Ah, é verdade!

As eleições, não é? Pois. Aparentemente se eu não falar disso aqui passo por desatento ou despreocupado. Blog que é blog faz uma análise aprofundada das vitórias, das derrotas, das comparações com 2005.

Não, não estou desatento nem ando a dormir.

Mas abstenho-me, que basicamente é o que quase metade da população fez quando deveria ter falado. E era bem mais importante eles terem falado nessa altura do que tudo o que eu pudesse dizer hoje...

Especialmente inspirado...

...Ricardo Araújo Pereira, hoje,na entrevista ao Presidente da Câmara de Lisboa. Arrisco até dizer que o humorista está cada vez mais à vontade neste tipo de formato.

Mais: Não ouvi nada que o indiciasse, mas insisto na ideia de que num futuro próximo vamos ter um programa do género do "Daily Show" e isto é apenas um estágio para o Ricardo.

Pessoalmente acho bem - não vejo mais ninguém em Portugal com perfil para isso...

A Atoleira

Hoje revelo-vos aqui o segredo mais bem guardado do Mundo.

A atoleira é um prato típico da sede do concelho de Montalegre (e de algumas aldeias vizinhas) que consiste simplesmente em assar as batatas no forno mais natural possível: a própria terra!

Com 24 horas de antecedência faz-se na terra uma cova. Esta é revestida com o mato que se ateia e se cobre com a terra. No dia seguinte a temperatura é elevadíssima e metem-se lá as batatas no meio voltando a cobrir bem. Passado pouco tempo as batatas estão assadas e saborosas como não há igual. No fim, nada de lavar: limpa-se a terra com um guardanapo, dá-se um murro nas batatas, tempera-se com azeite e alho e estão prontas a comer com bacalhau ao sal.

Reza a história que foram os agricultores pobres, em tempos idos, que inventaram esta forma de cozinhar por falta de meios alternativos...

Já tinha ouvido falar, mas só este fim-de-semana me estreei numa atoleira. E posso garantir que é um petisco dos deuses. Ficam aqui algumas imagens só para abrir o apetite...

O Barbeiro Virtual

Uma experiência única!

Para isso devem:

- Colocar os auscultadores (sem eles não vale a pena)
- Fechar os olhos (o grande desafio é manter os olhos fechados durante estes cinco minutos - e não, não é nenhuma daquelas parvoíces de assustar as pessoas...)
- Deixar o mestre trabalhar...



Ideia fantástica enviada pela Celina, fiel seguidora de Corda aos Sapatos. Obrigado!

Frase do dia

"First you take a drink. Then the drink takes another drink. Then the drink takes you."

F. Scott Fitzgerald

Esmiuçar os sufrágios


Ontem à noite a "vítima" dos Gato Fedorento nesta série de entrevistas a políticos foi o Ministro da Economia e Finanças, Teixeira dos Santos. Arrisco-me a dizer que foi o que esteve melhor até agora num formato que, convenhamos, é muito complicado para o entrevistado - Os Gato têm liberdade total para perguntar o que bem lhes apetecer e audácia não lhes falta.

Os Gato Fedorento são extremamente inteligentes (e parvos, também - calculo que eles até preferem esta descrição), por isso têm aproveitado bem a oportunidade única para fazer as perguntas que todos gostariam de fazer não buscando necessariamente respostas. É muito pelo prazer de poder dizer mais tarde "Eu uma vez perguntei ao Primeiro-Ministro José Sócrates...".

Teixeira dos Santos, dizia eu, foi o que melhor se adaptou a este formato. Calmo, seguro, divertido, bateu-se sempre bem com o venenoso Ricardo Araújo Pereira até na pergunta complicada das escutas. No fundo nunca respondeu a nada concretamente - a verdade é que não é isso que se pede no programa... Ao contrário de José Sócrates que quis ser mais papista do que o Papa tentando ter sempre mais piada e tempo de antena que o Ricardo, ou de Manuela Ferreira Leite, esta sempre mais séria mas com pouca dinâmica para um programa deste género.

Os Gato mostram que estão em forma e o programa é divertido e interessante. Mas é óbvio que ninguém está à espera de descobrir algo novo em termos políticos. O único factor a avaliar realmente é a capacidade de "desmarcação" dos entrevistados...

