro dos Aliados. É por estas e por outras que eu fui para as contabilidades...
Poupar no cabaz
Hoje chamo a atenção para a nova campanha da DECO porque me parece bem interessante.
Um leilão invertido entre as várias cadeias de supermercados, no dia 2 de Junho, para eleger quem oferece os maiores descontos em 35 tipos de produtos com um preço baixo e fixo, durante 12 meses, para todos os inscritos na campanha.
É mais uma iniciativa louvável da DECO no interesse de todos e sempre a pensar nos orçamentos familiares. Os associados da DECO estão automaticamente inscritos, mas todos podem participar até 31 de Maio nesta página. Participem!
Um leilão invertido entre as várias cadeias de supermercados, no dia 2 de Junho, para eleger quem oferece os maiores descontos em 35 tipos de produtos com um preço baixo e fixo, durante 12 meses, para todos os inscritos na campanha.
É mais uma iniciativa louvável da DECO no interesse de todos e sempre a pensar nos orçamentos familiares. Os associados da DECO estão automaticamente inscritos, mas todos podem participar até 31 de Maio nesta página. Participem!
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Actualidade,
Componente Didáctica
The Walking Dead (Finalmente!)
Olho para o historial do blog e vejo que nunca me pronunciei devidamente aqui sobre The Walking Dead. Surpreendente, tendo em conta que é para mim uma das melhores séries de sempre, mas também explicável em parte pela falta de adjectivos para caracterizar a série. Quando uma série nos prende durante cinco anos (e os que aí vêm...) e nos acompanha durante tanto tempo, passa a fazer um pouco parte de nós. Foi assim com o Lost, com o How I Met Your Mother e com o Breaking Bad, tem sido assim também com o Game of Thrones. Tudo séries sobre as quais já falei aqui.
E porque é que The Walking Dead é tão especial, afinal? Na falta de adjectivos, dei-me ao trabalho de traduzir a carta de amor que o actor Nathan Fillion (Castle), fã incondicional, enviou à produção do programa. Porque está lá tudo e não é preciso acrescentar nem mais uma vírgula...
Se estiverem à procura de uma crítica ao último episódio, vão ficar decepcionados. Não há boatos sobre "O que acham que este personagem vai fazer?", aqui. Esta é uma carta de amor.
Vamos falar de entretenimento. Às vezes vejo televisão pela fuga, e outras vezes pela viagem. A diferença está em perceber se este programa me está apenas a distrair ou se consegue suspender a descrença e transportar-me para um plano de "e se...?". É certo que não vou ver uma série na próxima semana se não me interessa o que vai acontecer a seguir . Dêem-me uma história que faça perguntar a mim mesmo o que eu faria na mesma situação. Deixem-me preocupar-me com os personagens que conheci, vê-los aprender e crescer ou estagnar e falhar. Deixem-me odiá-los, deixem que eles me decepcionem. Deixem-me vê-los a fazer escolhas moldados pelas experiências.
Quando fico realmente interessado num programa, transcende a experiência daquela observação típica em casa, sozinho. Quero compartilhar a experiência, reunir os meus amigos. Compro bebidas e comida, às vezes até relacionadas com o tema do programa. Torna-se um evento. Deleitamo-nos com a emoção de ter esperado toda a semana, conversando sobre as partes que nos emocionaram, prevendo o que vai acontecer a seguir e porque é que pensamos assim. Trago para este rebanho novas pessoas que nunca viram o programa, e vejo a emoção crescer dentro deles apenas por estarem rodeados por outros que já são viciados. Reunimo-nos em frente à TV e baixamos as luzes. Toda a gente se põe numa posição confortável, fazemos aqueles comentários e piadas de última hora, e então silêncio. O show começa. A espera acabou. A semana inteira passada a falar sobre o último episódio acabou. A antecipação é saciada. A viagem continua.
Nos intervalos comentamos o que se passou, ofegantes, uns concordam outros não, isso não importa. O que importa é que estamos a ser manipulados para sentir. As emoções estão brotando do nada - nada mais que uma história bem trabalhada.
Obrigado, Walking Dead. Obrigado por suportarem o calor em Atlanta. Obrigado pelo sacrifício de se deslocarem a partir das vossas casas. Obrigado, elenco e equipa, escritores e produtores, fundição e fantasias. Obrigado, maquilhagem e departamentos de cabelo, médicos assistentes e todos os artistas que fazem de zombies. A todos vocês, obrigado.
