Cinema em contra-relógio

O tempo escasseia e eu tinha uma quantidade incrível de filmes para ver até ao final desta semana. É claro que não consigo ver todos, mas não falhei os essenciais e daqui até Domingo ainda consigo ver mais um ou dois.

Breve resumo dos mais recentes:

O Artista estava destinado a grandes prémios. A crítica é quase unânime - uma realização irrepreensível, um actor principal (onde é que o foram descobrir?) que é uma mistura perfeita de Gene Kelly e de um jovem Sean Connery e uma ideia que, não sendo totalmente original, é muito bem estruturada numa bela homenagem aos primórdios do cinema.

Hugo também tem o material de que são feitos os vencedores de prémios. Sob a batuta do mestre Scorsese, o filme é também um homenagem ao cinema mas não só: também à imaginação, à fantasia, à magia. Em 3D, então, é óptimo...

Extremamente Alto e Incrivelmente Perto é um título pouco ortodoxo para um filme. No entanto, e apesar de arrasado pela crítica em geral, é mais um dos nomeados do ano. Compreende-se a crítica na medida em que os americanos são extremamente sensíveis no que respeita ao 11 de Setembro. Neste filme o acontecimento é retratado de uma forma um pouco leviana, mas apenas porque não é o aspecto central. É um conto aceitável, mas o jovem protagonista (aí tenho que concordar) é extremamente irritante. É um filme mediano, que se vê bem mas que se torna demasiado longo para a história que pretende contar.

Também com Cavalo de Guerra a crítica tem sido terrível, mas aqui custa-me mais a compreender. A verdade é que apesar de tanta coisa boa que Steven Spielberg deu ao cinema o seu passado torna-se um fardo demasiado pesado para carregar. Sempre que há um filme de Spielberg todos querem (esperam?) um novo E.T. ou um Jurassic Park e as expectativas tendem a ser demasiado elevadas. Cavalo de Guerra foi provavelmente o filme que mais me agradou ver nesta época. Reconheço-lhe falhas : Não se compreende porque todos os europeus falam inglês; os momentos que deviam levar o público às lágrimas falham inexplicavelmente; é demasiado inócuo em relação ao tema da guerra. Mas tem virtudes que valem a pena - uma cinematografia incrível, a banda sonora que marca perfeitamente os vários ritmos do filme, as cenas f-a-b-u-l-o-s-a-s que conseguem criar com um cavalo (cada vez mais acho que devia haver prémios para actores animais...). Gostei bastante e recomendo!

Num quadro mais intelectual, mais minucioso temos Tinker Tailor Soldier Spy, o tal que finalmente levou Gary Oldman a uma nomeação a um Oscar. E deixem-me que vos diga que merece não só a nomeação mas provavelmente a própria estatueta. É uma personagem construída com muito trabalho, dedicação, ao pormenor - o tom de voz, o olhar, a presença... brilhante! O filme em si não é, definitivamente, para todos. É o mundo da espionagem a sério que inclui mistério, tensão, silêncio (muito silêncio) e torna-se, a espaços, muito lento. Mas é justificável e ajuda a construir a personagem de Mr. Smiley como um James Bond que não explode carros nem anda às cambalhotas.

Por fim, The Girl With The Dragon Tatoo. David Fincher não deixa os seus créditos por mãos alheias e constrói aqui um thriller emocionante baseado no best-seller Millenium 1 - Os Homens Que Odeiam As Mulheres. Confesso que não li o livro mas gostei do filme e essencialmente da personagem que Rooney Mara interpreta de forma soberba. Não consigo gostar de Daniel Craig por isso fica sempre uma sensação de que com outro actor no seu papel o filme só tinha a ganhar. Mas há momentos brilhantes e um ritmo que faz mesmo lembrar o de Se7en. A ver, sem dúvida!

Para tudo ser perfeito faltavam-me The Iron lady, My Week Wuth Marilyn e Albert Nobbs até Domingo. Vamos ver o que se consegue fazer...

1 comentário:

Pastilhas Júnior disse...

Vês demasiados filmes... :p