O declínio das grandes séries



As temporadas 5 e 6 de Peaky Blinders são um déjà vu de temporadas avançadas de outras grandes séries como The Walking Dead ou Game of Thrones.

São séries com uma grande aposta nos valores de produção e na construção de personagens desde o primeiro momento, o que faz com que o espectador se sinta ligado aos personagens como se fossem família ao mesmo tempo que se deixa levar pelos incríveis guarda-roupa, fotografia, efeitos visuais e sonoros, etc.

A fórmula funciona muito bem e deixa o espectador apaixonado, quase dependente. A sensação de aguardar ansiosamente pelo próximo episódio/temporada é bem conhecida de todos.

Outra característica comum a estas séries é a coragem de matar personagens principais ao longo das temporadas. O efeito surpresa/choque é também ele um factor que contribui para manter os fãs interessados.

A coragem que está implícita neste último ponto tem, porém, um preço elevado que mais cedo ou mais tarde a série acaba por pagar: Ao fazer desaparecer personagens que eram acarinhadas pelo público desde o primeiro momento perdem-se os assuntos, as possibilidades ao nível de narrativa, a qualidade em geral. A fase seguinte é tentar cobrir este vazio com novas personagens, mas por mais tempo de écrã que estas tenham nunca vão chegar da mesma forma ao coração de quem já viu cair os seus preferidos.

Mesmo que se volte a tentar o efeito choque ao matar estas novas personagens, o resultado é irrelevante: ninguém se importa realmente com elas. Resta tentar suportar, episódio atrás de episódio, o argumento em uma ou duas personagens fortes que restam, o que se torna inevitavelmente escasso.

E as séries vão perdendo fulgor, crescendo em qualidade de produção devido ao efeito positivo dos resultados de temporadas anteriores (compare-se a qualidade dos efeitos visuais de The Walking Dead da primeira para a quinta temporada, por exemplo), mas perdendo muito público ao longo do caminho a reboque das personagens fulcrais que vão desaparecendo. Ficam sempre alguns espectadores resistentes, muitas vezes mais por respeito a tudo o que a série lhes deu em tempos do que pelo que é no momento.

Às vezes a série é/foi tão espectacular que se torna difícil perceber o quanto perdeu. E vamos ficando, mais um episódio, mais uma temporada, até que chega o dia em que pensamos "na verdade, porque é que eu ainda vejo isto?" e é normalmente por essa altura que acabamos por desistir.

Fica sempre ali: "Falta-me a última temporada, tenho 4 episódios em atraso, não vi as duas últimas, um dia ainda volto a pegar nisso."  - Não se volta a pegar. Ainda tentamos, mas sabemos que já não vale a pena. A magia perdeu-se pelo caminho.

É por isso que defendo que nenhuma série devia ter mais de 30/40 episódios, distribuídos por no máximo 3 temporadas. São muito poucas as que conseguem manter a qualidade por mais do que 3 temporadas, e isto é mais do que suficiente para uma história muito bem contada.

Este ciclo que é a vida

 "Papá, nos nunca queremos ir embora das pessoas que gostamos, pois não?"


Hoje decidi escrever porque este foi claramente um dos momentos em que me revi em ti, filho.

Esta tua pergunta, tão simples e tão bem colocada, trouxe-me à memória esse exato sentimento que estás a experimentar. Porque o Verão é mesmo assim quando somos novos. Conhecemos pessoas diferentes, interessantes, com outro ar e uma vida tão diferente da nossa. Sentimo-nos bem com elas. Quando saem da nossa vida tão depressa como entraram, sentimo-nos traídos. Porquê? Estava tudo tão perfeito. Demo-nos bem. Porque é que ela não vive aqui, na casa ao lado da nossa? Não faz sentido.

"A Suíça é muito longe, papá?", as perguntas sucedem-se a um ritmo imparável. Não, filho, a Suíça já foi bem mais longe, agora é aqui ao lado. Agora é tudo aqui ao lado.

