Sou uma daquelas pessoas que gostam de comer, ponto. Não de comer muito, mas de comer bem e de provar petiscos novos. Carrego uns quilos a mais, pois claro, porque há uns que comem como se não houvesse amanhã e ficam na mesma e há os outros como eu, que têm tendência a engordar se não tomarem as devidas precauções.
O problema podia ser esse. Mas nem é. Quer dizer, é parte do problema, mas há outra parte que está relacionada com o tempo que se perde por causa das refeições.
A verdade é que "perdemos" tempo a comer, e perdemos tempo a cozinhar. E a lavar a loiça, e a fazer compras na mercearia. O que eu acho é que não precisávamos de comer tantas vezes, pois frequentemente acabamos por comer mal por optarmos por algo mais rápido, mais imediato e (normalmente) menos saudável.
E eu pergunto: Se já há comprimidos para tudo e mais alguma coisa, águas que enchem metade do estômago, bolachas que reduzem o apetite, porque é que não poderia haver comprimidos que em vez dessas parvoíces fornecessem as refeições completas, como no caso das refeições dos astronautas? Porque é que não existe um comprimido que tenha X proteínas, Y hidratos e Z vitaminas, por exemplo?
Imaginemos: Se a dose diária recomendada para um adulto é X de cada componente, porque é que não há comprimidos com as componentes nas doses certas, cada um com meia dose diária?
Não, não se trata de deixar de comer porque isso seria parvo - até porque, como já disse, comer é um prazer. Mas grelhar febras e fazer arroz à noite em casa porque tenho fome é mais dever do que prazer! A ideia era cada comprimido ser o equivalente a uma refeição saudável (e não, também não me estou a referir a existirem comprimidos sabor "Arroz de Pato" ou "Bacalhau à Gomes de Sá") e se eu tivesse fome mas não me apetecesse, ao almoço, ir ao restaurante, ou cozinhar, tomava o comprimido. Que ainda por cima, como era equivalente a uma refeição saudável, não fazia mal nenhum. E tinha que saciar o estômago por umas horas, claro...
Basicamente, podia passar uma semana a comer apenas 3 ou 4 vezes, aquelas que valessem a pena (tipo uma ida às francesinhas, ou o franguinho da mamã) e o resto das refeições seriam asseguradas pelo comprimido. Eu acho isto genial - a gente não engordava e tinha muito mais tempo disponível.
Claro que a tendência é associar o termo comprimido a "medicação" ou "dependência", mas pronto... chamemos-lhe antes "refeição comprimida", que tal?