Para aqueles que ainda não viram The Walking Dead, vocês não têm que estar interessados no apocalipse. Não precisam de desfrutar perguntando-se como iriam sobreviver se a sociedade, comércio, infra-estrutura, civilização no geral parou. Vocês nem têm que gostar de pensar sobre as melhores defesas contra os zombies para desfrutar de boas histórias ...
...mas ajuda.
E porque é que The Walking Dead é tão especial, afinal? Na falta de adjectivos, dei-me ao trabalho de traduzir a carta de amor que o actor Nathan Fillion (Castle), fã incondicional, enviou à produção do programa. Porque está lá tudo e não é preciso acrescentar nem mais uma vírgula...
Se estiverem à procura de uma crítica ao último episódio, vão ficar decepcionados. Não há boatos sobre "O que acham que este personagem vai fazer?", aqui. Esta é uma carta de amor.
Vamos falar de entretenimento. Às vezes vejo televisão pela fuga, e outras vezes pela viagem. A diferença está em perceber se este programa me está apenas a distrair ou se consegue suspender a descrença e transportar-me para um plano de "e se...?". É certo que não vou ver uma série na próxima semana se não me interessa o que vai acontecer a seguir . Dêem-me uma história que faça perguntar a mim mesmo o que eu faria na mesma situação. Deixem-me preocupar-me com os personagens que conheci, vê-los aprender e crescer ou estagnar e falhar. Deixem-me odiá-los, deixem que eles me decepcionem. Deixem-me vê-los a fazer escolhas moldados pelas experiências.
Quando fico realmente interessado num programa, transcende a experiência daquela observação típica em casa, sozinho. Quero compartilhar a experiência, reunir os meus amigos. Compro bebidas e comida, às vezes até relacionadas com o tema do programa. Torna-se um evento. Deleitamo-nos com a emoção de ter esperado toda a semana, conversando sobre as partes que nos emocionaram, prevendo o que vai acontecer a seguir e porque é que pensamos assim. Trago para este rebanho novas pessoas que nunca viram o programa, e vejo a emoção crescer dentro deles apenas por estarem rodeados por outros que já são viciados. Reunimo-nos em frente à TV e baixamos as luzes. Toda a gente se põe numa posição confortável, fazemos aqueles comentários e piadas de última hora, e então silêncio. O show começa. A espera acabou. A semana inteira passada a falar sobre o último episódio acabou. A antecipação é saciada. A viagem continua.
Nos intervalos comentamos o que se passou, ofegantes, uns concordam outros não, isso não importa. O que importa é que estamos a ser manipulados para sentir. As emoções estão brotando do nada - nada mais que uma história bem trabalhada.
Obrigado, Walking Dead. Obrigado por suportarem o calor em Atlanta. Obrigado pelo sacrifício de se deslocarem a partir das vossas casas. Obrigado, elenco e equipa, escritores e produtores, fundição e fantasias. Obrigado, maquilhagem e departamentos de cabelo, médicos assistentes e todos os artistas que fazem de zombies. A todos vocês, obrigado.
Para aqueles que ainda não viram The Walking Dead, vocês não têm que estar interessados no apocalipse. Não precisam de desfrutar perguntando-se como iriam sobreviver se a sociedade, comércio, infra-estrutura, civilização no geral parou. Vocês nem têm que gostar de pensar sobre as melhores defesas contra os zombies para desfrutar de boas histórias ...
...mas ajuda.
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Actualidade,
Cinema / TV
Passo Rápido #2 - Os amigos das francesinhas
Quando três ou mais amigos se juntam em qualquer lugar para comer francesinhas, o assunto dominante será sempre "Os outros melhores sítios para comer francesinhas". Se forem apenas dois amigos o assunto é certamente o drama conjugal de um deles.
Passo Rápido #1 - A dança dos estranhos
Sempre que dois estranhos que caminham em direcções contrárias cruzam sem querer o olhar ao longe, é certo que vão protagonizar a estranha dança do direita-esquerda no momento de se cruzarem para ver quem passa por onde.
Sobre o corrector ortográfico...