Aos 7 anos estás apenas a experimentar uma amizade especial, mas espera pela adolescência. Aí tudo se complica. Vais viver amores de coração a querer sair do peito, em apenas 3 dias de sol. E depois ela lá vai embora e tu continuas a não entender a injustiça. E juram amores eternos, que "11 meses passam a correr". Sorte a tua que já não vão ser cartas e chamadas para casa, agora podem fazer zooms e facetimes a toda a hora. E finalmente, quando quase já se esqueceram um do outro, ela lá aparece. Mas os teus pais têm outros planos, que em Agosto eles também querem ir de ferias. E levam-te para umas férias incríveis no sul de Espanha quinze dias (quinze, que eternidade!), na altura mais interessante do sítio onde vives, quando o paraíso para ti era ficar sozinho em casa (que até já és crescido e sabes tratar de ti, dizes tu) e poder passar o Verão a apanhar banhos de sol com a tua amada.
Mas a praia está carregada de miúdas giras e acabas por te divertir, ela entretanto também já arranjou outro programa e, estranhamente, está tudo bem. Porque a adolescência é mesmo assim. A vida tem que ser vivida, não vai ficar ali à nossa espera.

Porque a seguir vem a idade adulta e aí, aí sim. Percebes rapidamente que é nessa altura que a injustiça é maior. Porque passas quase todo o tempo da tua vida com pessoas que te são indiferentes, se pudesses escolher seriam outras completamente diferentes. E sabes o que é pior? Se essas pessoas pudessem, também te escolhiam a ti. Mas estamos condenados a viver uma vida que "tem que ser" e a ver os amigos, os nossos, as nossas pessoas, apenas de vez em quando, em alguns casos muito raramente.

Mas depois alguns de nós, privilegiados como eu, têm filhos incríveis que nos fazem viver tudo outra vez nos seus olhos e nas suas perguntas, e percebemos que é o fecho de um ciclo e que no fim das contas as pessoas que serão as maiores paixões das nossas vidas, o nosso verdadeiro propósito, são eles.

São vocês, filho.


A quem muda...

 "A quem muda, Deus ajuda". Foi a frase que mais ouvi nas últimas semanas, de vários clientes, colegas, amigos. Os ateus optaram por outro tipo de frase, mas com o mesmo objetivo.

Ao receber tantas mensagens de força e de apoio, principalmente por quem acompanhou a minha carreira profissional até aqui, sinto um grande orgulho por tudo o que consegui alcançar, nomeadamente o respeito de todos por mim e pelo meu trabalho. Ainda tenho mensagens para agradecer, nos últimos dias ficou um pouco mais difícil falar com as pessoas por questões emocionais. Muito obrigado a todos, sou e serei sempre muito grato.

Uma ligação de 18 anos a uma empresa é uma vida, e são muitas as marcas que ficam. Foi uma decisão difícil porque normalmente o mais fácil é encolher os ombros e não decidir. Deixar andar dá sempre menos trabalho e menos chatices. Meter na cabeça que mudar é uma loucura não custa nada. Ainda por cima numa altura em que o Mundo está de pernas para o ar, para quê arranjar mais complicações?

Mas nunca fui de fugir às decisões importantes. E tenho ao meu lado um suporte incrível, que me dá a força e a liberdade para ter a coragem necessária de seguir os meus instintos. 

E por isso vou com toda a motivação e confiança do Mundo. Vamos a isso!

O amigo Justino

Ontem Montalegre acordou mais triste.

Ao ano 2020 teima em ser interminável e cada vez mais e mais terrível. Levou-nos um dos bons, um daqueles (tão poucos) de que toda a gente gosta. 

Dar os sentimentos à família, em especial (permitam-me) à nossa querida tia Graça, é insuficiente e deixa-nos vazios por dentro. Ninguém era indiferente ao Justino. O Justino era aquele amigalhaço tranquilo, com o sorriso mais carismático da vila. Um amigo com um gosto muito apurado pela música e, mais do que isso, pela música com os amigos. Nada o fazia mais feliz que uma noitada de guitarradas entre amigos e a prova disso é que estava sempre a perguntar pela próxima.

Haverá próxima, amigo Justino. Está prometido, seja quando for e onde for.

Até sempre.


O primeiro dia

Não, não é a mesma coisa.