Uma útima nota para a decisão do grupo em colocar o Ricardo à frente das câmaras a maior parte do tempo ficando os outros mais na sombra. Decisão óbvia, inteligente e sem desprimor para os restantes elementos - excelentes a escrever, não tão bons a interpretar...

Relator



Os meus manos ficaram colados nisto e obrigaram-me a ouvir. A verdade é que fica no ouvido. E a Scarlett, afinal, até nem canta nada mal...

Vai ser muito em breve um vício global. Vale uma aposta?

A etiqueta que faltava

Que parvoíce, eu ter um blog há quase um ano e ainda não ter um separador de música. Não que eu seja um super-entendido na matéria, mas tenho tanto para dizer...

Hoje resolvi essa falha. E actualizei os artigos antigos que eram de música e estavam etiquetados como desabafos ou actualidade. Parece-me que ficou bem. E para celebrar isso mesmo, o artigo seguinte vai insistir no assunto...

The boy who knew too much

Tenho uma imagem mental recorrente: a de uma sala repleta de gente mas com um espaço inexplicavelmente vazio, com lugar para uma pessoa apenas. Entra um jovem alto e magro, pede licença a todos os outros para passar e vai ocupar o lugar vago.

A sala é a música pop e o jovem esquisito é o Mika que, goste-se ou não, inventou um estilo muito próprio e assegurou o seu espaço. As rádios portuguesas, como de costume, fizeram-nos o favor de tocar os seus maiores singles até à exaustão, mas ele não tem culpa disso. No geral sou apreciador e mantenho até que Grace Kelly é uma das mais extraordinárias lufadas de ar fresco no ambiente pesado e gasto que se respira na tal sala da música pop.

Com novo álbum e um single de promoção (We are golden) divertido e vibrante, Mika já prometeu o regresso a Portugal em Fevereiro de 2010. Dá tempo às rádios para esgotarem mais meia dúzia de músicas do novo álbum nos ouvidos dos portugueses...

Feiras Novas 2009 - O veredicto

Já fui, em tempos, fã incondicional das Feiras Novas. Aliás, nos meus tempos de universidade cheguei a comparecer vários anos seguidos às tão aclamadas festas de Ponte de Lima, às quais o Pastilhas se refere tão modestamente como as melhores do país.

Por essa altura, aquilo roçava mesmo a loucura. Durava até de manhã, e chegávamos a ser literalmente varridos com os copos de plástico pelas senhoras da limpeza às nove da manhã...

As Feiras Novas são muito típicas, com uma componente tradicional vincada nas tasquinhas, nos parques de diversões, nas barraquinhas de tiros e uma outra mais virada para a juventude, com os bares abertos toda a noite nas ruas da zona antiga da vila e na margem do Lima.

O problema é que ao longo dos anos foram surgindo as regras. Regras essas que impõem que a música nas ruas termine impreterivelmente às quatro da manhã, e a polícia encarrega-se de fazer cumprir rigorosamente a lei. Ora isto para quem dorme o dia inteiro com o objectivo único de aguentar a noite fica a saber a pouco, muito pouco. Um bom jantar, meia dúzia de copos, dois dedos de conversa, e toca a ir tudo embora que a festa terminou. Que pena.

A base continua lá e é claro que continua a merecer a visita: o fogo-de-artifício é excepcional, o vinho é bom, há as concertinas, os cantares, a comida e gente, muita gente. Mas a quem conheceu as Feiras Novas "do antigamente" fica a faltar qualquer coisa - O melhor das Feiras Novas costumava começar à hora a que elas acabam hoje em dia...

Próxima paragem...


A começar já hoje! Posso adiantar que vai haver música, fogo-de-artifício, rojões, papas de sarrabulho, cerveja e vinho verde bebido em malgas. De resto... Domingo à noite, quando voltar, conto como foi!

(Bem,talvez fique a descansar e só conte na Segunda de manhã. Mas conto, isso é certo.)

O Regresso!

200 dias. Parece de propósito, mas não foi! Quando decidi voltar a jogar futebol ontem, com o pessoal da empresa, fiz as contas para saber quanto tempo estive parado e a verdade é que de 1 de Março a 16 de Setembro foram exactamente 200 dias de paragem. Com gesso, canadianas, fisioterapia, muito gelo e muita paciência...

Ontem, com cuidado e receio, voltei a jogar. E diz quem viu que nem se notava que estive parado - 4 golos, sendo dois de belo efeito, e 2 assistências, uma delas de calcanhar. Mérito da nossa equipa, que foi sempre claramente superior...

