69ª SNOW TRIP

Pois. Há dois artigos abaixo mencionei a grandiosa Feira do Fumeiro de Montalegre. A que eu, com muita pena, vou ter que faltar este ano pois calha exactamente no fim-de-semana em que arrancamos para os alpes franceses - mais uma aventura nas montanhas, desta vez 9 pessoas para 9 lugares na fantástica carrinha!

Partimos hoje...

3 de uma vez...

... e logo 3 nomeados para o Oscar de Melhor Filme! Tentando ser breve:

The Help (As Serviçais)

A história de uma jovem aspirante a escritora (Emma Stone) que, irreverente e arrojada, decide escrever um livro recolhendo os testemunhos das serviçais na América dos anos 60, em pleno movimento pelos direitos civis. Uma das críticas mais comuns a The Help é que se torna demasiadamente estereotipado o que, não sendo mentira, neste caso é justificável. Viola Davis afirma-se como uma actriz de qualidade superior, e Octavia Spencer é a grande surpresa e uma das favoritas ao Oscar de Melhor Actriz Secundária. Um filme historicamente interessante, bastante emocional, que vale sempre a pena ver (ou rever).

Moneyball

Um pequeno clube de Basebol. Um dirigente empreendedor. Uma contratação visionária. Um conceito invoador. A história verídica de Billy Beane que, à frente dos destinos de uma equipa de Oakland, decide contratar um jovem formado em Economia que defende a teoria da análise estatística aplicada ao desporto. Um conceito que pessoalmente me agrada bastante, que revela que a estatística pode ser sempre útil nos mais variados campos da sociedade. Brad Pitt e Jonah Hill são o dueto mais improvável do ano e são surpreendentes!

O filme vale muito a pena principalmente para quem, como eu, é fã de estatística e desporto. Mas não só - Moneyball é a fé, a coragem, o risco, a crença, a lealdade e a provação. É a prova de que os sonhos se podem tornar realidade se tivermos a coragem de acreditar e lutar por eles com tudo o que temos. Moneyball é uma lição de vida e um dos grandes filmes do ano.

The Descendants

"Parece natural a minha filha viver numa ilha diferente. Uma família parece um arquipélago: todos fazem parte do mesmo todo, mas ainda assim são ilhas separadas e sozinhas, afastando-se lentamente umas das outras."

O que se passa em The Descendants é muito simples: O realizador Alexander Payne pegou no melhor que tinha feito em cada um dos seus filmes anteriores, misturou tudo muito bem e o resultado é um drama convincente, sedutor, divertido, pungente...
Brilhante. The Descendants é brilhante porque é minucioso, é feito com uma atenção incrível ao pormenor, ao ritmo, aos momentos-chave. Do sorriso à lágrima é um pequeno passo para um espectador que se vai deliciando com um absolutamente convincente George Clooney que luta para reorganizar a vida com as filhas após um brutal acidente de barco sofrido pela sua mulher.

Há uma noção tão clara de realismo (Quem viu Sideways percebe que é imagem de marca de Payne) que desarma até os piores críticos. Afinal o Havai não é apenas um destino turístico - "Como é possível acharem que [por viver no Havai] as nossas famílias erram menos, temos cancros menos fatais ou enxaquecas menos dolorosas?". Repito - para mim, The Descendants é brilhante. Cinema à séria.

Melhor convite é impossível.

A versão oficial...



...e a da nossa artista!



... o que falta para vos convencer? Próximo fim-de-semana, Feira do Fumeiro em Montalegre!!!

Oscars - Os nomeados

Saiu hoje a lista dos nomeados para a cerimónia dos Oscars do dia 26 de Fevereiro. A partir de agora começa a contagem decrescente e o meu contra-relógio muito pessoal para ver os filmes que ainda quero ver até lá.

Só me faltam 15 (já vi 8) dos 23 que defini como objectivo, por isso está tudo controlado.

Grandes surpresas nos nomeados para Melhor Filme: "Midnight In Paris" do mal-amado Woody Allen (que está bastante sobrevalorizado na minha opinião), "A Árvore da Vida" (daqueles que se adora ou se detesta - eu cá detestei) e "Extremely Loud and Incredibly Close" (que ainda não estreou por cá mas que tem uma crítica negativa quase unânime).