Não é a mesma coisa deixar uma criança no infantário, no pré-escolar e depois na primeira classe. O primeiro dia na primeira classe, descobri hoje, é como uma camisa de forças bem apertada no coração. Ainda para mais depois deste tempo todo, seis meses (seis!) diariamente com o meu parceiro aqui, algo que muito provavelmente nunca mais voltará a acontecer. Tenho estado tão preocupado com o primeiro dia dele que nem me lembrei de pensar no que me poderia custar a mim.

A grande diferença é a consciência que uma criança de 6 anos já tem, a perceção do mundo. Sentiam-se-lhe os nervos a léguas há 3 ou 4 dias, um sentimento que ele não sabia explicar mas que nós bem sabíamos que era ansiedade. Aquela vontade de voltar, misturada com o receio, com a novidade, alguma vergonha, tantos sentimentos que ele ainda é demasiado novo para saber gerir. Que raio, nem os adultos sabem gerir a ansiedade como deve ser, e têm tantos anos disto!

Olhar para ele à porta da escola e perceber que já não valiam a pena as palavras que eu dissesse. Ele já estava noutra. Já estava mentalizado, preparado para enfrentar o primeiro dia do resto da sua vida. Esse é o momento que custa. Largar a mão, deixá-lo ir. A partir dali, o resto já era com ele e ele sabia-o.

Vai correr bem, pois claro. Todos sabemos que vai correr tudo bem. Os pais são uns dramáticos, já sabemos. Mas o primeiro dia da primeira classe não se repete nunca...



Mais um dia normal na escola.

Está muito mau tempo, chuva e trovoada.

A professora diz que hoje não há recreio, porque o dia está péssimo e os meninos podem-se constipar. Todos ficam tristes.

O Pedro diz que quer e quer e quer, nem que seja sozinho.

A professora diz que não é boa ideia.

O Pedro diz que leva guarda-chuva e vai de qualquer maneira porque não tem medo dos trovões.

A professora deixa o Pedro ir, porque já sabe que quando ele faz birras põe os outros miúdos todos nervosos e estraga o ambiente da escola.

O Henrique, que é o miúdo queixinhas, vai bater a todas as portas da escola e dizer a toda a gente que o Pedro vai lá para fora com esta chuva. Ninguém lhe liga, porque a professora do Pedro é a diretora da escola e ela é que sabe.

O Pedro está no recreio de guarda-chuva, a saltitar nas poças de água e a fazer caretas para os colegas todos que estão de cabeças encostadas ao vidro a observar. "Eu vim para o recreio, vocês não, toma toma toma..."

A professora olha para o céu e pensa nas probabilidades de um trovão cair ali mesmo em cima do Pedro. Mas a matemática nunca foi o seu forte.

Mãe

A vantagem de passar os 40 anos é que a gente deixa de ter paciência para as falsas modéstias e para o politicamente correto. É mais fácil dizer o que realmente se sente sem medo de ser mal interpretado. Hoje faz anos a mãe, e hoje falo abertamente dela sem falsos moralismos.

Há dias fui encontrar a minha mãe toda atrapalhada com o telemóvel. Tinha colocado uma frase no facebook sem colocar a origem da mesma (em mais um episódio daquela relação amor/ódio que os nossos pais têm com as redes sociais), o que levou a que toda a gente interpretasse como um desabafo pessoal. Isto iniciou imediatamente uma onde de carinho e solidariedade, dezenas de pessoas foram deixar uma palavra amiga naquele "desabafo". O problema da minha mãe, que não é de hoje mas de há décadas, é que ela nunca soube lidar com este carinho das pessoas, nunca achou que o merecesse.

Sempre considerei a minha mãe uma pessoa inteligente e por isso nunca percebi que ela achasse estranho receber de volta todo o carinho que sempre deu a todas as pessoas que se cruzaram com ela. Eu e os meus irmãos passamos a vida a brincar com isso, porque se ela se dedica a 100% a todas as pessoas, de todas as idades, em ambiente pessoal ou profissional, estava à espera de quê? Ódio, desprezo, em troca?

"A tua mãe foi a melhor professora que eu tive na vida", vocês fazem alguma ideia de quantas pessoas que ao longo da vida me disseram isto? Imaginam o que é ser filho da professora Maria João? A herança é pesada e passamos uma vida a tentar estar ao nível da nossa mãe aos olhos das pessoas. Batalha perdida à partida, obviamente.