... tinha dito que a partir de agora no blog se ia escrever pelo novo acordo porque me parecia que finalmente o blogger tinha aderido ao novo acordo e me garantia um corrector ortográfico em condições.
Afinal, parece que para o blogger o novo acordo ortográfico é passar a escrever em brasileiro. Não, obrigado. Assim sendo, por agora vou voltar à escrita antiga.
É verdade que, sinceramente e com muita pena minha, já me custa um pouco escrever algumas palavras na escrita tradicional. Mas ainda não estou em condições de escrever num novo acordo em que me arrisco a cometer erros ortográficos...
Afinal, parece que para o blogger o novo acordo ortográfico é passar a escrever em brasileiro. Não, obrigado. Assim sendo, por agora vou voltar à escrita antiga.
É verdade que, sinceramente e com muita pena minha, já me custa um pouco escrever algumas palavras na escrita tradicional. Mas ainda não estou em condições de escrever num novo acordo em que me arrisco a cometer erros ortográficos...
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Actualidade,
Desabafos
A passo de corrida
Hoje é dia de inaugurar uma etiqueta no blog.
Trata-se de "Passos Rápidos", pequenos parágrafos em forma de teorema, baseados em situações da vida real que se vão repetindo de vez em quando. Apesar de serem da minha autoria, serão escritos sempre em itálico para lhes dar um aspecto importante quando na verdade serão apenas frases banais.
Já a seguir, o primeiro Passo Rápido.
Trata-se de "Passos Rápidos", pequenos parágrafos em forma de teorema, baseados em situações da vida real que se vão repetindo de vez em quando. Apesar de serem da minha autoria, serão escritos sempre em itálico para lhes dar um aspecto importante quando na verdade serão apenas frases banais.
Já a seguir, o primeiro Passo Rápido.
Cuidado! Pode conter vestígios...
Nunca percebi esta. Um tipo lê num pacote de bolachas de manteiga que os ingredientes são: Leite, manteiga, ovos, sal e açúcar. Tudo bem, faz sentido. O que não faz sentido é a seguir aparecer uma nota a dizer "CUIDADO! Pode conter vestígios de amendoim!". Amendoim??? Mas porque raio é que as bolachas de manteiga podem ter amendoim?
Eu até entendo que numa mesma fábrica se façam bolachas de manteiga e bolachas de amendoim, mas qual é a probabilidade do amendoim saltar de uma linha de produção para a outra? Essa probabilidade existe, sequer? Estarão assim tão próximas??
Outra hipótese é os tipos que trabalham em ambas as linhas serem os mesmos, o que aí já mete ao barulho questões de higiene. Então o tipo cheio de amendoins nas mãos vai-se pôr a mexer a massa dos biscoitos de manteiga? Assim, sem sequer trocar de luvas?
Será que estes tipos usam luvas????
Há dias comprei broas de noz. Naturalmente, têm noz. Mas pelos vistos, não só:
"Pode conter vestígios de outros frutos de casca rija"??? Mas tipo quê? O coco é um fruto de casca rija, a melancia também... há a possibilidade, remota que seja, de haver vestígios de melancia nos meus bolos de noz se a fábrica das broas de noz também fizer gomas de melancia?
Percebo a preocupação com os alergéneos e os problemas em tribunal que ficam salvaguardados, mas não era preferível acabar de vez com a badalhoquice nas linhas de produção?
Eu até entendo que numa mesma fábrica se façam bolachas de manteiga e bolachas de amendoim, mas qual é a probabilidade do amendoim saltar de uma linha de produção para a outra? Essa probabilidade existe, sequer? Estarão assim tão próximas??
Outra hipótese é os tipos que trabalham em ambas as linhas serem os mesmos, o que aí já mete ao barulho questões de higiene. Então o tipo cheio de amendoins nas mãos vai-se pôr a mexer a massa dos biscoitos de manteiga? Assim, sem sequer trocar de luvas?
Será que estes tipos usam luvas????
Há dias comprei broas de noz. Naturalmente, têm noz. Mas pelos vistos, não só:
"Pode conter vestígios de outros frutos de casca rija"??? Mas tipo quê? O coco é um fruto de casca rija, a melancia também... há a possibilidade, remota que seja, de haver vestígios de melancia nos meus bolos de noz se a fábrica das broas de noz também fizer gomas de melancia?
