A magia dos números

Saudades da sensação inesquecível de resolver finalmente um problema matemático daqueles difíceis. De estudar para um exame com verdadeiro gosto, com vontade de compreender, de estimular o raciocínio, de descobrir a solução que existe sempre, por mais escondida que esteja...

Hoje lembrei-me de Estatística Aplicada, aquela cadeira que demorei 4 anos a fazer. E gostava... estudei sempre os mesmos exercícios durante quatro anos, mas chegava aos exames e bloqueava sempre num que não dava certo. E não dava, não dava para fazer os outros sem que aquele batesse certo, tinha que chegar à solução! E acabava o tempo e o exame ficava a meio.

Até que um dia tudo fez sentido. Sem saber explicar bem porquê, na véspera de mais um exame de Estatística, fazendo os exercícios do costume, de repente os números começaram a aparecer em relevo e a brilhar, tal como naquele filme com o Russel Crowe, "A Beautiful Mind". Talvez não tenha sido bem assim, mas gosto de contar a história desta forma.

No dia seguinte fiz o exame mais fácil da minha vida. Em menos de uma hora resolvi de uma assentada os problemas que deveriam demorar duas e meia. Estranhei e fiquei assustado, pois não era normal - li e reli, contei outra vez, revi mentalmente as contas todas. Tinha que estar bem... Quando saí da sala todos pensaram que eu tinha desistido.

E quando saiu o 17,5 na pauta eu fui o único a achar que foi pouco. Sem falsas modéstias, estava à espera de um 20 redondinho. Mas mesmo assim foi a melhor nota de Estatística no curso em vários anos...