Oscars 2013 - Os vencedores

Não posso negar que fiquei um pouco desiludido com esta cerimónia dos Oscars. Se a ideia era aproveitar a boleia d'Os Miseráveis e da celebração dos 10 anos da vitória de Chicago para homenagear a música no cinema, a verdade é que podia ter sido feito muito, muito mais. Os números musicais foram medianos (A própria Adele parecia adoentada e a Zeta-Jones estava em evidente playback) e havia tanto para explorar, que pareceu haver algum desleixo na organização da cerimónia.

O estreante apresentador Seth MacFarlane não esteve mal, teve algumas tiradas engraçadas e sabe cantar e dançar, mas nunca entusiasmou verdadeiramente.

Quanto aos prémios em si... pode-se dizer que a maior surpresa talvez tenha sido Ang Lee a arrecadar o prémio de melhor realizador, embora tenha ficado sempre no ar a ideia de que se Ben Affleck tivesse sido nomeado como devia, este prémio (também) tinha sido dele.

Argo foi portanto o grande vencedor, arrecadando os prémios de melhor filme, melhor argumento adaptado e edição. Lincoln, por sua vez, ganhou apenas dois Oscars em dez nomeações e é o evidente derrotado da noite. Melhor esteve A Vida de Pi que conseguiu quatro estatuetas.

O melhor momento da noite: Meryl Streep e Daniel-Day Lewis em palco, juntos, por breves momentos. Os dois maiores actores vivos. Será que há alguém com a coragem de os juntar um dia numa longa-metragem? Onde é que eu assino para que seja possível?

Eu adoro isto.



Frustrante

- Trabalhar duas horas extra ontem para conseguir sair hoje mais cedo, com o objectivo de chegar à hora certa para ver o Benfica.
- Conseguir sair às 16:30 conforme previsto, e arrancar para uma viagem de 369 km.
- Dos 369 km, apanhar cerca de 350 km com um temporal incrível, o pior de que me lembro, e quase nunca conseguir andar a mais de 110 km/h.
- Ouvir na rádio o apito do árbitro para o início da partida... a 8 km do meu destino. OITO!!!

Não merecia.

Oscar 2013 - As previsões

É um ano em que há de tudo: Dos veteranos aos novatos, do musical à comédia, do drama à acção... o que torna mais complicado distinguir os melhores dos menos bons. Há prémios demasiado evidentes e outros em que todos os nomeados parecem ter hipóteses de ganhar. O que nos pode reservar a noite de 24 de Fevereiro?

Tudo começa com o dia 10 de Janeiro e com a enorme surpresa de não se ver Ben Affleck no lote dos nomeados para melhor realizador. As contas ficaram, desde logo baralhadas e foram complicando cada vez mais: A academia costuma emparelhar o filme com o realizador, e entre 9 nomeados para melhor filme Argo pareceu ficar logo em desvantagem. No entanto, desde aí, tem ganho todos os prémios da época. Parece um pouco uma provocação à Academia... que normalmente não se deixa influenciar. Tenho para mim que Lincoln é o favorito da Academia desde o início e que poderá ganhar esta corrida a Argo. Mas no fim de contas, a aposta mais segura é mesmo em Argo para melhor filme.

Já para realizador, e pelos mesmos motivos, a luta é acérrima. Sem Ben Affleck no lote, Spielberg sai bem posicionado apesar de nem sequer ter sido nomeado para os BAFTA, por exemplo! Ang Lee e Michael Haneke estão à espreita e podem surpreender.

Daniel Day-Lewis e Anne Hathaway são os mais brilhantes do ano e vão ganhar os respectivos prémios. Menção honrosa para Hugh Jackman e Sally Field, mas nada mais do que isso.

Quanto à melhor actriz... há 3 favoritas: Jessica Chastain, Emmanuelle Riva e Jennifer Lawrence. O Oscar assentava bem a qualquer uma, e se Chastain partiu em vantagem a verdade é que Riva e Lawrence ganharam os prémios mais recentes e prometem luta até ao final...