Percebo a preocupação com os alergéneos e os problemas em tribunal que ficam salvaguardados, mas não era preferível acabar de vez com a badalhoquice nas linhas de produção?
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Desabafos,
Gastronomias
Whiplash
Que filme, que dinâmica, que ritmo, que surpresa! Whiplash não estava nem por sombras nas previsões para os filmes do ano 2014, surgiu de mansinho e ninguém contava com ele... mas a verdade é que, como já li em qualquer lado, "só supreende quem nunca o viu".
J.K. Simmons tem finalmente um papel (e que papel!) à sua altura em cinema, e cria uma figura mítica, a de um professor tão obcecado pela perfeição, pelo trabalho duro, pela superação, que ele próprio ultrapassa os seus limites e os limites do aceitável.
Whiplash é um filme daqueles que prendem o espectador ao écrã do princípio ao fim, tanto que quando termina dá aquela vontade de começar a ver outra vez...
A maior surpresa de 2014 e um dos melhores filmes sobre música de sempre!
A válvula EGR
E portanto parece que "(...)o controlo das emissões dos gases de escape continua a ser um problema
de todos os motores de combustão, sejam eles a gasolina ou diesel. Os
fabricantes têm hoje em dia maiores preocupações ambientais e incorporam
nos automóveis diversos sistemas para reduzir essas emissões (...) está provado que a recirculação de uma parte dos gases de escape (entre
20 a 30%) na mistura admitida nos cilindros permite reduzir a pressão
média efectiva do motor e em consequência disso a temperatura máxima
dentro da câmara de combustão também reduz, pelo que, nestas
circunstâncias, a formação de óxidos de nitrogénio é mais pequena. (...) Para que a percentagem dos gases de escape reintroduzidos na admissão
seja a mais aconselhável e não ultrapasse a percentagem referida
anteriormente, utiliza-se uma válvula especial, mais conhecida por EGR
(Exhaust Gas Recirculation). A função desta válvula é controlar o fluxo
dos meios complementares directamente ligados ao sistema de gestão do
motor." *
Graficamente, a situação é a seguinte:
O que é que isto quer dizer? Que o meu carro veio equipado com esta peça maravilhosa:
E que esta peça lindíssima avariou (diz que acontece quase sempre) e portanto por causa do senhor ambiente vai meio ordenado à vida a resolver o problema da peça bonita e ecológica e dos males que a avaria dela gerou no meu carro.
O meu obrigado à válvula EGR e aos senhores que a inventaram. Estou muito feliz.
* Informação retirada do site http://www.autoblog.pt porque, evidentemente, eu percebo ZERO do assunto.
Graficamente, a situação é a seguinte:
O que é que isto quer dizer? Que o meu carro veio equipado com esta peça maravilhosa:
E que esta peça lindíssima avariou (diz que acontece quase sempre) e portanto por causa do senhor ambiente vai meio ordenado à vida a resolver o problema da peça bonita e ecológica e dos males que a avaria dela gerou no meu carro.
O meu obrigado à válvula EGR e aos senhores que a inventaram. Estou muito feliz.
* Informação retirada do site http://www.autoblog.pt porque, evidentemente, eu percebo ZERO do assunto.
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Componente Didática,
Desabafos
E de repente percebi...
... que esta constante discussão sobre quem é o melhor entre Ronaldo e Messi é uma estupidez.
Há dias ao ver o Messi jogar, de uma forma quase extraterrestre como é seu costume, apercebi-me que estava à procura de algo de errado na sua exibição, algo menos bom para poder criticar e reforçar a minha ideia de que o Ronaldo é melhor.
Isto é tão errado, que está a fazer com que eu ignore ou não aprecie devidamente o futebolista incrível que é Leo Messi só porque estou constantemente a tentar provar a mim mesmo e aos outros que o (também incrível) Cristiano Ronaldo é melhor. Para quê? Esta discussão, por ser permanente e recorrente, acaba por nos toldar a análise das qualidades de ambos.
Qualquer amante do futebol que se preze deveria ser um profundo admirador dos dois, porque ambos são futebolistas por quem os nossos filhos nos vão perguntar daqui a uns anos, e devíamos ficar orgulhosos, nessa altura, de lhes poder dizer: "Sim, filho! Eu tive o privilégio de ver durante vários anos dois dos melhores futebolistas de sempre"!
