Australia

Que Baz Luhrmann é um sonhador com um ego gigantesco já todos tínhamos percebido. Mas tentar criar um épico que misture acção, comédia, drama, western, fantasia e guerra em quase três horas de filme é tarefa utópica e quase condenda ao fracasso logo à nascença.
Australia é pretensioso, quer ser um dos maiores de sempre mas falta-lhe estofo, falta-lhe consistência. Nos diálogos, na construção das personagens, no argumento em si que mais parece uma soma de várias histórias (cada uma com seu estilo), coladas umas nas outras sem grande sensibilidade. Para além disso, quase todas as cenas que incluem Hugh Jackman são um tributo às suas qualidades físicas, como que a justificar o título de homem mais sexy do mundo que o actor venceu recentemente.
Mas não se desenganem, Australia acaba por ser um filme razoável. O seu primeiro mérito é a facilidade com que se aguenta os 165 minutos. O cenário natural é espantoso e os efeitos muito bons. Nicole Kidman, é sabido, é uma actriz de qualidade superior e a grande surpresa é mesmo o jovem Brandon Walters, que com os seus 12 anos rouba o filme a todas aquelas estrelas na sua primeira (impressionante) prestação em cinema.
Em suma, o filme não traz nada de novo nem será um clássico, mas é entretenimento garantido para toda a família e tem momentos bem conseguidos. Vale a pena ver, embora sem grandes expectativas...
Classificação: 14 Valores

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