O jogo foi leve, entre colegas e amigos, e foi o ideal para regressar. Hoje estou super-contente, como devem calcular. Muito cansado, todo dorido, mas feliz...

Bússola eleitoral

Extremamente interessante e talvez com resultados surpreendentes... e sem dúvida um bom indicador/orientador para as eleições que se avizinham! Querem tentar? Basta clicar no link...

Bússola Eleitoral

(Quem é amigo, quem é???)

By train

Já tinha saudades de uma viagem de comboio Porto-Lisboa. Aliás, quanto mais quilómetros de condução acrescento ao meu historial mais valor dou ao descanso, ao conforto que uma viagem de comboio oferece.

Quando era estudante achava que era realmente uma seca. Inventava 1001 coisas para fazer e mesmo assim sobrava tempo. Passeava entre carruagens, comia chocolates, decorava as caras de toda a gente num ápice, lia duas ou três revistas, ia ao bar comer, ouvia música...

Dez anos depois uma viagem de comboio é uma aventura completamente distinta. Acima de tudo é um prazer, agora que sei bem que a alternativa são três horas de condução numa auto-estrada sem interesse rigorosamente nenhum com o agravante da concentração necessária e do cansaço que daí advém. Enquanto que a conduzir são três horas a gastar forças, no comboio são três horas a recuperá-las! Para não falar da diferença colossal de custos...

Hoje nem reparei nas pessoas. Não fui ao WC nem ao bar. Uma leitura leve e principalmente a observação da paisagem que é muito mais bela que a que se vê na estrada. E dormitar, pois claro, que é quase impossível de evitar!

Só é mesmo pena aquela sensação que fica de que as carruagens dos comboios apenas são limpas, reparadas e remodeladas de 100 em 100 anos...

Terrorismo

A imaginação não tem limites...

A fobia dos balões

Sim, é verdade: Tenho vindo a desenvolver, já desde criança, uma fobia algo inexplicável com balões. Lembro-me bem de gostar de ver uma sala toda decorada com os balões coloridos, mas já na altura me irritava profundamente quando um deles rebentava.

Não gosto de ficar tonto com a força que faço para encher um balão, não sei (nunca soube!) dar aquele nó na ponta, detesto o som do látex quando lhe toco e fico furioso com aquelas pessoas que adoram tocar em balões cheios com pontas de cigarros ou palitos. E o pior de tudo é quando as crianças descobrem que se esticarem o gargalo (ou lá o que é) para sair o ar aquilo faz um barulho digno de constar de qualquer filme de terror que se preze. Aí é que a festa fica completa...

E não consigo rebentá-los. É verdade. Já agora, não o façam ao pé de mim. Obrigado.

Dor!

Coisas que doem muito, mesmo muito:

- Os ouvidos a destapar depois de uma longa viagem de avião;

- Bater com o dedo mindinho do pé nas esquinas;

- Trincar a parte de dentro da boca (e durante dias trincar o mesmo sítio sempre que se come);

- O Sol forte nos olhos de manhã;

- O jogo do poste (as crianças são terríveis!);

- O rebentar de uma corda da guitarra na mão;

- Entalar a pilinha no fecho das calças (um clássico);

- Apanhar choques na porta do carro;

- Entorses (e fracturas, já agora);

- Trincar coisas de metal com o chumbo dos dentes;

- Frieiras nos intervalos dos dedos dos pés;

- O primeiro risco no carro novo;

- Ver o Luis Filipe a jogar no Benfica...

Um flagelozinho

Esta vou roubar parcialmente ao meu irmão porque é digna de ficar registada: Aquele vício terrível dos empregados de mesa de repetirem tudo o que pedimos. Faz sentido quando se trata de um pedido grande, quando estão várias pessoas à mesa e o pedido é difícil de memorizar. Mas quando se trata de algo normal e básico, estar a repetir torna-se ridículo... Exemplo 1:

- Queria um café.
- Um café? Sim senhor.
ou
- Olhe, traga-me a ementa.
- A ementa? Com certeza.

Pior é quando o moço em causa acumula funções com aquele outro vício de atribuir diminutivo a tudo: O cafezinho, a sandezinha, o bolinho, o suminho... Exemplo 2:

- Então o que deseja?
- Pode ser um café e um bolo.
- Um cafezinho e um bolinho? Certíssimo.