É evidente que cada um tem a sua opinião, e para mim Cristiano Ronaldo continua a ser o melhor jogador do Mundo da atualidade. Mas o Messi vem logo a seguir, mesmo logo a seguir, e é um prazer vê-lo jogar...
Há dias ao ver o Messi jogar, de uma forma quase extraterrestre como é seu costume, apercebi-me que estava à procura de algo de errado na sua exibição, algo menos bom para poder criticar e reforçar a minha ideia de que o Ronaldo é melhor.
Isto é tão errado, que está a fazer com que eu ignore ou não aprecie devidamente o futebolista incrível que é Leo Messi só porque estou constantemente a tentar provar a mim mesmo e aos outros que o (também incrível) Cristiano Ronaldo é melhor. Para quê? Esta discussão, por ser permanente e recorrente, acaba por nos toldar a análise das qualidades de ambos.
Qualquer amante do futebol que se preze deveria ser um profundo admirador dos dois, porque ambos são futebolistas por quem os nossos filhos nos vão perguntar daqui a uns anos, e devíamos ficar orgulhosos, nessa altura, de lhes poder dizer: "Sim, filho! Eu tive o privilégio de ver durante vários anos dois dos melhores futebolistas de sempre"!
É evidente que cada um tem a sua opinião, e para mim Cristiano Ronaldo continua a ser o melhor jogador do Mundo da atualidade. Mas o Messi vem logo a seguir, mesmo logo a seguir, e é um prazer vê-lo jogar...
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Desabafos,
Futeboladas
Happy
Tenho vindo a insistir neste assunto, é altura de colocar aqui no blog: Acho que o Pharrell Williams criou a música perfeita com "Happy". Sim, é controverso, mas a minha opinião tem (como sempre) uma justificação detalhada...
Já cheguei a falar aqui do crime que as rádios cometem ao passar as músicas vezes sem conta, até à exaustão. Ninguém se safa. Quem é que consegue ouvir o "Someone like you" da Adele nos tempos que correm? o "I see fire" do Ed Sheeran? O "Paradise" dos Coldplay ou o "Chandelier" da Sia? O problema não está nas músicas, que até são boas. O problema é que a quantidade de vezes que as ouvimos esgota-as no nosso ouvido e na nossa memória. Não acontece só com a rádio! Pode ser com um álbum bom que ouvimos tantas, mas tantas vezes que de repente se torna impossível - e permanece assim durante muitos anos, em alguns casos para sempre!
Pois bem, eu acho que o "Happy" do Pharrel Williams é a única música feita até hoje que não sofre desse mal. "Happy", simplesmente, não cansa! Aquela introdução é mítica; o ritmo é bom, fresco, divertido; a letra é super-positiva, o que cai sempre bem e serve para imensas situações: Casamentos, festas de aniversário, festas de escola, grupos de jovens, até lares de terceira idade! Encaixa bem em qualquer situação, diverte sempre, é acessível de cantar para todos. É provavelmente a música dos últimos anos que tem mais covers na Internet! Até o videoclip é divertido... mas para além de todos estes motivos, a grande vantagem de "Happy" é que é uma música que sabe bem, e faz bem a qualquer pessoa ouvir de vez em quando. Ora confirmem:
Nota extra - E confessem lá: Dá ou não dá vontade de fazer uma destas figuras a dançar, no meio da rua???
Já cheguei a falar aqui do crime que as rádios cometem ao passar as músicas vezes sem conta, até à exaustão. Ninguém se safa. Quem é que consegue ouvir o "Someone like you" da Adele nos tempos que correm? o "I see fire" do Ed Sheeran? O "Paradise" dos Coldplay ou o "Chandelier" da Sia? O problema não está nas músicas, que até são boas. O problema é que a quantidade de vezes que as ouvimos esgota-as no nosso ouvido e na nossa memória. Não acontece só com a rádio! Pode ser com um álbum bom que ouvimos tantas, mas tantas vezes que de repente se torna impossível - e permanece assim durante muitos anos, em alguns casos para sempre!
