Estava na hora.

E já lá vão dez dias desde a última vez que fumei um cigarro. Promessa é dívida, e esta decisão tinha vindo a ser preparada desde o início da gravidez. O objectivo inicial era deixar logo que o Vasco nascesse, mas depois ele nasceu e percebi imediatamente que afinal era a pior altura possível...

Agora com o Vasco já crescido (pelo menos já tem mais cabelo que o pai...)  as coisas estão mais estáveis, mais calmas e era a altura certa. Não só pelo Vasco, a minha saúde e a minha carteira também precisavam desta decisão.

Numa consulta em Agosto a médica desafiou-me a escolher uma data e eu decidi: 07/09/2014, só porque sim. Não era uma data especial, passou a ser.


E não tem sido muito difícil, a verdade é essa. Há momentos terríveis, mas passam rapidamente. São momentos mais relacionados com o hábito do que com o vício... segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o vício ou dependência da nicotina dura apenas 14 dias e eu acredito. O pior não é isso, claro. O pior são os momentos de sempre a conduzir sozinho, o cigarro depois de uma boa refeição ou do café, as noites de copos, as esperas, os intervalos dos jogos na TV, tudo hábitos que se foram criando ao longo de muitos (demasiados) anos.

A parte difícil de deixar de fumar não é largar o tabaco. É largar todos os hábitos que se criaram com o tabaco. Isso sim, vai durar anos.

É a minha segunda tentativa séria (na primeira aguentei 10 meses!) e a última, porque foi de vez.

Se não estivesse realmente convencido disto, este texto nunca teria existido.