A grande surpresa poderá ser o melhor actor secundário. Tirando talvez Alan Arkin, qualquer um dos restantes pode vencer - embora me pareça que a estatueta vá acabar nas mãos de Christoph Waltz ou de Tommy Lee Jones...

Venha o veredicto!

Filmes... em série!

Zero Dark Thirty foi, para mim, a maior surpresa da temporada pela positiva. Estava à espera de algo demasiado documentado, em toada lenta e desinteressante, e a verdade é que Kathryn Bigelow consegue o inverso. Baseado em factos reais, sobre a caça e captura de Osama Bin Laden, o filme não podia deixar de ser controverso a vários niveis. Das (falsas?) cenas de tortura à forma (depreciativa?) como são retratados os muçulmanos, quase tudo serviu para criticar um filme que aborda um dos temas mais sensíveis para os americanos e para o mundo ocidental em geral. Imune a tudo isto, Zero Dark Thirty emerge como um dos melhores filmes da temporada pelo ritmo, o argumento e o interesse que desperta no espectador do princípio ao fim - apesar de já todos saberem como acaba...

Para Django Unchained a expectativa era enorme: Mais um clássico instantâneo de Tarantino, divertido, daqueles que só ele sabe cozinhar. E não desilude, pois claro. Um elenco extraordinário que dá vida a personagens incríveis do imaginário do realizador, uma banda sonora perfeita e um argumento daqueles a que Tarantino já nos habituou e que muitos tentam mas ninguém consegue copiar. Não é o melhor dele, na minha lista de filmes de Tarantino aparece até num quarto ou quinto lugar. Mesmo assim, é muito melhor do que a maioria do que por aí se faz...

The Master é uma desilusão. Depois de There Will Be Blood esperava-se muito da genialidade de Paul Thomas Anderson, mas este perde-se nos labirintos do seu próprio cérebro e traz-nos obras como este filme que em vários momentos parece que vai crescer mas nunca passa de uma mediania entediante numa história interminável sobre não se sabe ao certo o quê. Os desempenhos de Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman acabam por ser o mais interessante de um filme que não me deixa saudades.

Outro filme assim-assim é The Flight, com o incontornável Denzel Washington. As nomeações para argumento e melhor actor davam a entender que haveria algo de diferente aqui, mas não é o caso. Denzel está bem, mas Denzel está sempre bem. Dá sempre a sensação de que já o vimos neste papel uma mão-cheia de vezes noutros filmes, não se descobre nada neste The Flight que o diferencie dos outros filmes de acção tão típicos em que o actor costuma brilhar. Vê-se bem, claro, mas pouco mais.

Beasts of the Southern Wild é a grande surpresa nas nomeações aos Oscars de 2013. É a primeira longa-metragem de um jovem realizador, não tem qualquer actor profissional no elenco e foi feito com um orçamento muito curto. A partir daqui, um filme minimamente decente já seria uma vitória! Mas Beasts é mais do que isso: Aproveitando ao máximo os recursos, é de uma simplicidade e de uma honestidade desarmantes, é inteligente e perspicaz. O mundo pelos olhos de uma criança, a vida através da pureza de um jovem coração. Sem ser fantástico, é uma bela surpresa e deixa um sorriso nos lábios até dos mais cépticos.

E por fim, Lincoln. O filme com mais nomeações para os Oscars acabou por ser o último que vimos. E é o que tem mais" matéria de Oscar", no fundo. Começa por ter o melhor actor vivo (Daniel-Day Lewis) num desempenho assombroso como Abraham Lincoln, a viver o drama de ter que escolher entre o final de uma Guerra Civil e a aprovação da emenda que finalmente viria a abolir definitivamente a escravatura. Juntando a isto um dos realizadores mais aclamados de Hollywood (Spielberg), uma banda sonora à altura e um argumento leve e facilmente perceptível, Lincoln é um daqueles que serão lembrados, vistos e revistos por muitos anos. É muito bom, sem dúvida. O melhor? Talvez...