Pois bem, eu acho que o "Happy" do Pharrel Williams é a única música feita até hoje que não sofre desse mal. "Happy", simplesmente, não cansa! Aquela introdução é mítica; o ritmo é bom, fresco, divertido; a letra é super-positiva, o que cai sempre bem e serve para imensas situações: Casamentos, festas de aniversário, festas de escola, grupos de jovens, até lares de terceira idade! Encaixa bem em qualquer situação, diverte sempre, é acessível de cantar para todos. É provavelmente a música dos últimos anos que tem mais covers na Internet! Até o videoclip é divertido... mas para além de todos estes motivos, a grande vantagem de "Happy" é que é uma música que sabe bem, e faz bem a qualquer pessoa ouvir de vez em quando. Ora confirmem:
Nota extra - E confessem lá: Dá ou não dá vontade de fazer uma destas figuras a dançar, no meio da rua???
Corte à Tarzan
Hoje fui ao barbeiro em Vila Viçosa. Por nenhum motivo especial, apenas porque precisava de cortar o cabelo há imenso tempo e não tenho estado perto dos barbeiros do costume.
Antes informei-me, claro, onde era o barbeiro. Sugeriram cabeleireiros, daqueles de senhora, autênticos cemitérios de ordenados de tanta e tão boa gente. Não, respondi, que o que quero é mesmo barbeiro de navalha em punho, menos de dez euros, que o meu cabelo (convenhamos) não é propriamente o mais complexo de cortar. Ah, então é o Tarzan. Fica ali mesmo ao fundo daquela rua estreita, em frente à Casa do Benfica. É lá que os homens todos de Vila Viçosa cortam o cabelo.
"Tarzan". Lá fui eu ao "Tarzan" para ele me cortar o cabelo.
À chegada deu aquela sensação estranha de estar a entrar em casa de alguém: Uma sala grande, apenas com uma cadeira de barbeiro e espelho, com dois grandes sofás de três lugares e dois cadeirões. Neles se refastelavam, alentejanamente, quatro senhores. Nem TV, nem rádio, nem sequer luzes. Apenas conversa animada que só pausou para responder ao meu tímido "boa tarde". Na parede, o tradicional calendário da mulher nua, um símbolo discreto do Benfica em xisto e pouco mais.
Às tantas um deles levanta-se, acende a luz e decide finalmente identificar-se como o barbeiro, mandando-me sentar na cadeira. Tudo muito calmo, sem pressas, enquanto a conversa continuava. Olhei para o relógio - 18:08. Deixa cá ver quanto tempo demora isto.
"Aquele velhe filhe dum cabrão ainda lh'ofereci duas lambadas nes cornes! Armade em campeão, eu partia-o todo!" Era por causa de um terreno, ou de um veículo, não sei bem. O homem estava exaltado, mas só na voz. Porque o corpo indicava exatamente o contrário - se não lhe visse a cara diria que estava a dormir. Quanto aos outros, deveriam estar mesmo. Todos davam a impressão de passarem naqueles sofás a maior parte do dia.
Entretido na análise, nem me apercebi do corte terminado. Cinco euros, amigo. Que maravilha, não sabia que ainda se pagava cinco euros por um corte de cabelo no século XXI.
À saída, olhei para o relógio - 18:23. Como foi possível?? Sou sempre surpreendido por este estilo falso lento dos alentejanos. Foi o corte de cabelo mais barato, mais rápido e mais agradável dos últimos anos.
Obrigado, Tarzan!
Antes informei-me, claro, onde era o barbeiro. Sugeriram cabeleireiros, daqueles de senhora, autênticos cemitérios de ordenados de tanta e tão boa gente. Não, respondi, que o que quero é mesmo barbeiro de navalha em punho, menos de dez euros, que o meu cabelo (convenhamos) não é propriamente o mais complexo de cortar. Ah, então é o Tarzan. Fica ali mesmo ao fundo daquela rua estreita, em frente à Casa do Benfica. É lá que os homens todos de Vila Viçosa cortam o cabelo.
"Tarzan". Lá fui eu ao "Tarzan" para ele me cortar o cabelo.
À chegada deu aquela sensação estranha de estar a entrar em casa de alguém: Uma sala grande, apenas com uma cadeira de barbeiro e espelho, com dois grandes sofás de três lugares e dois cadeirões. Neles se refastelavam, alentejanamente, quatro senhores. Nem TV, nem rádio, nem sequer luzes. Apenas conversa animada que só pausou para responder ao meu tímido "boa tarde". Na parede, o tradicional calendário da mulher nua, um símbolo discreto do Benfica em xisto e pouco mais.