De resto, Gary Oldman é finalmente, pela primeira vez na carreira, nomeado para um Oscar! Infelizmente empurrou para fora do lote o enorme Ryan Gosling, que com 3 grandes filmes este ano acabou por dividir os votos e não conseguir ficar nos cinco primeiros.

Uma palavra ainda para Melissa McCarthy, que consegue a nomeação para Melhor Actriz Secundária no seu papel em "Bridesmaids". É merecidíssimo.

E vamos ter os Marretas a cantar na cerimónia. Yes!

Nomeados para Melhor Filme:

The Artist
The Descendants
Extremely Loud & Incredibly Close
The Help
Hugo
Midnight in Paris
Moneyball
The Tree of Life
War Horse

Dream Team

Não consegui resistir a roubar esta no Facebook... Quanto mais não seja pela qualidade do artista!!

Querido Pai Natal:

Tu sabes que estás a fazer as coisas bem quando recebes uma prenda inesperada como a que eu recebi ontem pelo correio.

Não consegui perceber, mesmo analisando detalhadamente o conteúdo da carta, se o objectivo era eu não saber quem foi o meu "Pai Natal atrasado". Isto porque, por mais que se tentasse esconder, só conheço uma pessoa capaz de um acto destes.

Fiquei mesmo sem palavras. Obrigado, muito obrigado! Era desnecessário mas foi espectacular...

E assim já tenho um post inteirinho dedicado a ti (e à Mãe Natal, vá...). Finalmente...

Sexta-Feira 13...

... a primeira de três em 2012. Vamos?

A Man or a Muppet? (Correcção)

Há um erro gigantesco neste post que coloquei a 21 de Dezembro. E eu detesto quando isto acontece, por isso...

Apesar de ser Jason Segel a interpretar a música, e de ele ser de facto um excelente compositor, o verdadeiro autor de "Man or Muppet" é este (outro) grande senhor:

Isso mesmo, Bret McKenzie dos inigualáveis Flight of the Conchords!!! O quê, ainda não sabem quem são os Flight of the Conchords? Relembrando: São estes!

Carnage - O Deus da Carnificina

Nova visita ao cinema, desta feita para ver o mais recente capricho de Roman Polanski: A adaptação da peça "O Deus da Carnificina" ao cinema. A premissa é desde logo um desafio, pois toda a peça se passa na mesma casa e com apenas quatro actores. A história, essa,conta-se em duas linhas: No seguimento de um caso de "Bullying" na escola, em que um miúdo agride o colega, os pais do agressor dirigem-se a casa dos pais da vítima para um pedido de desculpas formal de forma a evitar a intervenção da justiça. Tudo se complica quando o casal lesado pretende um pedido de desculpas mais "sentido" que o outro casal não está, de todo, decidido a apresentar.

Com Kate Winslet, Christoph Waltz, Jodie Foster e John C. Reilly quase tudo resulta, nem que se trate de um filme inteiro com os quatro fechados numa despensa. Não é o caso mas anda lá perto - a sensação de claustrofobia estende-se deliberadamente dos protagonistas para os espectadores, o que pode ser encarado como um mérito do realizador. O outro grande mérito é dos actores que, com mestria, vão "desembrulhando" as suas personagens até mostrar um lado da personalidade que nada tem a ver com o que conhecemos no início.

Sem ser brilhante, Carnage é um exercício estimulante e divertido. Mas fica a ideia de que o é bem mais para os intervenientes do que para o público em geral...

The Guard

É a surpresa do ano. um pequeno filme irlandês com Brendan Gleeson no papel de um guarda solteirão com uma personalidade enigmática e Don Cheadle como o agente do FBI que surge para investigar um caso de drogas e corrupção.

The Guard é uma comédia irresistível. Gleeson faz o papel da sua vida, num constante balançar entre o divertido e o depressivo, sendo ao mesmo tempo um polícia honrado e desleixado. Há o toque cínico da piadas "british", a fazer lembrar um pouco clássicos como Snatch ou Lock, Stock and Two Smoking Barrels. Os 96 minutos passam a correr e este é o melhor elogio que se pode dar.

The Guard é delicioso.

The Ides of March

Apresenta-se como um dos grandes filmes do ano e concorrente aos grandes prémios da temporada. The Ides of March é uma aposta forte de George Clooney em mais um filme político - o género que mais parece seduzir o realizador/actor.

