Eu não acredito que exista realmente alguém que goste de estar sentado no seu canto ou a passear e ser abordado por um tipo que não conhece de lado nenhum com uma história qualquer de uns telefones, uma internet, uma conta de banco nova ou uma nova marca de gelado. Acredito, sim, que haja uns com mais paciência ou mais abertura que outros, mas gostar… duvido.
O exemplo mais flagrante é o do Citibank, aqueles bancos dos shoppings. É malta que tem o seu emprego, que tem os seus deveres, sendo o principal deles abordar as pessoas literalmente no meio desses shoppings. São tipos espertos, que eu já conheço a sua forma de atacar. Primeiro analisam bem os potenciais alvos, evitam os mais jovens e os grupos, preferem quem vai sozinho porque esse é, à partida, um alvo mais vulnerável. Aqueles transeuntes que páram a ver as montras mais próximas do seu posto de vigia, é certinho que quando se virarem já têm um deles com a habitual abordagem: “Desculpe, é só um minuto. Não se importa?”. Nunca é só um minuto. O tempo de paragem depende do jeito e do timing que a vítima encontra para fugir. Não é fácil…
Quando era estudante, a fórmula era simples e eu já a sabia de cor:
Malta do Citibank:- “Desculpe, é só…”
Eu: - “Sou estudante.”
Malta do Citibank:- “Ah, então não estamos interessados. Obrigado.”
Sucesso a toda a linha. E durante os meus primeiros anos de emprego ainda funcionou. O pior é que um tipo começa a ficar velho e isso nota-se – eles notam, e já fazem um ar de gozo, e insistem sobre se temos um part-time ou coisa que o valha. Em resumo, já não pega. Só conheço duas hipóteses de fugir deles, que são as que eu uso actualmente e alternadamente para eles não me começarem a topar – porque eles também são instruídos no sentido de topar as fugas:
a) Simular uma conversa telefónica enquanto passamos (uma discussão grave, de preferência);
b) Passo muito acelerado, quase corrida, quando eles estão na fase de analisar outros alvos – para esta é preciso já ter alguma técnica e muito treino!
Como podem imaginar, ir ao shopping com o meu pai e ele dizer: “Olha! Estão ali os tipos do Citibank, calha bem porque preciso mesmo de falar com eles!” faz-me chegar à brilhante conclusão de que o meu pai é a única pessoa num shopping que vai falar com estes tipos cuja função é abordar os outros. Claro que não o acompanhei, mas já imagino a conversa:
Meu pai: - “Desculpe, é só…”
Malta do Citibank: - “Hummm… Ahnn… bem… Somos estudantes!!!”
6 comentários:
LOL!
Porque será que não estranho?
Quem conhece o 'teu' pai já espera tudo!
Ele não existe! :D
Beijo*
Técnica suplementar: Imitação. Tudo o que o funcionário do citibank nos disser, nós repetimos, com voz esganiçada e cara de parvo. Há-de chegar a uma altura em que ele se vai fartar e, provavelmente, recorrer à ofensa... o que é óptimo, porque nos dá a excelente oportunidade para ofendê-los também...
LP
É sabia que ia virar um tema para teu blog, essa sua relação com o Citibank...acho que se eu estivesse naárea da psicologia faria minha tese sobre essa fobia "Citibank Fobia, a perseguição de um pseudo estudante"...kkkkk
Finalmente, o tao aguardado post sobre o Citibank!! So falta um sobre o Mantorras, ja merecia... ;)
Brilhante!
Ja te disse que podes sempre utilizar esta tecnica:
Citibank: Desculpe...
Tu: Está desculpado!
Citibank: Eh eh... Posso fazer-lhe uma pergunta?
Tu: E eu, posso fazer-lhe uma pergunta a si? Primas!!!
Citibank: Nao, a serio... É so um minuto... O que é que faz?
Tu: E você, o que é que faz??
E assim sucessivamente......
LOL
Se a do "Sou estudante!" já não pega experimentem "Estou desempregado!".
Eu, baseado na minha passada experiência num prestigiado banco de crédito ao consumo, sugeria o seguinte:
"Cartão de crédito? Então vocês andam a ligar-me lá para casa a tentar cobrar a dívida do outro e ainda me vêm propor mais um? Estão a gozar comigo?"
Não falha...
É claro que a Diana tem uma solução mais simples:
"Não quero". É incrivel como isto funciona com ela e não comigo. Eu nem sequer os Elders consigo manter afastados...
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