Às tantas um deles levanta-se, acende a luz e decide finalmente identificar-se como o barbeiro, mandando-me sentar na cadeira. Tudo muito calmo, sem pressas, enquanto a conversa continuava. Olhei para o relógio - 18:08. Deixa cá ver quanto tempo demora isto.
"Aquele velhe filhe dum cabrão ainda lh'ofereci duas lambadas nes cornes! Armade em campeão, eu partia-o todo!" Era por causa de um terreno, ou de um veículo, não sei bem. O homem estava exaltado, mas só na voz. Porque o corpo indicava exatamente o contrário - se não lhe visse a cara diria que estava a dormir. Quanto aos outros, deveriam estar mesmo. Todos davam a impressão de passarem naqueles sofás a maior parte do dia.
Entretido na análise, nem me apercebi do corte terminado. Cinco euros, amigo. Que maravilha, não sabia que ainda se pagava cinco euros por um corte de cabelo no século XXI.
À saída, olhei para o relógio - 18:23. Como foi possível?? Sou sempre surpreendido por este estilo falso lento dos alentejanos. Foi o corte de cabelo mais barato, mais rápido e mais agradável dos últimos anos.
Obrigado, Tarzan!
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Curiosidades
Os bifes da Vilafranquense
Em Vila Franca de Xira há um pequeno diamante da restauração: Uma pastelaria (sim, uma pastelaria/café) que serve refeições ao almoço e que tem uma lista de bifes que é fabulosa!
Desde o molho de mostarda ao molho de cerveja, passando pelo de camarão e o de queijo da serra (!!!) ou ainda pelo de cogumelos ou o de alho fresco, descobriu-se ali a pólvora em matéria de bifes e pouca gente sabe. Desconfio mesmo que nem eles sabem o que ali têm! O preço é irrisório; com sete euros come-se um bife do tamanho do prato de barro com um dos molhos referidos acima, mais batatinhas fritas, pão para o molho, bebida e café... que mais se pode pedir?
Apetecia-me dizer aos senhores: acreditem em mim, que eu como em todo o lado, a toda a hora, e estes bifes que vocês aqui têm, bem explorados, eram uma mina de ouro! Esqueçam o resto, dediquem-se só a isto, mudem de nome, façam a publicidade certa e fiquem ricos, porque estes bifes merecem ser provados por toda a gente...
Sempre que vou a Vila Franca tenho que almoçar na Vilafranquense pelo menos uma vez. E só não vou sempre porque parece mal... e porque quem normalmente me acompanha não pode passar a vida a comer bifes porque tem dietas a respeitar!
Desde o molho de mostarda ao molho de cerveja, passando pelo de camarão e o de queijo da serra (!!!) ou ainda pelo de cogumelos ou o de alho fresco, descobriu-se ali a pólvora em matéria de bifes e pouca gente sabe. Desconfio mesmo que nem eles sabem o que ali têm! O preço é irrisório; com sete euros come-se um bife do tamanho do prato de barro com um dos molhos referidos acima, mais batatinhas fritas, pão para o molho, bebida e café... que mais se pode pedir?
Apetecia-me dizer aos senhores: acreditem em mim, que eu como em todo o lado, a toda a hora, e estes bifes que vocês aqui têm, bem explorados, eram uma mina de ouro! Esqueçam o resto, dediquem-se só a isto, mudem de nome, façam a publicidade certa e fiquem ricos, porque estes bifes merecem ser provados por toda a gente...
Sempre que vou a Vila Franca tenho que almoçar na Vilafranquense pelo menos uma vez. E só não vou sempre porque parece mal... e porque quem normalmente me acompanha não pode passar a vida a comer bifes porque tem dietas a respeitar!
Café Vilafranquense
Rua Serpa Pinto, 125
2600-263 Vila Franca de Xira
A Teoria de Tudo
Este ano vi sete dos oito filmes nomeados para os Oscars e a verdade é que gostei de todos. Mesmo assim, as minhas preferências vão para Birdman, Whiplash e The Theory of Everything.
