Guia para um Final Feliz

É o "guilty pleasure" da maioria dos críticos este ano. O novo filme de David O. Russel recebeu oito nomeações para os Oscars e  passou a ser um dos obrigatórios da temporada.

Guia para um Final Feliz acompanha a vida complicada de Pat Solatano (Bradley Cooper) que, após oito meses numa instituição para doentes mentais por ter agredido violentamente o amante da sua mulher, é resgatado pela mãe para tentar uma nova vida na casa dos pais. Pelo caminho, Pat conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), jovem viúva também problemática, que se oferece para o ajudar a reatar a relação com a mulher, não sem pedir algo em troca.

Mas o que faz de Guia para um Final Feliz um filme diferente das dezenas de comédias românticas que nos habituámos a ver em tardes de fim-de-semana? Não muito, na verdade - e daí a supresa de tão boa aceitação pela crítica. Há efectivamente um tema diferente e mais complexo na abordagem, a problemática das doenças do foro psíquico e talvez esteja aqui o maior mérito de Russel: o tom tragico-comico que se mantém ao longo do filme, derivado das atitudes de doentes bipolares ou obsessivos compulsivos transmite ao espectador um misto de sensações que não permite o riso desenfreado mas que também não resvala para uma maior tristeza em várias situações. Também é verdade que o elenco está muito acima da média para um filme do género. O problema é que quando o realizador tem que decidir criar algo de realmente diferente não tem a coragem necessária e escorrega para a banalidade - o que é, realmente, uma pena.

Guia para um Final Feliz vê-se bem, vê-se muito bem. Mas as oito nomeações para os Oscars são um claro exagero (principalmente as de O.Russel para Realizador e Jacki Weaver para Actriz Secundária), e não me espanta que daqui a uns anos seja o filme preferido dos canais portugueses para as tardes chuvosas de Domingo...

1 comentário:

jC disse...

Já disse em "Amour"... vai ver. Com as nomeações deste "silver..." fico a pensar que a academia não viu o Leo no Django e que o ano passado nem ouviram falar de "J. Edgar"...

Abraço