Desta vez Clooney toma uma decisão inteligente e, como actor, fica num papel secundário entregando o protagonismo a um emergente e vibrante Ryan Gosling. Em boa hora o fez. Gosling é meticuloso a encarnar o jovem político que a dada altura se encontra na encruzilhada entre os seus ideais e o jogo sujo da política, numa batalha moral e pessoal inevitável.

Há um elenco extraordinário (Paul Giamatti, Marisa Tomei, Philip Seymour Hoffman!!!), um argumento consistente e finalmente um filme político que não custa mesmo nada seguir pois o grande mérito de Clooney aqui é a dinâmica na realização e no enredo. Falta talvez dar mais minutos a este excelente elenco secundário, que merecia uma participação mais activa. Mas é mesmo um dos grandes filmes do ano. Resta apenas saber se não estreou cedo demais...

50/50

Confirma-se: Joseph Gordon-Lewitt já não é um miúdo. É um dos mais promissores actores da nova geração, e comprova-o em 50/50 na pele de um jovem de 27 anos que é confrontado com um cancro. A história é recorrente e o drama sempre actual (o filme é baseado em factos reais, na vida do argumentista), mas 50/50 tem muito mérito na forma como nos guia pela evolução da personagem e dos que o rodeiam.

Há inclusivamente uma forma curiosa de aproveitar Seth Rogen, conhecido por ser sempre o "bronco" em todos os filmes que entra, conferindo-lhe uma dimensão humana que nunca antes tínhamos visto no actor. É uma fórmula simples, despretensiosa e muito honesta, que se torna vencedora exactamente por estes motivos. E se a prestação de Hewitt é extremamente interessante na generalidade, há dois ou três momentos absolutamente brilhantes que nos dão vontade de aplaudir efusivamente o actor.

Acima de tudo, 50/50 é certeiro na demonstração de que rir (ou sorrir) muitas vezes pode ser o melhor remédio, e de que é nos momentos difíceis que descobrimos quem somos realmente e quem são os nossos verdadeiros amigos.

Aconselho vivamente a qualquer um, mas não se esqueçam dos lenços de papel. Vão precisar.

Midnight In Paris

Midnight In Paris não deixa Woody Allen ficar mal, pelo contrário: Há um ambiente Parisiense em cada imagem, em cada conversa, em cada toque. De facto, a maior virtude deste filme é deixar no espectador uma imensa vontade de voltar à romântica e misteriosa Paris. A banda sonora é perfeita, as cores dão uma dimensão quase desenhada de cada cenário e somos lentamente envolvidos no espírito da cidade.

O argumento em si, sendo original o quanto baste, deixa sempre a ideia de que se poderia ter feito algo mais, que se poderia ter ido um pouco mais longe na dinâmica sonho/realidade ou passado/presente. Não obstante, Midnight In Paris é mais uma bela obra de Woody Allen e merece ser visto. Quanto mais não seja para nos sentirmos de novo em Paris. É mais do que suficiente...

Fala tu, Dianinha!

O último artigo da minha amiga Dianinha no blog dela tem tudo o que eu queria dizer no artigo anterior e não fui capaz, ou não soube. E como ela tem o dom da escrita vale mesmo a pena espreitar...

O artigo está aqui, e está perfeito. Feliz 2012.

New beginning - 2012

2 de Janeiro de 2012. O mesmo tom cinzento no céu. A fila para o fundo de desemprego parece um pouco maior que nos outros dias, talvez porque hoje passo por lá um pouco mais cedo que habitualmente. Os caixotes do lixo continuam a oferecer pérolas de reciclagem a quem por lá pára (e são muitos) para analisar as novidades. São os mesmos de todos os dias, é arrepiante a quantidade de gente a mexer no lixo nesta cidade.

Começamos o ano com máquina de café, microondas com temporizador (finalmente) e bicicleta de manutenção, o que corresponde a alterações na vida ao nível de um emigrar para o Luxemburgo. Ou não, vá.

As perspectivas para o ano 2012 não são as melhores, valha a verdade. Mas não é menos verdade que para 2011 também não eram famosas e ainda cá estamos todos. Há que lutar com as armas que temos para sermos sempre que possível um bocadinho felizes, o que já não é nada mau.

E como inspiração para o novo ano, 2011 não podia ter acabado melhor... foi assim:



[O som não é o melhor, mas é o que temos. Que pena não ter podido estar presente...]