Hoje falo deste último apenas por um motivo: Porque foi o que mais me sensibilizou. Sem nenhum motivo especial, sem que tenha havido um momento mais sentimental, apenas porque funcionou como um todo, de uma forma simples, sincera, honesta. Baseado na biografia de Jane Hawking (ex-esposa de Stephen Hawking), o filme retrata não só a evolução de um dos maiores físicos da História na ciência e na doença, mas também a forma como a mulher viveu toda esta odisseia.
Não é nada de extraordinário, não é uma biografia muito diferente das várias que conhecemos no cinema, mas talvez por ser uma história contada por ela não cai nos lugares-comuns do dramatismo excessivo pelo doente e do elogio sistemático de quem com ele conviveu. Conta a vida como ela é, como ela foi para estas duas pessoas e é perfeitamente convincente.
Nota ainda para uma escolha perfeita dos dois atores principais: Se Eddie Redmayne tem a performance de uma vida e um Oscar absolutamente merecido, Felicity Jones não é menos surpreendente!
Não é o melhor filme do ano, mas é certamente um dos que todos deveriam ver.
Hoje falo deste último apenas por um motivo: Porque foi o que mais me sensibilizou. Sem nenhum motivo especial, sem que tenha havido um momento mais sentimental, apenas porque funcionou como um todo, de uma forma simples, sincera, honesta. Baseado na biografia de Jane Hawking (ex-esposa de Stephen Hawking), o filme retrata não só a evolução de um dos maiores físicos da História na ciência e na doença, mas também a forma como a mulher viveu toda esta odisseia.
Não é nada de extraordinário, não é uma biografia muito diferente das várias que conhecemos no cinema, mas talvez por ser uma história contada por ela não cai nos lugares-comuns do dramatismo excessivo pelo doente e do elogio sistemático de quem com ele conviveu. Conta a vida como ela é, como ela foi para estas duas pessoas e é perfeitamente convincente.
Nota ainda para uma escolha perfeita dos dois atores principais: Se Eddie Redmayne tem a performance de uma vida e um Oscar absolutamente merecido, Felicity Jones não é menos surpreendente!
Não é o melhor filme do ano, mas é certamente um dos que todos deveriam ver.
Regressar, sempre.
Hoje é dia de regressso.
Este blog tem sete vidas e vai provar isso mesmo. Não é um período sabático de (olha, faz hoje) três meses que faz com que eu dê este projeto como terminado.
Há muito mais a dizer, para mostrar, para registar. Há menos tempo e disponibilidade, mas o miúdo já tem oito meses e é altura de rever o aproveitamento dos tempos livres.
Por isso, feliz Natal a todos, bom ano 2015, a Feira do Fumeiro foi ótima e a sexta-feira 13 de fevereiro também (atenção, está aí já outra à porta), o Cristiano ganhou a terceira bolinha ("Siiiiiim") e o Birdman foi o grande vencedor dos Oscars. Adiante!
E entretanto, neste hiato, até o blogger se atualizou em matéria de novo acordo ortográfico. Como tal, e mesmo não concordando com o mesmo, convenhamos que fica mais fácil escrever segundo as novas regras. Novidade no blog a partir de hoje, portanto. Se falhar em alguma palavra, a culpa é naturalmente do sistema...
Este blog tem sete vidas e vai provar isso mesmo. Não é um período sabático de (olha, faz hoje) três meses que faz com que eu dê este projeto como terminado.
Há muito mais a dizer, para mostrar, para registar. Há menos tempo e disponibilidade, mas o miúdo já tem oito meses e é altura de rever o aproveitamento dos tempos livres.
Por isso, feliz Natal a todos, bom ano 2015, a Feira do Fumeiro foi ótima e a sexta-feira 13 de fevereiro também (atenção, está aí já outra à porta), o Cristiano ganhou a terceira bolinha ("Siiiiiim") e o Birdman foi o grande vencedor dos Oscars. Adiante!
E entretanto, neste hiato, até o blogger se atualizou em matéria de novo acordo ortográfico. Como tal, e mesmo não concordando com o mesmo, convenhamos que fica mais fácil escrever segundo as novas regras. Novidade no blog a partir de hoje, portanto. Se falhar em alguma palavra, a culpa é naturalmente do sistema...
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