Amour

É complicado falar sobre Amour, a mais recente obra do multi-galardoado Michael Haneke e vencedor da Palma de Ouro de Cannes.

Desengane-se quem pensar que é um filme de emoções fortes, de chorar e depois rir e depois voltar a chorar. Nada disso acontece e no entanto é perfeitamente compreensível que haja quem não consiga acompanhar Amour até ao fim (como houve naquela sala de cinema).

Porque o cinema também é isto: A vida. Sem efeitos, sem truques, sem elfos ou máquinas voadoras. A vida, pura e simples - e há um mérito incrível em retratar, neste filme, situações pelas quais todos já passámos ou ainda vamos passar. A cena inicial em que nós, espectadores de cinema, estamos a ser observados por espectadores de um concerto, é a melhor demonstração de que estamos a entrar na casa daquele casal para ver uma vida tão... normal como a de qualquer um de nós.

Esqueçam a parte do entretenimento. Aqui há cinema de altíssima qualidade e uma história de amizade, dedicação, respeito e compromisso. Ingredientes que compõem o amor como deve ser.

1 comentário:

jC disse...

O Michael Haneke é doido... no melhor dos sentidos! O "Laço Branco" está na minha lista de grandes filmes e este "Amour" acabou de a integrar.
Grande orgulho pela Rita Blanco. Gostava de a ver na "red carpet"!
Entretanto também vi "Silver linings playbook" e não percebo, nem o alarido e muito menos as nomeações.

Abraço