Nota mental para, numa próxima oportunidade, combater este flagelo. Como? É muito simples(Exemplo 3):

- Em que posso ser útil?
- Queria um café, por favor.
- Um cafezinho?
- Não, uma água sem gás.
- Então é uma aguazinha sem gás?
- Não. Uma sandes mista.

E assim sucessivamente até o jovem perceber o absurdo da conversa e trazer-me o último pedido que fiz sem fazer perguntas desnecessárias...

A confirmação.

Inquérito efectuado na página da Internet da Câmara Municipal de Montalegre:

Qual foi o concerto que mais gostou neste Verão 2009?

Clave - 95 votos. (30.94 %)
Orquestra Metropolitana de Lisboa - 73 votos. (23.78 %)
Grupos Locais - 36 votos. (11.73 %)
Santamaria - 34 votos. (11.07 %)
Quim Barreiros - 20 votos. (6.51 %)
José Malhoa - 15 votos. (4.89 %)
Sol Nascente - 11 votos. (3.58 %)
Império Show - 10 votos. (3.26 %)
Roconorte - 7 votos. (2.28 %)
Trio Os Boémios - 6 votos. (1.95 %)
Total de votos: 307


A notícia pode ser confirmada aqui... e não, não votei uma única vez!

GNR-1, PSP-0

Em 2008 foram detidos por circular sem carta de condução 12.195 automobilistas. Pouco mais que meia dúzia, vá.

A competição foi rasgadinha com resultado sempre imprevisível, mas a GNR ganhou um pequeno avanço na recta final com o Natal e a Passagem de Ano e acabou por vencer com 6.161 detidos contra 6.034 apanhados pela PSP...

2009 promete, até porque os números apontam para a existência de mais de 600.000 portugueses a conduzir sem carta! Correm rumores de que a PSP se reforçou bem para alcançar este ano a ambicionada desforra...

Leo do Choco Frito - Setúbal

Visita a Setúbal, o choco frito não era uma opção – era mais uma obrigação, claro. Apesar da dieta, há oportunidades que não se podem perder que a vida são dois dias e há que aproveitar quando se pode.

A pequena pesquisa que fiz ao chegar à cidade foi coerente – o melhor choco frito, diziam todos, era no Leo. O Leo do choco frito (ou adega do choco frito, ou Leo dos petiscos, o estabelecimento tem vários nomes) está estrategicamente colocado no topo mais ocidental da Avenida Luísa Todi, sendo fácil de localizar.

A primeira impressão que fica é que estamos efectivamente perante o melhor choco frito da zona e não somos os únicos a sabê-lo, pois a fila era extensa e demorada. O sistema de senhas adoptado pareceu ser o mais indicado para o caso pois funciona e evita congestionamentos, atropelamentos e discussões. Neste sentido os tempos de espera são compreensíveis, o que já não se justifica é o fraco (sublinho, fraco) atendimento. As funcionárias estão longe de ser simpáticas, não são muito eficazes e tive a clara sensação (não fui o único) de que por duas ou três vezes notaram que os clientes estavam a chamar e viraram a cara propositadamente. Não fica bem...

Uma vez à mesa ataquei finalmente o prato típico setubalense e a verdade é que não desilude. Comida bem confeccionada (para quem gosta, pois claro) e bem servida – Apesar do esforço sobre-humano, não consegui acabar a minha meia-dose...

Não provei em mais nenhum restaurante, por isso não posso fazer comparações. Mas posso garantir que se o objectivo é provar excelentes chocos fritos, o Leo é aposta seguríssima. Apesar da desilusão do atendimento, voltar lá é quase uma certeza...

Qualidade dos pratos: 18
Qualidade do serviço: 9
Tempos de espera: 13
Preço: 14

Classificação Final: 14

Restaurante Adega Leo dos Petiscos
Rua da Cordoaria 31/33 - Setúbal

Geograficamente falando...


O mapa assinala as terras de portugal que já visitei desde que estou a trabalhar, há sete anos, no âmbito da minha função.

Não, o meu emprego não é o melhor do Mundo - mas que tem vantagens inegáveis, lá isso tem...

PÁRA TUDO!

Como é que eu não estava a par DISTO???

