O Anelar

Há órgãos do corpo humano que me fazem um bocado de confusão. Uns porque são inúteis e só dão chatices (como o apêndice e as amígdalas) e outros porque foram, como dizer?... mal programados.

Ora neste grupo insere-se obviamente o dedo anelar. O dedo anelar tem uma única utilidade que, como o próprio nome indica, é carregar o anel. Um nome que, embora faça sentido nas pessoas que mais cedo ou mais tarde colocam anéis nos dedos, se torna parvo nos casos dos seres humanos que nunca chegam a fazê-lo.

Claro que o anelar também serve para tocar instrumentos, embora me pareça que se ele não existisse os outros seriam suficientes, pelo menos para os que conheço...

Mas o que mais me irrita no anelar é a dependência dele em relação aos outros dedos. O anelar, sozinho, não serve para nada. O polegar, o indicador e o médio são muito utilizados em várias sinaléticas conhecidas (algumas pouco agradáveis) e o mindinho... bem, o mindinho para algumas pessoas é extremamente útil mas por razões óbvias não me apetece muito estar a explicar isto melhor. Quanto ao anelar, não há nenhum gesto de jeito que se possa fazer com ele. Porquê? Porque o raio do dedo não funciona sozinho! Ora tentem fechar o punho e levantar cada um dos dedos sozinho. O anelar, para além de querer ir atrás dos outros quando eles se levantam, requer a ajuda deles quando ele próprio se tem que levantar. Isto é um dedo sem personalidade nenhuma. Está no topo da lista dos órgãos sem personalidade, à frente do apêndice e das amígdalas que mesmo não servindo para nada ao menos dão trabalho porque inflamam, criam apendicites e amigdalites e têm que ser retirados. Ninguém nunca teve uma anelarite, portanto o anelar nem para isto serve. Só anda ali por ver andar os outros...