Alex & Sierra

O JC chamou-me a atenção para os vencedores da terceira temporada do X Factor americano. Falou-me de Alex & Sierra e eu pensei que não conhecia. Quando procurei fui logo encontrar o primeiro casting do casal e percebi que já o tinha visto há alguns meses.

Compreendi imediatamente o motivo que o levou a falar-me disto. Ele sabe que eu gosto destas coisas. De música, de programas de música, mas principalmente de tudo o que é genuíno na música. E estes dois, que não são extraordinários em termos vocais, parecem legítimos, sinceros, apaixonados, genuínos. O que faz com que a música deles tenha uma química especial.

São várias as actuações que se encontram no youtube, mas a minha preferida continua a ser a do casting. Primeiro porque acho a versão deles mil vezes melhor do que o original, depois porque fazem tudo tão "mal" que sai mesmo bem. Os nervos, as caretas, os gestos desconexos, tudo tão errado - e no entanto tudo tão perfeito.

Vinte anos depois

Nem reparou bem no primeiro dia em que ela apareceu lá no trabalho. Um cumprimento banal, como tantos outros antes desse, afinal esta empresa anda ao contrário da crise e está sempre a contratar, normal. Foi só quando tiveram a primeira reunião, na semana seguinte, que reparou na forma como ela o olhava. Ele conhecia este tipo de olhar, a última vez que tinha visto um tinha sido há muitos anos, na verdade nunca pensou que nesta idade se repetisse. Mas estava a acontecer, naquele momento, e ele sabia que não estava enganado. Uma conversa, um café e dois sorrisos, e de repente ela já lhe parecia perfeita. Tudo tão simples, será que ele ainda tinha aquele jeito de que os homens mais novos tanto se orgulham de ter, não sabia. Mas tudo estava a acontecer e ele não tinha qualquer tipo de vontade de parar.

Lembrou-se da mulher da sua vida, claro, várias vezes. Quase vinte anos de casado não é para qualquer um, motivo de orgulho certamente. Mas as comparações eram inevitáveis, esta cara nova é tão mais bonita, parece tão mais apaixonada, ela ri-se das suas piadas. Pensou quando teria sido a última vez que tinha contado uma graça à sua mulher. Já há muito que ela tinha deixado de se rir delas, e naturalmente ele deixara de as contar. Mas havia mais, algo mais que era tão mais intenso do que ele havia sentido! Havia o cheiro, seria o cheiro?, ou a suavidade da sua pele, ou a forma como ela se entregava no calor da luxúria e do desejo. Tocava-lhe a barriga, tão diferente da que ele conhecia, de novo as comparações, não sentia as estrias que os filhos generosamente haviam provocado na sua mulher em tantos meses de gestação.

O Martim e a Inês. Também havia esse problema, o mais difícil de todos. Os filhos eram tudo o que ele mais amava, em todos os momentos excepto nos fugazes encontros com a sua nova paixão - aí o seu mundo era outro e já não havia nada. Mulher, filhos, contas a pagar, a torneira que pinga à noite, nada. Surpreendeu-se com a facilidade com que era capaz de voltar todos os dias a casa e manter a rotina normal, passar tempo com os miúdos, dormir sestas no sofá e fazer amor aos sábados.

Ela não pedia mais mas ele sentia-se na obrigação de dar tudo. A vida dupla era possível, já o sabia, mas cada vez o desejava menos. A mulher já não o amava, não podia, vinte anos, era normal que já não se amassem nesta altura. Restava o respeito, mas ele sabia que já não a respeitava por esta altura e que para ela era melhor a separação. Sim, era isso mesmo, ela ainda ia a tempo de, como ele, encontrar nova felicidade, para as mulheres é sempre mais fácil. Tinha que o fazer por si mas principalmente por ela, isso mesmo. Os miúdos haviam de compreender, afinal ele não ia a lado nenhum, ficaria sempre por perto. Estava decidido.

Chorou muito, ela. Mais do que ele esperara. O alívio do peso daquele segredo compensava o ar de terror espelhado na face daquela com quem havia vivido quase vinte anos, uma vida, uma vida sem no entanto ter visto antes aquela expressão de dor que ficaria marcada no fundo do peito dele até ao fim dos seus dias. Com a coragem que só as grandes mulheres têm ela ainda lhe disse que depois de ele sair nunca mais voltaria a entrar, e ele sabia que era verdade. Ela não voltava atrás, nunca. Por momentos lembrou-se que aquela era uma das marcas dela que mais o impressionaram quando a conheceu. Há mais de vinte anos, uma vida, ambos mereciam uma espécie de prémio. Não olhou para trás, percebeu que ele próprio também chorava sem querer.

Foi só dois meses depois, quando acordou e de um momento para o outro odiou profundamente a mulher que estava ao seu lado, a tal do sorriso perfeito e da barriga lisa, que ele compreendeu que estava perdido para sempre.


A função da vassourinha

Não é segredo para ninguém, sou fã incondicional das mensagens de casas-de-banho. Há sempre um erro ortográfico, um tamanho de letra inadequado, pontuação em falta ou uma mensagem pouco clara...

Neste momento já tenho uma pasta no computador só com conselhos úteis e indicações importantes escritas em folhas A4 e coladas nas portas e paredes das casas-de-banho públicas dos sítios que vou frequentando.

A mais recente, que aqui apresento, tem bons pormenores mas prima acima de tudo pela originalidade na comparação que nos leva a recear que a ideia não tenha surgido por acaso.

Assustador...

Um dia diferente...

Esta semana houve sessão fotográfica, e de pintura também!

Foi mesmo muito engraçado, e os nossos sinceros agradecimentos vão para os melhores fotógrafos da Península Ibérica: Thais Lozano e Luis Pedreira. O vosso empenho e o vosso profissionalismo fizeram pequenos milagres...!

Por hoje coloco apenas esta. Em breve teremos mais!



Uma cara nova...

Lavar a cara de vez em quando só faz bem. Até aos blogs!

:slow

É capaz de ser a melhor refeição que já comi num shopping.

O conceito é recente: Confecção da carne a baixa temperatura durante um longo período, o que permite obter um sabor mais intenso e suculento, comida "que se desfaz" e que é o mais saborosa possível. Os donos são os mesmos das cadeias H3 e da Empadaria do Avillez e a avaliar pela qualidade da refeição e  pelo baixo preço, o :slow pode muito bem vir a ter ainda mais sucesso que o próprio H3.

Já existia no Colombo e nas Amoreiras, recentemente veio para o Norte e instalou-se no Norteshopping e no Marshopping. Pouco adeptos de refeições em shoppings, nós nunca tínhamos provado.

Sem gastar mais de oito euros por pessoa, dá direito a uma refeição realmente agradável com bebida (a limonada de frutos silvestres é excelente) e sobremesa (apenas uma, e também aprovada: Pavlova de Frutos Silvestres). Em nenhum momento temos a ideia de que se trata de fast food - a carne é bem mais saborosa do que em muitos restaurantes da cidade e os acompanhamentos são de qualidade.

É como dizia: São raras as vezes em que jantamos no shopping. Mas passámos a ter um restaurante de eleição para quando for preciso!