The Leftovers

Não é novidade para ninguém que as séries são um dos meus hobbies favoritos. Não dispenso o acompanhamento de 3, 4 séries em simultâneo. Como o faço? Não é fácil, mas é tudo uma questão de organização. Claro que quando vier o próximo rebento sei que vou ter que abrandar durante uns meses, tal como aconteceu com o anterior.

Estou constantemente a descobrir séries novas, a acabar outras, a desistir de outras, o processo é contínuo e por norma umas vêm preencher o espaço que a anterior deixou vazio.

O problema é que por vezes a série foi tão incrível que não é fácil preencher esse espaço. Porque não é fácil encontrar outra que esteja à altura, ou porque aquela série nos tocou de uma forma especial.

Aconteceu-me poucas vezes: quando acabei Sete Palmos de Terra, Breaking Bad e agora The Leftovers.



The Leftovers, sente-se logo desde o início, é especial. São 28 episódios divididos por 3 temporadas e tem um tema no mínimo estranho: um fenómeno inexplicável que faz desaparecer, de forma aleatória, 2% da população mundial.

Desengane-se quem pensa que é uma série sobre o oculto, de fantasia ou ficção. O tema serve apenas de mote para o verdadeiro objetivo do exercício: tentar perceber como lidaria cada um deles, dos que ficaram, com um fenómeno que não se entende e a forma que cada um encontra para justificar ou ultrapassar a situação.

The Leftovers é fantástico na abordagem, na construção das personagens e na criação dos laços entre estas e o público. É tudo aquilo que Perdidos prometia e nunca conseguiu ser. É uma das séries mais incríveis que já vi. Em Portugal só passou no TV Séries, talvez um dia possamos ver num dos canais "normais"...

P.S.1: Melhor banda sonora de todo o sempre de todas as séries que este Mundo já viu nascer!

P.S.2: É a pior série para se ver quando se está a deixar de fumar...

Dois rapazes

Não posso deixar de notar em várias pessoas um ligeiro desalento quando souberam que vamos ter outro rapaz. Há uma espécie de lógica social instalada que diz que depois do menino tem que vir a menina para ser um casal, ou vice-versa. O importante é "o casal".

Primeiro, isto do casal quando estamos a falar de irmãos é um bocado sinistro. Já alguém pensou nisto?

Depois, há outro pormenor: antes do Vasco só nos imaginávamos pais de meninas. Foi uma verdadeira surpresa... e foi a melhor surpresa possível. Neste assunto não há falsas modéstias: o Vasco tem sido tão fácil de educar, tem um feitio tão bom e ter este rapaz tem sido tão simples que só se fôssemos doidos é que íamos agora torcer por uma menina!

Um outro detalhe de que as pessoas se tendem a esquecer: temos a Ana na família desde os primeiros meses, por isso a experiência da menina não é totalmente desconhecida para nós.

Tudo isto para dizer que estamos mesmo muito felizes pelo menino que está a caminho. Quanto ao Vasco, nunca pôs sequer a hipótese da menina. "É um mano que vem aí"... E acertou...!

E se de repente...

...eu voltasse a escrever?

É que isto agora está muito evoluído (ou então, como de costume, descobri muito mais tarde que toda a gente). Com a app do blogger já posso escrever no telemóvel em qualquer lugar e de forma mais prática, uma grande vantagem nos dias que correm.

E a verdade é que às vezes tenho vontade de escrever e não tenho onde o fazer.

O blog começou em 2008, há quase 10 anos. Hoje sou uma pessoa diferente da que era na altura e a principal diferença em termos de escrita é talvez esta vontade de escrever por mim, para mim, não tanto com o objetivo de agradar ou mostrar aos outros. Talvez um dia até torne o blog privado, porque não?

Quando o Vasco nasceu pensei que era o melhor motivo para reacender o espírito do blog. Nada mais errado, claro. Nunca quis perder nada, nenhum momento, tenho sido egoísta ao ponto de não partilhar nada com ninguém. Agora, a poucos meses de um novo filho, é provável que isto volte a acontecer, e portanto não posso prometer que este espaço venha a ter durante muito tempo a dinâmica que teve.

Portanto, sem qualquer compromisso e só mesmo porque tenho saudades, a partir de hoje volto a escrever. Não sei quanto, nem durante quanto tempo. E se alguém (re)aparecer por aí... obrigado. Também tenho saudades vossas!