E como é possível a existência deste acontecimento? Não é todos os dias!
Tenho que lá ir - nem que seja para ver e ouvir o grande Milos Forman ao vivo...

Toda a informação necessária aqui:

http://www.dourofilmharvest.com/

Inglourious Basterds (Sacanas sem Lei)

Quentin Tarantino é um cineasta especial, e sempre que há uma estreia de um filme dele há garantia de bom cinema e de diversão pura na sala de cinema.

Não, Inglourious Basterds não é a obra-prima de Tarantino, essa continua a ser Pulp Fiction. Mas é absolutamente delicioso, duas horas e meia de filme que passam em vinte minutos. Corresponde a todas as expectativas e dá-nos vontade de ficar na sala para ver tudo outra vez do princípio na sessão seguinte.

Há um cruzamento de três histórias: Um oficial nazi com um jeito especial para caçar judeus / Um grupo de judeus americanos (os tais basterds) contratados pelos serviços secretos americanos para caçar nazis / uma rapariga judia com sede de vingança dos nazis. As personagens são todas tão bem caracterizadas e identificamo-nos tanto com elas que ficamos com pena de nunca mais as vermos. E não faltam (não poderiam faltar) as longas conversas, os diálogos geniais que Tarantino tornou célebres.

Uma palavra ainda para o ilustre desconhecido Christoph Waltz - absolutamente extraordinário a todos os níveis, criando uma tensão impressionante em cada conversa, em cada gesto. E que domínio de línguas espantoso...

Uma bela prenda de fim de Verão, a nova aventura de Tarantino... Espectáculo!

Classificação: 18

A melhor do dia

"...e então o GPS ainda não conhece a rua da minha casa. Começou logo a dizer para eu fazer inversão de marcha. Eu desliguei-o e nunca mais pensei no assunto... Vários dias depois decidi ligá-lo outra vez. Assim que o liguei diz a moça que está lá dentro do GPS:

- O seu GPS está perdido há dez dias."

(Eh pá, Esta malta de Setúbal é divertidíssima... o que eu já me ri com a maneira dela contar esta história!)

Paranóias

15 anos a fumar e agora deu-me para isto... é para escolher diariamente consoante a roupa! Ahahahah...


(Já agora, falta-me algum desta colecção??? Acho que não...)

Synecdoque, New York

Ponto prévio: Sou apreciador confesso do estilo de Charlie Kaufman, por se tratar de um argumentista diferente, um criativo por excelência como poucos. Gosto do estilo metafórico que ele frequentemente utiliza (Being John Malkovich, Inadaptado) e dos argumentos complexos e inventivos de que é exemplo máximo um dos meus filmes preferidos, o Despertar da Mente.

Em Synecdoche, New York, Kaufman arrisca mais, muito mais. Trata-se de um dos argumentos mais pretensiosos e complexos de todos os tempos, o que é sempre de louvar mas acarreta algumas desvantagens. Aqui Kaufman aproxima-se perigosamente do universo de David Lynch, um universo que eu não aprecio particularmente pois torna-se demasiado dúbio e objecto de várias interpretações. E isso é que já não me convence – se um argumento complexo me agarra à cadeira e me faz queimar neurónios com um objectivo, fico satisfeito. Mas a partir do momento em que a história é tão vaga que não tem uma interpretação correcta, já me parece que estão a abusar do bom senso do espectador.

Concentremo-nos no filme, que pode ser resumido como a história de um artista que tenta recriar uma Nova Iorque em ponto pequeno incluindo a sua própria história - uma obra maior que a própria vida. Philip Seymour Hoffmann confirma (com uma interpretação soberba!) que é um dos maiores da actualidade e o elenco feminino é vasto e fortíssimo. O casting de Emily Watson/Samantha Morton, então, é perfeito. E a intensa carga dramática persegue-nos o tempo todo, por todas as ruas da cidade verdadeira mas também da cidade falsa. Synecdoche, New York é uma viagem alucinante na mente de um homem amargurado, mortificado. E é uma viagem que não se esquece tão cedo...

Agora compreendo porque é que Synecdoche, New York não estreou em mais salas – a verdade é que não está direccionado para o grande público e não é um filme que agrade a todos, está muito longe disso. A mim não me agradou tanto como esperava devido à tal falta de objectividade. Mas é de desfrutar e, provavelmente, de ver mais que uma vez para o compreender. Talvez...

Classificação: 15