Tenho para mim que o segredo desta professora foi ter percebido bem cedo que as crianças e jovens, de todas as idades, gostam de ser tratados como gente. É tão simples como isto. Dando a cada criança a devida importância, a devida responsabilidade, ela foi ganhando o respeito dos alunos e com ele o respeito dos pais dos alunos. Assim se conquista uma comunidade sem querer, tendo apenas o objetivo de fazer o seu trabalho da melhor maneira possível.

É óbvio que ninguém pode agradar a toda a gente, nem mesmo a pessoa incrível que a minha mãe sempre foi. Na vida seremos sempre mal interpretados por alguém, e todos nós também cometemos os nossos erros. Mas eu acho honestamente que para a grande maioria das pessoas de Montalegre a minha mãe está no top 10 de melhores pessoas de Montalegre.

E embora lhe custe (tanto!) admiti-lo, ela sabe que as pessoas gostam dela. E sabe bem que o merece, porque passou uma vida a fazer as coisas bem feitas.

Hoje faz 65 anos, diz que atingiu a terceira idade. É só um número, como qualquer outro. Que festeje muitos, porque somos todos um bocadinho mais felizes quando ela está por perto.

O vírus.

Sabem o que é que me tem preocupado muito nos últimos dias? O peso extra que ganhei depois da operação ao joelho. Estou com quilos a mais que ainda não consegui recuperar e, como todos sabem, o COVID-19 ataca primeiro os gordos.

Também estou preocupado com aquela vizinha do meu primo que anda a trair o marido com o Personal Trainer, porque se há gente que não escapa ao vírus são os adúlteros.

Isto para não falar naquela lá do emprego do meu amigo que de certeza que vai para a cama com o patrão para ter chegado onde chegou. Essas ordinárias são um petisco para o Coronavirus.

E o outro que construiu uma casa e tem um Porsche mas deve dinheiro a toda a gente? Malta com dívidas e ostentação já se sabe, é Corona garantido.

Isto vai passar. Mais cedo ou mais tarde vai passar. Mas que saibamos retirar desta situação improvável as devidas lições. Que se perceba de uma vez por todas que viver a nossa vida já é tarefa suficiente e não precisamos de estar constantemente a querer viver a dos outros. Quando chegar a nossa hora, seja quando for, não vai interessar a idade, a cor, a religião, o estado civil, o peso ou o estado de espírito.

Que no regresso à normalidade saibamos regressar por um caminho melhor.

Uma história triste.

Não nasci com dotes especiais para o futebol nem nunca tive, infelizmente, formação ou treino adequado. Na verdade, em miúdo o futebol não me interessava. No recreio gostava mais de jogar à apanhada, escondidas ou elástico com as meninas do que de andar com os rapazes a correr atrás da bola num descampado. Assim, comecei a jogar muito tarde, aos 16 (!!!) anos pela equipa da minha turma no Restelo, em Lisboa. Era um craque nessa equipa, pois todos os outros eram jogadores de rugby e muito pouco dotados para o futebol. Sempre soube, evidentemente, das minhas limitações e que sou banalíssimo a jogar futebol. Mas a vontade e o prazer a jogar...ah, isso nunca ninguém me pôde tirar.

Atualmente jogo futebol uma vez por semana, às quintas à noite, desde há muitos anos. Muitos, mesmo, uns sete ou oito. Arranjámos um núcleo de amigos semi-craques, um grupo bastante homogéneo que faz com que cada quinta seja bastante competitiva sem deixar de ser amigável. Sempre me senti bem nesses jogos. Apesar de estar um pouco acima do peso e de ser mais velho que a média, nunca me senti inferior e cheguei mesmo a fazer alguns (vamos lá, vários) jogos muito bons!

Quem conhece o meu filho mais velho sabe que ele tem um fascínio especial por futebol. Pode ser só passageiro, mas nesta fase vibra muito com o futebol. Ora, nos últimos tempos o que mais queria era que o meu filho pudesse ver o pai a jogar futebol. Aquele orgulho que só um pai conhece, aquela sensação de sermos para o nosso filho o verdadeiro herói... claro que à quinta nunca foi possível, dada a hora tardia.