Para lá da fronteira

Estou muito satisfeito com os meus queridos amigos da Vodafone.

Quando estou em Montalegre é frequente dar um salto à fronteira ou até Chaves. Em ambos os casos recebia sempre uma mensagem a explicar as tarifas em vigor da Vodafone espanhola (para quem não sabe, em parte da estrada Montalegre-Chaves a rede de telemóveis é espanhola).

Ora, isto é um bocado chato. Cientes disso, os meus amigos criaram uma solução: No final da mesma mensagem das tarifas, vem algo como Se não quiser receber esta informação, responda a esta SMS com a mensagem "ANULAR". Óbvio.

Ora, quem é que envia esta SMS a anular? Quem, como eu, não gosta ou não quer receber uma SMS cada vez que vai a Espanha. Certo? E lá mandei a SMS "ANULAR".

E é como dizia, estou muito satisfeito com os meus amigos da Vodafone. Porque agora, cada vez que apanho rede espanhola já não recebo SMS com as tarifas. Em contrapartida, recebo sempre uma SMS a dizer Confirmamos a remoção da info das tarifas aplicáveis em roaming. Para voltar a receber essa informação, responda a esta SMS com a palavra "RECEBER"...

Em Portugal, claro...

Acabado de chegar de uma semana em trabalho, dirijo-me a um posto de uma grande gasolineira para atestar a viatura da empresa antes de a entregar, como de costume. Escolho uma bomba daquelas que não são em pré-pagamento, pois como não sou bruxo não faço ideia de quanto preciso para encher o depósito. 

Após abastecer, vou efectuar o pagamento. São 33 euros. Apresento o cartão, à espera da tradicional pergunta “deseja factura com número de contribuinte?” e em vez disso sou brindado com um “não quer aderir à nossa promoção de dois limpa-vidros mais dois chocolates e mais não sei o quê com desconto XPTO?”.  Respondo que não e vejo quase de imediato o talão a sair da máquina. “Finalmente”, pensei, “sai o raio da factura sempre sem ter que ser eu a pedir, com um espaço em branco para eu colocar o nº de contribuinte. Tão fácil.” Fácil demais, claro.

“Isto é factura, certo?”
“Ah… queria factura com número de contribuinte??? Pois… agora já não é possível…”
“Pois. Mas o que é certo é que eu preciso de uma factura de 33 euros.”
“O sistema agora já não permite gerar…”
“Então e uma factura manual? Não pode passar?”
“Não, com este novo sistema deixaram de nos facultar o bloco de facturas! Mas pode escrever aí o contribuinte, o nome e a morada completa”
“Completa? Para quê?”
“Agora tem que ser a sede da empresa a enviar a factura para a sua empresa.” 



Desisti, entreguei o carro e peguei no meu que, por sorte, estava a precisar de combustível e que, por sorte, usa o mesmo combustível do carro da empresa. Voltei ao mesmo posto e desta vez escolhi uma bomba de pré-pagamento, pois já sabia que ia gastar… 33 euros. Ao efectuar o pagamento, diz-me o mesmo senhor: “Desta vez quer factura, certo?” ao que eu respondo, evidentemente, “Já da outra vez queria…”. Dou os dados para a factura e, cereja no topo do bolo, diz ele:

“Agora só tem que ir atestar e no fim vir aqui buscar a factura”
“Como? Já paguei e não levo factura???”
“Só depois de atestar é que o talão sai da máquina…” 

Portanto, quem quiser pré-pagamento (que supostamente é para facilitar a vida a toda a gente) e também quiser factura (que supostamente é obrigatório) ganha duas viagens de ida e volta à caixa. Bonito…

Como é que se implementa o que quer que seja num país como este? Alguém me explica???