Ah, os musicais, os musicais... é provavelmente o estilo mas controverso do cinema. São muitos os que apreciam um bom musical, serão muitos mais os que não o suportam. Eu, embora fã incondicional da magia dos musicais, compreendo perfeitamente quem não gosta, e aceito-o. Compreendo que para quem não é apreciador não faça sentido estar uma personagem a dormir e outra a cantar-lhe aos ouvidos de uma forma que "na vida real" daria certamente origem a discussão e pancadaria. E a verdade é que até me divirto um pouco com esta incompreensão...
Os Miseráveis não foge à regra. É totalmente cantado (para quê mentir?) do princípio ao fim, e muito bem cantado. O realizador Tom Hooper arrisca aqui utilizando um novo método em que os actores cantam para a câmara sendo seguidos num auricular pelo acompanhamento em piano, ao invés do tradicional cantar previamente e depois fazer playback. E a fórmula, no geral, resulta. Os Miseráveis passa por várias fases: Umas fabulosas, outras assim-assim. Embora o elenco seja quase todo excelente (Hugh Jackman, aplausos!!!), Russel Crowe parece sempre deslocado. Não é, de todo, um cantor e espero sinceramente que nenhum dos fãs incondicionais d'O Gladiador tropece neste seu Javert que canta como um tenor enquanto empunha a espada...
É uma grande produção, um bom filme um pouco longo demais mas que envolve o espectador em vários momentos brilhantes, e há um momento perfeito de cinema. Um momento de cinco minutos, o momento de Anne Hathaway que é um dos mais fabulosos que eu já vi, senti, vivi numa sala de cinema. Daqueles momentos que valem um Oscar, uma carreira, uma vida!
Neste caso é fácil: Quem gosta de musicais, deverá gostar d'Os Miseráveis. Quem não gosta não vai aparecer por lá de certeza, por isso...
2 comentários:
Sou do time que não aprecia musicais, mas tenho curiosidade de ver para poder dar a minha opinião. Gostei muito da tua descrição e depois dos Globos de ouro, quem sabe não passo uma tarde no cinema a ouvir os atores a cantar. É sempre algo diferente! Continuação de um bom dia!
Sabes quando queres
Dar um tiro na tua própria testa
Ou quando preferes
Estar a dormir a sesta?
Quando no cinema
És vaiado
Por, acidentalmente, pontapeares
A cadeira do lado?
Quando sonhas
Estar lá fora, no jardim
Mas estás no cinema
E o filme não tem fim?
(Ler isto com som de música de elevador e pronto, tá feito o resumo do filme...)
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