Quando recebi aquele convite para jogar um sábado à tarde, mesmo sem saber bem onde nem quem eram os adversários, o meu primeiro pensamento foi para ele. É a oportunidade de ele ver o pai a jogar! E, quem sabe, talvez até marcar um golo? E no fim, quando todos forem para o banho, ficar com o pai a dar uns chutos, fazer umas fintas e marcar naquelas balizas dos grandes. Aceitei sem hesitar. Tinha jogado na quinta anterior (como de costume) e estava bem fisicamente.

Na manhã de sábado acordei a pensar que me ia lesionar. Acreditem ou não, foi o que pensei. Mas nem isso me demoveu. A preparar o saco com dois equipamentos, um grande e o outro pequenino, só pensava que ele ia gostar de ver o pai jogar.

O jogo afinal era às 17h30, e tinham-me dito que era às 18h. Quando chegámos, já depois das 17h30, já todos estavam em campo menos eu. Ora bolas. Logo eu, que às quintas sou sempre o primeiro a chegar, sempre o primeiro a entrar no campo porque, à porta dos 40 anos, sei e sinto melhor que ninguém a importância de um bom aquecimento.

Mas tive que me equipar depressa, e equipá-lo a ele. E ele, tão feliz, "papá, em que equipa vais jogar? De que cor é a tua equipa? Vais à baliza ou à frente? Quando é que eu posso entrar?". E quando acabo de me equipar... estão todos de braços na cintura à minha espera. Lá se foi o aquecimento.

Nos primeiros cinco minutos aqueci mais do que joguei, a tentar ao máximo fazer o que não pude fazer para me preparar para um jogo que já estava a decorrer. Naturalmente, não foi o ideal.

Nunca saberei se está relacionado com a falta de aquecimento ou se foi apenas um azar de posicionamento, mas ao primeiro contacto físico mais sério o adversário caiu em cima da minha perna e tudo desmoronou. Ouvi muito claramente os barulhos do joelho e a dor foi indescritível. Só queria gritar de dor, mas mais uma vez o primeiro pensamento foi para ele. Se eu gritasse o miúdo ia entrar em pânico e a mãe nem sequer lá estava, eu não podia gritar. Ignorei a dor e tentei levantar-me, o que levou a risos e comentários de "isso não é nada, é só fita". Dei um passo e caí novamente, ouvindo novamente os risos de quem, claramente, não percebeu rigorosamente nada do que tinha acabado de acontecer àquele joelho. Ainda fui à baliza, a disfarçar a dor. Nem conseguia apoiar bem o pé no chão, 10 minutos depois saí mesmo do campo. Era impossível continuar em pé.

Chorei copiosamente no balneário, sem ele ver. De dor e de raiva, em partes iguais. Sim, pode ter sido totalmente aleatório. Mas existiram sinais, eles estavam lá e ignorei-os deliberadamente. Sei que se não fosse por ele não tinha acontecido, porque sou bastante supersticioso e não ia jogar depois de ter sonhado com a lesão, muito menos iria jogar sem aquecer - nunca o faço.

Foi provavelmente a última vez que joguei e se realmente estava destinado o que me custa mesmo é não ter acontecido dois dias antes, naquele tradicional jogo de quinta-feira. Junto dos meus, os do costume. E mais para o final, já depois daquela bela exibição que coroei com três golos, um deles de belo efeito, de calcanhar.

A lesão seria a mesma, mas não teria doído tanto.

Alguém me ajuda? :)

Pois bem... parece que tinha que acontecer. Estou gravemente magoado num joelho e vou ter que ser operado em breve. Alguns dos meus amigos já sabem, muitos não sabiam ainda. Não por ser segredo, mas porque precisei de algum tempo para me habituar à ideia, não tem sido fácil mentalizar-me do que me espera nos próximos tempos.

Serve este texto também, obviamente, para vos pedir sugestões. Vou ter que estar parado bastante tempo, e portanto vou precisar de boas séries para me distrair... Lembrem-se por favor que eu não sou um qualquer adepto de séries - Neste momento vou em 93 séries vistas, das quais terminei 34 (claro que tenho um excel com todo o detalhe...). Portanto não venham cá com Prision Breaks e Casas de Papéis. Preciso de coisas atuais, diferentes, interessantes, viciantes! Quem me ajuda?